Late Bloomers - O Amor Não Tem Fim

·      Late Bloomers - O Amor Não Tem Fim, da  Julie Gavras, França, 2010. Achei esse filme uma aula para envelhecer com dignidade e com sofrimento, mas acima de tudo de pés e cabeças erguidas ganhando dos egos que nunca querem envelhecer. Trata-se de uma belíssima produção com uma sensibilidade fora de série, sem dúvidas uma das películas mais bonitas que vi antes de tudo por tratar o assunto do envelhecimento com uma impecável doçura, lucidez e perspicácia. Os protagonistas são uma senhora que começa e lidar com Alzheimer e um senhor arquiteto superprodutivo que tem como defesa ao envelhecimento o dizer não a ele, botando a mão na massa em seu oficio e tentando tratar com indiferença a sua idade avançada. Mas para o tempo não há possibilidade de indiferença, pois ele explica que tá lá, quer queira ou não, e foi isso que aconteceu com esses dois no filme, mas de uma maneira  “sublimada” que a velhice, pra nós espectadores não é vista como problema como para seus protagonistas. Apesar do Alzheimer a senhora interpretada pela Isabella Rossellini se torna mais lúcida em saber que está envelhecendo e com isso comprando coisas de pessoas de terceira idade em sua casa como corredores, bengalas e coisas do gênero que facilitem as suas locomoções. Postura essa bastante diferente do senhor seu marido interpretado por William Hurt que sofre para descobrir que está velho de fato, de corpo, pois sempre fora um homem ativo fisicamente e agora não vê tamanha disposição que tinha tanto física como psiquicamente. Porém com uma longa jornada de amadurecimento e com a ajuda de sua fiel escudeira de 30 anos de casados, ele percebe que mesmo com as impossibilidades que a idade cobra, dá para ser feliz ao lado de pessoas que te amam e você as ama de fato, no caso sua esposa com Alzheimer. O filme é lindo porque todas essas questões de encarar a idade que chega pra todos são jogadas em tela de uma forma tão difícil, mas ao mesmo tempo como uma maneira de aprendizado duro que cativa e saímos do cinema com a certeza de que vale a pena cada dia das nossas vidas, e de fato o amor não tem fim: a nossa turbina nessa vida, é essa a coisa que nos faz continuar sempre e sempre, sem isso não teríamos sentidos aqui. Amem, amem independente da situação pelo simples argumento que fará bem ao seu coração e sem jargão.

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