Postagens

Neruda

Neruda , dirigido por Manoel Basoalto, com José Secall, Chile, 2015. Segundo Pablo Neruda: Poesia, política e vida não têm de ser separados, ao contrário do que pensa a maioria. A produção chilena já começa com o poeta no poder no cargo de senador da república em 1948. Como Neruda, por questões morais e humanas, era ferrenho crítico do presidente da época do Chile, foi logo literalmente caçado por este tendo que fugir pelos Alpes em direção à Argentina para não ser um preso politico. Todavia “tem males que vem para o bem “. Clandestinamente e escondido Pablo Neruda continua a escrever textos esculachando o presidente e mostrando seus cambalachos para a sociedade chilena. Além de continuar escrevendo tais textos políticos no caminho para a Argentina a cavalo, Neruda se embrenha a escrever um novo livro de poesia chamado Canto Geral, recebendo o premio Nobel de literatura em 1971 e doutrinado como um dos livros mais importantes do poeta. O livro tem o papel de observar as paisagens dos A...

Samba

Samba , dirigido por Eric Toledano, França, 2015. Embora o título pareça que o filme tenha alguma relação com o ritmo brasileiro, este não tem; Samba refere-se apenas ao sobrenome do protagonista: Um senegalês que vive por dez anos em território francês sem o visto de cidadão daquele país. O tema do filme é mais uma vez a emigração na Europa, tema este que está sempre presente, basta assistirmos a qualquer telejornal para termos uma ideia acerca disso com inúmeros refugiados africanos sendo pegos pela guarda costeira italiana, estes fugindo da fome ou de guerra civis. Entretanto voltando ao “Samba francês” como mencionávamos, este vivia ilegalmente no país trabalhando em restaurantes ou bistrôs, como preferirem chama-los. Fato é que de tanto o cara trampar neste ramo ele acaba por se tornar um bom Chef de cozinha, mas só que ilegal, ou seja, um prato cheio para contratarem por seus empregadores não terem a obrigação de assinarem a sua carteira de trabalho, e por isso estarem livres dos...

Lugares Escuros

Lugares Escuros , dirigido e co-roteirizado por Gilles Paquet-Brenner, França, 2015, com Charlize Theron no elenco como protagonista, porém falado em inglês apesar da produção ser gaulesa. O enredo é da trama dramática-policial é basicamente a seguinte: Uma criança presencia o assassinato de toda a sua família nos anos 1980 nos Estados Unidos, época esta que estava em alta a lenda dos chamados ritos satânicos em que jovens que ouviam rock pesado, como o Death , Heavy ou Trash metal , seriam seguidores de seitas que pregavam o estupro e assassinato de crianças para dar como uma espécie de oferenda aos seu Deus Satânico, conhecido como também o dito cujo Diabo, e em prol dessas oferendas os jovens que faziam estas ações teriam poderes sobrenaturais e seriam mais fortes e protegidos em comparação as outras pessoas ditas como normais. De fato esta historia com várias seitas satânicas aconteceram no fim dos anos 1980 nos EUA, e muitas crianças foram crucificadas em nome de uma força maior:...

Enquanto o sangue coloria a noite eu olhava as estrelas

Enquanto o sangue coloria a noite eu olhava as estrelas , bem dirigido e roteirizado por Felipe Arrojo Poroger, 2015, Brasil. As falhas humanas são os temas principais do filme e o seu começo já estanca uma situação no mínimo constrangedora: Um bullyng juvenil em um colégio. Dois adolescentes agridem física e moralmente um outro da mesma escola; Este outro um típico “sofredor de bullyng”: Cabelos longos, magro, tímido, sem amigos, calado e donzelo. As investidas sobre o jovem era justamente sobre esta sua última característica, ou seja, tirar o seu cabaço. Por isso o apelidaram como Buceta por nunca ter tocado em uma. Com o passar do bullyng cada dia mais agressivo deixando o cabeludo rapaz repleto de marcar no rosto, os bulinadores resolvem dar o golpe final no bulinado, chamando a garota que tirara todos os cabaços da escola para filmarem a primeira vez do Buceta. Ele, o buceta, tem uma reação atípica na hora que a garota promiscua se aproxima. Diante da sua atitude temos uma vaga pe...

Mirada paranaense

Meu olhar hoje vai para a Mirada paranaense de curtas-metragens, e o primeiro a ser resenhado tem o curioso título: Dessas coisas que acontecem , da Sueli Araújo, Brasil, 2015. O curta de vinte minutos , por isso não tão curto, nos cede a perspectiva de entrarmos no universo dos gays, e estes podem ser bem diferentes um dos outros. O enredo é o seguinte: Dois moradores se veem presos na área do seu prédio destinada a colocar as roupas para secar, uma espécie de varandão. Sem chave ou celular os dois são obrigados a conviverem durante um dia em um sol escaldante. As diferenças de personalidades logo aparecem; Enquanto um era mais desprovido e excêntrico, o outro por sua vez fazia o papel de intelectual tímido de óculos com lentes fundo de garrafa. Enquanto o excêntrico falava sem parar o nerd parecia mudo diante daquela situação atípica para ambos. Como estivessem no deserto do Saara, pois o Sol permitia este tipo de comparação, os dois tiveram que domar as suas diferenças para poderem ...

Soft in the head ( cabeça oca )

Soft in the head ( cabeça oca ), dirigido por Nathan Silver, 2011, EUA. Até parece que as pessoas podem escolher quem elas querem, na real acontece o inverso disso; Para termos um casal, ou seja, trocando em miúdos o que chama atenção de uma pessoa são as características incomuns a sua personalidade. Não à toa vemos tantas desilusões amorosas onde um lado só está afim mesmo de alguma coisa. Pois bem esta é mais ou menos a sinopse do segundo filme ( o primeiro foi o The Blind ) assistido do diretor Nathan Silver no festival de Curitiba, e com direito a um debate com próprio norte-americano após a sessão. Quando o indaguei do porque ele teria tanta tara em falar de gente, e em se tratando de pessoas porque gostava de levá-las sempre ao seu extremo. O diretor respondeu-me gentilmente que o tema “pessoas e seus relacionamentos” eram retratados em seus filmes porque este tem uma profunda admiração pela psique humana, afirmando que se não fosse cineasta seria um psicólogo. Ainda completan...

The Blind

The Blind , dirigido e co-roteirizado por Nathan Silver, EUA, 2009. A vida nunca foi um mar de rosas; Refiro-me à vida real e em especial ao cotidiano. Todavia a arte tem como função transformar a dureza da vida em alguma coisa mais agradável, fazendo da tragédia algo que nos ensine e que toquemos as nossas vidas de uma maneira melhor, mais leve, transformando aquilo ou aquela situação que está ruim em sustentável percebendo aquela situação com outros olhos e tentando achar então outras formas de enxergar os problemas da vida real. Trocando em miúdos é concretamente isto que o diretor americano quis nos transpor em The Blind, ou seja, apresentar a vida não como um mar de rosas, mas sim como uma intensa e bruta realidade onde a necessidade de uns em amarem ou se doarem ao extremo, se barra em contrapartida nas pessoas que precisam ser amadas. Para estes papeis temos uma garota de vinte anos que tem um coração enorme e uma missão em entregar-se a cuidar do outro, este que no caso seria ...