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Eros

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Eros , dirigido por Rachel Daisy Ellis, Brasil/PE, 2024. Por ser seu primeiro longa metragem, a diretora brasileira-britânica não achou um técnico de som direto eficaz na etapa de pós produção, resultado: sons inaudíveis, principalmente os dos homens, o que salva é o tema escolhido pela diretora, e o modo como ele foi consentido. O personagem principal do doc-ficional é uma das instituições mais populares do Brasil que são os motéis , estes com suítes de todos os gostos e bolsos. Os personagens secundários são as personagens, e esses são tão interessantes como os motéis pelo fato de a diretora dar carta branca para eles próprios, na maioria elas próprias, se filmarem dentro dos motéis. A diretora sugeria temas, todavia o resultado era totalmente de responsabilidade dos frequentadores, estes por sua vez, eram diversificados em aspectos de gênero, estilos e até evangélicos toparam a ideia proposta do filme. A diretora se defendeu após a sessão quando indagaram que o filme era...

A campanha política

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Pedi meu primeiro gibi, do Chico Bento, ao meu pai, aos onze anos. Nesta idade, como quase todo garoto, queria gastar energia mais com o corpo do que com o cérebro. Logo em seguida, veio o gosto pelo cinema. Com um olhar atento, acompanhava meu pai me levando pra fazer companhia nas campanhas políticas pelo Brasil. Conheci muitos lugares desde novinho assim. E não só fazia companhia a ele, como observava o clima daquele negócio que é uma campanha política, que envolve muitas cabeças, que por muitas vezes cheias de ego, inclusive a do meu pai, como todos que se envolviam e compravam a briga daquele candidato. Enfim , separar o racional do emocional sempre foi o principal obstáculo para esses profissionais. Mas no fim dava certo: todos ganhavam bem e valia aquele esforço de acampar numa sala durante três meses e fazer o seu melhor em prol da campanha, essa vencida ou perdida. Fazia-se muitas amizades também durante o processo: todos correndo atrás das suas obrigações e f...

Bichos Escrotos

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Todos acertavam os últimos detalhes dos figurinos que iriam usar naquele casamento de grã-fino. Eu parecia invisível diante de todos, e além do mais, pai, irmão e conhecidos não acreditavam que de fato iria, que arrumava um terno, que para a ocasião se fazia obrigatório, pois dinheiro meu: não tinha para comprar. Acabei arrumando a roupa, hoje não lembro quem foi que emprestou a peça inteira, com calças, sapato e gravata, além do terno, e acabei indo ao casamento de uma amiga de um conhecido da família, melhor, ele era membro da família. Fui, mas não esqueci da sacanagem que me fizeram me olhando de invisível diante da ocasião. Era um casamento de gente importante, tanto que um ministro nacional estava no casório, além da alta sociedade do estado. Quando via os sacanas que não acreditavam que estaria ali, chegava perto do ouvido e falava: não falei que vinha? Eles me olhavam, davam uma risadinha amarela, e continuavam a me ignorar, no máximo falavam: que bom que veio...

Mussum, O Films

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Mussum, O Filmis , dirigido por Silvio Gindane, Brasil/2023. O filme é chapa branca por ser chapa preta pela r reivindicação ao racismo estrutural no Brasil, afinal como a mãe, e posteriormente Mussum dizem no filme: “ burro preto tem um monte, mas preto burro não dá”, ou seja, tendo-se a consciência de sua negritude, do seu passado, não se pode vacilar uma única vez justamente pela falta de condições de igualdade racial na época de Mussum e que se perdura aos tempos atuais, sendo que no passadis o racismis era mais escancaradis, como se via em Os Trapalhões, e hoje o mesmo racismo é melindrado por olhares ou outras vias do tipo. A cinebiografia acerta em não caracterizar Mussum como bêbado, músico e palhaço, pois ele era bem mais que isso, a começar a ser um excelente filho, que alfabetiza sua mãe, inclusive. Depois de Grande Otelo, este que deu o apelido a Antônio Carlos Bernardes, de uma espécie de peixe liso, rápido em pegar as coisas no ar. Mussum foi o segundo preto comedi...

O Som da Liberdade

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O Som da Liberdade , de Alejandro Monteverde, EUA/2023. Você sabia que, hoje, existem mais escravos comparando-se há tempos em que a escravidão era permitida, pois é, eu também não sabia, informação só consumada nas cenas finais do filme, este baseado em fatos reais, o que não deixa de ser mais triste, amargo, e com traços de fúria a quem assiste, também. E a escravidão, em sua maioria, ocorre por conta de crianças que sofrem de abusos, ou seja, o mundo tá cheio de pedófilos, e isto é um fato, e contra fatos não há argumentos; e o filme se envereda por esta Seara do tráfico humano. Já pensou deixar seu filho para ir no banheiro em um local público e quando volta não encontra mais ninguém: os traficantes agem assim também; outra forma é falar que é de uma agencia de modelos e mostrar aos pais que a(s) criança(s) têm um grande futuro no mundo da moda, e deixando-as fazer o tal teste, acabou-se, já foi e “perdeu playboy!”, nunca mais veria a criança, estatística verídica em novent...

A justiça é cega , e quem quiser que acredite nela piamente

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A justiça verdadeira nunca existiu, pois ela é, e sempre será cega. O que existe é alguém tentando fazer justiça pelos seus argumentos: um advogado qualquer que defende quem te dê os honorários pré-estabelecidos; e para julgar tais critérios estabelecidos pelos honorários a serem pagos, por critérios índividuais de cada advogado de cada parte, vem a figura do juiz ou da juíza, que tem a incumbência totalmente arbitrária, de julgar por conta própria, qual advogado ganhará a causa pelos argumentos que conseguiu criar com maior eficácia; resumindo e reescrevendo o que já foi mencionado: a justiça é cega, e cego mais ainda é quem acredita nela de forma radical com um veredito de um juiz ou juíza, este que mais uma vez, é arbitrário, excluindo casos lógicos em que nenhum advogado conseguiria ganhar a causa. Trocando em miúdos: tem muita coisa, eticamente, que está suja e errada no Brasil, talvez demore-se alguns séculos que consigamos colocar , ao.menos , em caminhos menos tortu...

Meu Nome é Gal

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Meu Nome é Gal , dirigido por Dandara Ferreira e Lô Politi, Brasil/2023. Longe de mim escrever que ouve erro na escolha dos atores, para quase, todos os artistas que aparecem em tela não serem parecidos com aqueles artistas que deveriam, excetuando-se George Sauma interpretando o poeta Waly Salomão: na primeira fala percebi já de quem se tratava, todavia nos demais foi impossível a pessoal ação distintiva. Para se ter uma ideia, em todo filme aparece duas vezes a figura da “irmã” Maria Bethânia. Oras, até a mais fácil de encontrar, pois alguém com olhos grandes e cabelos encaracolados não é tão difícil assim. Desta maneira evoluímos para outra questão, o que é mais importante: o ator ser parecido com o personagem biográfico ou o “ator” ou “atriz” que estiver bem na mídia, fazendo alguma novela da Globo ou algo do gênero, e simplesmente lembrar aparentemente com o personagem a ser biografado? A esta resposta deve-se considerar, financeiramente mesmo, o fato de o artista reconhecid...