Cópia fiel e Um lugar qualquer.

Tenho elaborado uma nova estratégia para divulgar minhas críticas cinematográficas. A estratégia é a seguinte: Assisto uma “caralhada” de filmes, deixo acumular e “solto a porra tudo de uma vez só”. É mais eficaz, pois tenho tempo de analisá-los com o seu devido tempo de maturidade; pensamos assim: fazendo todos juntos, na medida em que os lembro e os comento, consigo de certa forma, uma “distância”, tentado uma imparcialidade com o que gostei mais ou menos. Poderia comparar como se fosse um prato de comida, aonde a digestão deste, vem somente depois. Vamos então aos filmes supostamente vistos ultimamente em ordem cronológica do último ao primeiro: Bruna Surfistinha, Rio, Cópia Fiel e Um lugar qualquer.

Quero inverter o processo agora comentado do primeiro ao último filme visto, pela questão do “digerimento” (aos moldes do Franz Kafka, em o Processo), se és que me entendem.

Um lugar qualquer, da Sofia Coppola, 2010, vi uma coisa inacreditável logo nos primeiros minutos: um microfone na parte de cima da tela, totalmente trash, roubando a cena, uma pequena e pura cagada, mas segue o filme.. Amadorismo a parte nesse quesito, que embora tenha de comentar, foi o único, a filha do Coppola fez um roteiro e uma direção de certo modo autobiográfica, embora nunca tivesse ouvido falar dela, mas pelas “deixas” e pelos apelos afetivos da película só um cego não enxergaria isto, mas talvez sentisse. O enredo é de um ator famoso que passa a conviver com sua filha que vive com a mãe. Eles passam a se conhecer ao meio de eventos e lançamentos de produtos e filmes. O filme tem um final do tipo:” o que vai acontecer na continuação desse filme, será que terá o II?” Sem dúvida um filme pra se pensar. Acrescento ainda que além de ser um filme feito pra pensar (cabeça), é de um gênero que a cineasta fez para espantar seus próprios fantasmas. Gostei porque entrei na “viajem” dos problemas ou indagações existenciais que a Sofia quis propor. E indagações deste gênero todos têm em maior ou menos grau. Ao menos em pessoas interessantes.

Com as indagações mais ou menos assimiladas da família Copolla, pois ser filha do grande Copolla deve ser tarefa dificílima, Passamos agora para O Cópia Fiel (e segura à bronca..) com a primeira dama francesa Juliette Binoche; e lógico: não rolou nenhum beijo ou cena de sexo com ela. O marido dela, Lea-se de passagem um dos homens mais cínicos e arrogantes(o atual presidente francês, tirando o primeiro ministro italiano, pois competir com ele é covardia) que já vi, não permitiu isso. Tive que ficar só na vontade de vê-la pelada. O máximo que o ator sortudo pseudo namorado dela fez foi encostar a sua mão em seu ombro, somente, que absurdo. Honestamente, mas com esse tipo de “limite artistico” seria melhor ela desistir de sua careira, pois se for pra fazer arte, tem de fazer sem esses tipos de limites autoritários e imbecis que a coitada enfrenta.Se pudesse aconselharia a Sra. Primeira dama ítalo-francesa que, ou se separa desse otário ou só fica com ele, angustiada por não poder assumir sua profissão de atriz.Uma coisa ou outra , fui claro Binoche?

Sobre o filme, trate-se de um super Dê-rêzão, Lea-se: discutir a relação de forma itensa, do inicio ao fim, durante duas horas e pouco. Alguns aspectos legais tiveram o filme do Abbas Kiarostami, 2010, como a ambição que alguns tem em mudar o seu modo de pensar e viver, e outros não estão muito preocupados com isso, se limitando a ficar a uma rotina bem chata. Mais um filme cabeça, como a anterior. Talvez o roteiro do filme não tivesse a pretensão de fazer cenas mais calientes com a Juliette Binoche, e talvez por isso mesmo ela tenha aceitado o papel. Que decepção, esperava ela no mínimo com trajes de dormir. Mas um bom roteiro, diga-se de passagem.

Aos infantis e juvenis: Rio e Bruna Surfistinha. Escrevo que a Débora Secco era mesmo a atriz a fazer a Bruna Surfistinha, acho que não houve laboratório nenhum para se fazer o papel de uma prostituta, bastou-se ser ela mesmo e deu. Já em o Rio é um filme muito legal com muitas cores, e um cartão de visitas animado ao mundo para as Olimpíadas em 2016.

Mudando de mídia; Comentando agora a mídia das massas, ou seja, a TV aberta, os filmes da globo para 2011, só vai passar besteirol como sempre. Quer filme bom? Melhor ir ao cinema mesmo, ou caçar em um HBO, que de vez em quando aparece. De todos os filmes da globo da grade desse ano o único que não tinha assistido foi o da estréia: O homem de ferro. A discussão das vendas de armas de forma fácil em todo lugar, sendo este legalizado com os EUA ou aqui ilegalmente foi definitivamente a única coisa que valeu na estréia do tela quente, junto com a indagação da estupidez da invasão dos EUA ao Afeganistão e Iraque que o filme oferece à reflexão, dando assim todos os incentivos as guerras civis que se explodem no mundo atualmente. Não o incentivo da merda desse filme, mas das invasões em si e das guerras contras as ditaduras. Achei legal isso, por estar discutindo uma atualidade. Sou contra a qualquer tipo de regime ditatorial e até monárquico. As únicas formas de poder mais aceitáveis nos moldes modernos do século XXI são o presidencialismo e o parlamentarismo e ainda assim fico com os “ouvidos vermelhos”.

Fugi legal dos filmes, mas volto para comentar um outro que achei super gayzinho chamado O diário de Doris Gray, de Oliver Parker. Um filme de época onde um nobre não envelhece devido a um pacto que faz com o seu retrato em uma pintura (estranho não?), onde o retrato envelhece, mas ele não. Embora o cara tivesse pegado geral muita mulher e homem (por isso achai gayzinho), enquanto os outros envelheciam, mas o roteiro deixou bastante a desejar, se fosse pra dar uma nota seria 3,5 pela fotografia de época.

Agora, teve uma película Tailandesa interessante, palma de ouro em Cannes ano passado, que certamente indico: Tio Boonmee- Que pode recordar sua vidas. Puta filme legal; mostra um cara prestes a morrer que começa a enxergar as suas vidas passadas. Apesar de já ter visto a filmes sobre espiritismos e vidas passadas, mas esse superou, pela naturalidade e displicência que o diretor “deixa a sua criatividade e acima de tudo genialidade à solta” para fazer inacreditáveis e engraçadas vidas passadas.

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