Postagens

Conspiração e Poder

Conspiração e Poder , dirigido e co-roteirizado por James Vanderbilt, Austrália, EUA, 2016. Baseado em fatos reais o filme narra a trama de supostos favorecimentos ao então presidente George W. Bush na semana anterior as eleições que o reelegeria como presidente dos EUA. Tais favorecimentos abordavam que na década de 1970, George W. Bush não teria servido as forças áreas norte-americanas como todos imaginavam. Alguém teria “mexido os pauzinhos” para Bush ficar de “boréstia” na guerra do Vietnã. Ou seja: Forjou documentos para não ir combater no Vietnã, mesmo que sua história pública diga o contrário. Ou seja, novamente: Que ele teria ido a guerra e não teria ninguém que o ajudasse a mexer “os pauzinhos” para ele não ir. Em sua plena suposta e desejada reeleição tal notícia, oriunda da internet, poderia desencadear uma esmagadora derrota e adeus reeleição do Bush Filho. O filme tem o mérito em narrar a primeira estória real em que a internet teve, ou quase teve, uma repercussão ao ponto...

Que Estranho Chamar-se Frederico

Que Estranho Chamar-se Frederico , dirigido e co-roteirizado por Ettore Scola, Itália, 2013. O último filme do Scola fora uma homenagem ao seu amigo de fé e irmão camarada; o cineasta, talvez, mais importante da terra da bota de todos os tempos; ao menos para Scola ele era e este que voz escreve compartilha também mesma opinião. Não à toa surgiu o adjetivamento chamado por Felliniano virou moda quando alguma obra pulsa pelo destempero em misturar o real com o fictício. Frederico era isto; um ser a frente de seu tempo que cagava e andava para o politicamente correto e, por isso, foi apelidado de cineasta Pinóquio por suas obras brincarem com sonhos e realidades em um mesmo plano com a mesma proporção. Fato é que a bela homenagem a Fellini é um primor para quem é apaixonado por cinema. O filme, que é meio uma ficção com documentário ( como não poderia deixar de ser de outro jeito, em se tratando de Frederico ) nos permite a conhecer a trajetória de ambos cineastas desde do seus inícios....

Truman

Truman , dirigido e co-roteirizado por Cesc Gay, Argentina, Espanha, 2016. O ótimo filme fala bem mais com quem ficaria um cachorro que dá nome ao filme, após a ida para o além do seu dono com câncer terminal, interpretado pelo Ricardo Darín. A obra fílmica mergulha em um universo de uma pessoa com câncer, e mostra, embora de maneira caricata, como o doente resolve peitar à risca a doença, já que iria morrer mesmo sem ou com o tratamento, então resolve abandoná-lo e deixar que seus últimos suspiros sejam orquestrados por ele mesmo, e não por médicos e enfermeiras. O filme ganhou o festival de Tribeca com o prêmio Goya: O mais importante troféu do cinema espanhol, e não à toa. Trata-se de um filmaço. Ele consegue abordar a morte sem que percebamos; a certa hora do filme esquecemos que o protagonista tinha câncer por ele fazer exatamente as mesmas coisas que uma pessoa sã faz. Ou seja: Trabalhar, ter amigos, sair para um restaurante, ter namorada, etc. A atuação de Darín é estupenda, mas...

O Escaravelho do Diabo

O Escaravelho do Diabo , obra literária de Lúcia Machado de Almeida, com direção de Carlo Milani, Brasil, 2016. É muito bom assistir a clássicos da nossa literatura em adaptações para a sétima arte. Sente-se um clima de nostalgia, porém ao mesmo tempo, analisamos como se escrevia naquele tempo em comparação a hoje. As histórias de antigamente eram bem mais ingênuas. Se estivesse escrito que tal obra fosse destinada ao público infantojuvenil, esta não sairia das rédeas, até mesmo por que vivíamos em um período de censura ou pós censura da ditadura militar. Hoje vocês creditariam o livro best-seller Mundo de Sofia do norueguês Jostein Gaarden como uma obra destinada ao público infantojuvenil? Acho que não; tive o prazer de ler esta pérola para abrir meus horizontes aos vinte e dois anos e agora, relendo, que de fato estou entendo o livro. Então é nítido que em épocas diferentes também existiam um teor diferente no tocante “ a profundidade” da obra discutida ou lida. Entretanto voltemos a...

Para Minha Amada Morta

Para Minha Amada Morta , dirigido e roteirizado por Aly Muritiba, Brasil, 2016. Como é interessante existir vários “Brasis” em um Brasil. O filme do diretor baiano de Mairi, radicado em Curitiba Aly Muritiba explica um pouco disso. Ou seja, dos vários “Brasis”. A primeira sensação do filme que tive foi de estranhamento, afinal porque tantos “ silêncios barulhentos” Por parte do protagonista? O filme se diluí em nossas íris e, portanto, pegamos o seu ritmo contemplativo, porém ao mesmo tempo cheio de ódio e mascaras por parte do seu personagem principal; afinal o cara acabara de perder sua amada em um acidente automobilístico e dias após descobre que seu chão, ou sua amada morta, o traía com um ex-detento que ela ajudou a tirar das grades como advogada da área criminalista. O filme se desenrola na saga deste corno em saber quem era o sujeito e o que ele tinha que ele não tinha. Deixa sua única filha com a irmã e se faz de pastor para ficar coladinho que o tal “Ricardão”. Quando mencion...

Proibido Fumar

Proibido Fumar , da Anna Muylarte, com Paulo Miklos e Gloria Pires, Brasil, 2009. Nem adianta solicitar-me a escrever sobre filmes que estão arrasando nas bilheterias como Batman X Super-Homem. Não tenho saco nem para assisti-los e quem dirás escrever; chances zero. Posto isto venho através dessas letras resenhar um filme honesto da Anna. E não só honesto, mas que consegue uma coisa raríssima a película, que é entreter mostrando o cotidiano. É assim: Como protagonistas temos um músico e uma mulher que não faz nada. Ambos são vizinhos de lado de um prédio. O “cotidiano” citado é mesmo a rotina mostrada dessas personas bem normais. Ou seja: Mostra a batalha de um músico, interpretado pelo Titãs Paulo Miklos, e também a tentativa da sua vizinha, interpretada bem também pela Glória Pires, em parar de fumar. E o filme da Anna fica nisto, nesta relação de ambos e nas tais “metas”. O filme não cai no marasmo porque todo ser humano é complexo por natureza, seja ele quem for; se tiver braço, t...

Ruim É Ter Que Trabalhar

Ruim É Ter Que Trabalhar , de Lincoln Péricles, Brasil, 2014. Assisti ao filme em setembro do ano passado e só quis escrever dele agora, mas por que isto aconteceu? Não é o que se imagina. Ou seja: De ter tido preguiça de escrever de lá pra cá ou pelo curta ser ruim, e então a vontade não tinha batido. Ledo e Ivo engano quem apostou suas fichas nessas respostas. A real é que o curta é tão gigantesco que somente hoje tive a mensuração do que o filme teve em minha vida de cinéfilo. Mas por que isto aconteceu? Porque o curta metragem fala do valor do trabalho, e mais: Me fez a pensar que trabalho é para ser valorizado e remunerado dignamente. Vejam só os artistas que você encontra no metrô e dá uma moeda quando o está tocando seu instrumento. No fim do dia ele consegue uns cinquenta reais para dormir ao relento, pois o se come ou se paga o pensionato; isto seria justo? Acho que não. Ruim É Ter Que Trabalhar nos faz refletirmos se nossos trabalhos estão nos remunerando como deveriam, e mai...