Réquiem para um sonho

Réquiem para um sonho ou ''A Vida Não É um Sonho'‘, do Darren Aronofsky , EUA, 2000;foi uma das coisas mais humanas que vi. Não tem como amar e odiar esse filme. Este por sinal muito bem feito independentemente do tema escolhido (degradação humana) com ótimas passadas de cenas e viscerais imagens como o abrir de uma torneira ou o consumo de heroína com captação de imagens super focadas, ou seja: amplia-se e isola-se a determinada ação do consumo ou o abrir da torneira, de modo que só apareça à cena e de uma maneira que dá mais altivez a cena que é o recurso de mostrar a cena do final pro fim, de trás pra frente juntamente com o super zoom. Quando escrevo que foi uma das coisas mais chocantes que assisti é porque conta estórias de vidas comuns tomadas pela solidão ou perdas, sejam essas principalmente emocionais. Existem quatro personagens no filme que são: Uma Mãe solitária, viciada em TV e viúva, e o seu filho único: um viciado em heroína. Na estória da mãe, temos um caso típico de mulher velha solitária, onde esta toma um trote via telefone para participar de um famoso programa de TV. Com isso ela se prepara para a ocasião querendo perder 23 quilos em um curto período de tempo e sem malhar. Ela acha a solução: Vai ao médico e começa a se entupir de pílulas para emagrecer. O resultado dela é o mais catastrófico de todos os quatro personagens do filme, por isso mesmo comecei com ela pra livrar-me de uma vez só: Ela acaba ficando louca de tanto remédio que toma. A cena dela tomando choque elétrico na cabeça acaba sendo a mais visceral de todas. Com a mãe louca, nesse percurso até que ela fique de fato insana seu filho conhece uma bela garota em que se apaixona e vão morar juntos. Ela viciada também em heroína acaba se prostituindo para sustentar o seu vicio pois o marido que inicialmente se dá bem como traficante no final perde a parada pros outros, a mina e o seu braço também de tanto injetar a droga em um único ponto. Outra cena fortíssima essa do braço do filho da mãe louca sendo amputado. O fato de ele insistir em se drogar no mesmo lugar mostra uma certa automutilação do personagem pelo fato de nunca ter tido pai ou não ter conseguido sustentar a sua namorada . O quarto personagem é um negro que desde garoto tem a pretensão de ter uma vida melhor, ou um tênis melhor, etc. Ele também viciado com a droga dos deuses e orgasmos, a Heroína, se joga no mundo a fim de ficar doidão e rico vendendo a mercadoria. Ver um filme de tamanho gabarito e escrever que em momento algum a heroína parecesse desinteressante realmente soaria como uma baita mentira de minha parte, também pelo fato da carga explosiva que a droga injeta nos personagens, porém essa vontade fica pronta e decididamente anulada tamanho os problemas que ela acarreta a posteriori, ou seja, depois de conversar com Deus e a ter orgasmos múltiplos. Trata-se de um filme super bem feito, muito forte e cativante, pois mostra o lado nú do ser humano desprovido de vaidades e aclamado por suas fraquezas, realmente um filmaço que pode até te deixar um bagaço, mas que no final das contas vale muito ser visto.

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