Inquietos

Inquietos do Gus Van Sant, EUA, 2011 é o tipo de cinegrafia que embrulha o estômago. Mexe porque adentramos em algo que não estamos prontos em lidar: a morte e a loucura. Os seus dois personagens centrais (Annabel Cotton - Mia Wasikowska e Enoch Brae -Henry Hopper) forma um casal de uma garota que tem leucemia e três meses de vida, e de um garoto órfão que tem um amigo imaginário, perdeu seus pais em um acidente de carro e por isso tem a estranha diversão em ir a velórios. Com um querendo enlouquecedoramente morrer ao viver sua angustiante loucura e a outra querendo viver, desenhando e estudando tudo que se relaciona a pássaros para criar asas e sair dessa e continuar viva. Assim, com essa ambiguidade dos personagens a fita é rodada em seus 90 minutos, mostrando como somos frágeis quando não temos o poder de decidir. De certa maneira mexe e embrulha nosso intestino porque existe um viés na película não dramático negativamente, mostrando seus personagens enfrentando seus problemas, ora de saúde e ora mental com bastante doçura. Não sei por que, mas saí do cinema e fui direto pro banheiro tamanha a sensibilidade da película em tratar a morte principalmente com tanta normalidade, o que assusta, de fato.

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