Futebol arte

Este texto vai parecer que quem escreve é um cara que acompanhou os tempos de ouro do futebol, com Garrincha em suas pernas tortas zigezageando e fazendo diabos com a redonda feita em couro marrom; Pelé e sua genialidade dentro das quatro linhas, mas não é, quem escreve aqui é um cara do ano de setenta e sete, quase setenta e oito que não agüenta mais esse futebol medíocre dos nossos dias. A essa merda que assistimos hoje, culpo aos retranqueiros esquemas táticos dos técnicos. Quando um desavisado técnico quer inventar um esquema mais ofensivo, se preocupando mais em atacar ao invés de só defender é dito como maluco e irresponsável. Vejamos alguns exemplos: Vi em site britânico que o Mano Menezes, o técnico do Corinthians, ou seria do Grêmio com cores Alves - negras?, foi considerado um dos quatro melhores técnicos da atualidade. Essa noticia, por si só já explica tudo, explica como anda as pernas do nosso amado futebol. Na Europa, aconteceu uma coisa que me deu esperanças ao ver o futebol arte em prática novamente com o Barça campeão da Europa, capitaneado pelo Messi e o Etoo ( que concerteza é melhor que o Obina), batendo o violento time inglês do Manchester United com seu jogo feio, e o tal do Cristiano Ronaldo provando que quando se precisa dele, ele bufa.
Jogador bom que vi jogar, foi um tal de Petkovic, até então desconhecido Iuguslavo ( na época ainda não era Sérvia e Montenegro, tampouco depois Sérvia e Montenegro separados), jogando pelo Vitória da Bahia. Sem dúvidas, foi os meus melhores momentos como torcedor desse time. Esse gringo fazia gol de tudo quanto era jeito, batendo faltas, de cabeça, de bicicleta, de triciclo, driblando tudo e todos, fazendo peripécias que até Deus duvidava...
Este gringo ficou por aqui até a década de noventa até os times do sudeste o descobrirem e o levarem pela lei irrevogável do capital.
Agora o Pet quer voltar a jogar futebol com seus quase quarenta anos no Flamengo, agora não adianta mais Pet...
Volta e meia achamos ainda alguns jogadores que nos fazem encher os olhos de alegria e esperança de que o fundamental é mesmo a arte e não um Mano Menezes.