Geração Rivotril

Acabei de ver a Cidade de Deus, um dos melhores filmes feitos aqui no Brasil, senão o melhor. Não vou ficar em cima do muro em falar que é um dos melhores, pra mim e Zé pequeno, um dos melhores é o caralho: é o melhor, pronto falei, mas escrevi isso pra abordar outra estória que cabe a nós hoje desenrolar. É que na geração da ditadura, tinha a geração das drogas vulgo proibidas, batizadas por mim mesmo ( quem quiser pode descordar, eu deixo, mas te pego lá fora) da geração da maconha, isso a década de 70 até 90. Mas quando se chega ao ano 2000, pelas minhas observações sociais temos uma nova geração: a do Rivotril ou Lexotam, ou qualquer outro ansiolítico que sirva para nos freiar da ansiedade do capitalismo desenfreado e da globalização alucinógena. Não que a maconha, ou o álcool, ou a cocaína e outras drogas tenha acabado, pelo contrario: se surgem outras mais devastadoras como é o Crack e agora o Oxxy, mas essas drogas se têm menos adeptos pelo fato de que se pode agora com receita consumir drogas legais sem a nóia de ter que ir pra favela pegar a parada. A geração Rivotril veio pra ficar por algumas décadas também e marcar seu nome na estória da sociedade. Mas tem uma característica que essa geração tem e me incomoda, é que é uma geração desprovida do sentimento de culpa; por exemplo: antes tinha gente que ficava mal porque consumia tal droga, que tava alimentado o tráfico, que era criminoso também. Agora não: é só ir ao Psiquiatra ou até mesmo um simples neurologista e pedir, sem exame algum, quantas caixas de qualquer remédio que eles te dão na hora, sem nem olhar pra sua cara, como se fosse um medico mesmo, uma característica deles, mas dessa empáfia eu comento em outro texto. Pra quem não conhecia: Prazer somos a geração Rivotril.

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