Que mais posso querer

Mais uma vez, não diria que me decepcionei, nem tanto magoei, mas, sobretudo tenho de admitir que os valores do cinema, ainda em pleno século XXI, anda a passos de tartaruga, e daquelas bem lentas, escreva-se de passagem ou comentem de passagem como alguns amigos preferem. A “indignação ”dessa vez foi com o filme: Que mais posso querer, 2010, de Silvio Soldini. Em língua italiana a película mostra um roteiro até “ärrumadinho”, que consegue prender a bunda da poltrona em duas horas, sem a necessidade de ficar vendo que horas falta pra acabar; ao contrário dos” holiwwodianos”, que geralmente me acontece nos primeiros 30 minutos.O enredo da película italiana é muito comum: uma mulher que tem um marido obeso, relapso e frio no sentido sexual; e então por isso também passa a ter um romance com um dos seus colegas de trabalho. Com o decorrer do filme, ela se apaixona e ele supostamente em maior parte “peliculiana” corresponde a essa paixão ardente e porque não digamos: carente. Os dois são casados e tem filhos, e pra não fugir do politicamente correto aos moldes da igreja e da sociedade, um grande paixão não acaba se concretizando pelo fato do medo que as pessoas têm em perder as “suas seguranças” pré-estabelecidas pela religião e sociedade, e não vice –versa, ou seja :sociedade em primeiro e religião em segundo grau de importância; pois nesse caso a ordem dos fatores alteram de forma acintosa o produto desde que Jesus Cristo, o grande marqueteiro entrou na parada.

“Filmes são bons quando os temas são simples” Frase do José Wilker, ator e especialista em cinema. Na época que li essa frase dele Tive somente a impressão que ele tinha razão e hoje admito que o Wilker tenha total razão em afirmar essa verdade simples. Por exemplo: os melhores filmes a serem assistidos, no sentido de terem um roteiro bom, ultimamente saem geralmente de países como Albânia, Ucrânia e assim por diante. Os roteiristas desses países sem tradições para a sétima arte estão tomando conta da cena de películas interessantes e com conteúdo, enquanto Holiwoody não consegue mais se reinventar, sempre com tipos batidos como são as comédias românticas, que cá entre nós, já estão fora de moda.Mas voltando a falar de qualidade e principalmente de conteúdo , esses novos diretores e roteiristas na faixa do leste europeu estão dando um banho de como fazer cinema simples e bom, por justamente pegarem estórias que podem acontecer com qualquer a qualquer situação ou hora. Ou por fazer um filme com um roteiro “rotineiro”, que pode ser novo para o cinema, por exemplo, assisti um filme albanês que conta a estória de dois vizinhos que ajudam a um outro vizinho a tirar um piano de seu apartamento no terceiro andar. Somente com esse, aparentemente pífio enredo, o cara faz um puta de um filmaço, com traços importantes que mexe com a sensibilidade humana,através;veja: de uma cena totalmente cotidiana. Nesse filme, do qual não lembro o titulo ( mas sei que foi premiado como melhor filme e direção no festival de 2010 da Albânia ), o roteirista – diretor abordou temas como: individualismo, solidão , “start para mudança de vida ou de postura diante da vida”, espiritualidade, amizade, coragem, medo, solidariedade. Um puta de um filme!

Vamos ver filmes com sinopses que contam estórias diferentes, talvez aí estejamos assistindo a uma coisa legal.

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