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Enquanto o sangue coloria a noite eu olhava as estrelas

Enquanto o sangue coloria a noite eu olhava as estrelas , bem dirigido e roteirizado por Felipe Arrojo Poroger, 2015, Brasil. As falhas humanas são os temas principais do filme e o seu começo já estanca uma situação no mínimo constrangedora: Um bullyng juvenil em um colégio. Dois adolescentes agridem física e moralmente um outro da mesma escola; Este outro um típico “sofredor de bullyng”: Cabelos longos, magro, tímido, sem amigos, calado e donzelo. As investidas sobre o jovem era justamente sobre esta sua última característica, ou seja, tirar o seu cabaço. Por isso o apelidaram como Buceta por nunca ter tocado em uma. Com o passar do bullyng cada dia mais agressivo deixando o cabeludo rapaz repleto de marcar no rosto, os bulinadores resolvem dar o golpe final no bulinado, chamando a garota que tirara todos os cabaços da escola para filmarem a primeira vez do Buceta. Ele, o buceta, tem uma reação atípica na hora que a garota promiscua se aproxima. Diante da sua atitude temos uma vaga pe...

Mirada paranaense

Meu olhar hoje vai para a Mirada paranaense de curtas-metragens, e o primeiro a ser resenhado tem o curioso título: Dessas coisas que acontecem , da Sueli Araújo, Brasil, 2015. O curta de vinte minutos , por isso não tão curto, nos cede a perspectiva de entrarmos no universo dos gays, e estes podem ser bem diferentes um dos outros. O enredo é o seguinte: Dois moradores se veem presos na área do seu prédio destinada a colocar as roupas para secar, uma espécie de varandão. Sem chave ou celular os dois são obrigados a conviverem durante um dia em um sol escaldante. As diferenças de personalidades logo aparecem; Enquanto um era mais desprovido e excêntrico, o outro por sua vez fazia o papel de intelectual tímido de óculos com lentes fundo de garrafa. Enquanto o excêntrico falava sem parar o nerd parecia mudo diante daquela situação atípica para ambos. Como estivessem no deserto do Saara, pois o Sol permitia este tipo de comparação, os dois tiveram que domar as suas diferenças para poderem ...

Soft in the head ( cabeça oca )

Soft in the head ( cabeça oca ), dirigido por Nathan Silver, 2011, EUA. Até parece que as pessoas podem escolher quem elas querem, na real acontece o inverso disso; Para termos um casal, ou seja, trocando em miúdos o que chama atenção de uma pessoa são as características incomuns a sua personalidade. Não à toa vemos tantas desilusões amorosas onde um lado só está afim mesmo de alguma coisa. Pois bem esta é mais ou menos a sinopse do segundo filme ( o primeiro foi o The Blind ) assistido do diretor Nathan Silver no festival de Curitiba, e com direito a um debate com próprio norte-americano após a sessão. Quando o indaguei do porque ele teria tanta tara em falar de gente, e em se tratando de pessoas porque gostava de levá-las sempre ao seu extremo. O diretor respondeu-me gentilmente que o tema “pessoas e seus relacionamentos” eram retratados em seus filmes porque este tem uma profunda admiração pela psique humana, afirmando que se não fosse cineasta seria um psicólogo. Ainda completan...

The Blind

The Blind , dirigido e co-roteirizado por Nathan Silver, EUA, 2009. A vida nunca foi um mar de rosas; Refiro-me à vida real e em especial ao cotidiano. Todavia a arte tem como função transformar a dureza da vida em alguma coisa mais agradável, fazendo da tragédia algo que nos ensine e que toquemos as nossas vidas de uma maneira melhor, mais leve, transformando aquilo ou aquela situação que está ruim em sustentável percebendo aquela situação com outros olhos e tentando achar então outras formas de enxergar os problemas da vida real. Trocando em miúdos é concretamente isto que o diretor americano quis nos transpor em The Blind, ou seja, apresentar a vida não como um mar de rosas, mas sim como uma intensa e bruta realidade onde a necessidade de uns em amarem ou se doarem ao extremo, se barra em contrapartida nas pessoas que precisam ser amadas. Para estes papeis temos uma garota de vinte anos que tem um coração enorme e uma missão em entregar-se a cuidar do outro, este que no caso seria ...

Koza

Koza , de Ivan Ostrochovský, com fotografia de Martin Kollár, Eslováquia, República Checa, 2015. Confesso que era um dos filmes que mais criei expectativa no festival de Curitiba, porém o filme deixa muito a desejar por insistir em um melodrama pra lá de mediano, e isto sendo generoso até. O primeiro erro do diretor foi chamar um ex-atleta olímpico para si próprio representar, e como protagonista; Oras: Tinha que chamar algum ator que fizesse um bom laboratório de ex-atleta olímpico, e com certeza, o resultado seria bem mais convincente. Atuações à parte, uma coisa que não podemos negar é a belíssima fotografia em locais surreais na Servia cobertos de muita neve, montanhas brancas e piscinas térmicas naturais em meia aquela paisagem inóspita e gelada branca. Como enredo temos um pugilista que tem uma esposa gravida querendo abortar, e o boxear por sua vez não. Deste modo o cara resolve voltar aos ringues para conseguir a grana para as despesas do parto, enxoval, etc. Então se junta a ...

Kommunisten

Kommunisten , dirigido e roteirizado pelo gaulês Jean-Marie Straub, França/Suiça, 2014. Festival de cinema é uma roleta russa; São vários gêneros de obras fílmicas. Tem filmes mais antigos, mais atuais e os chamados mais contemplativos ou experimentais, onde nestes últimos citados questões filosóficas são os centros motivadores das obras. No filme Kommunisten são setenta minutos de monólogos, ora em língua italiana ora em alemã, onde meia dúzia de personagens lê textos e manuscritos cujo principal tema é as ações que os homens fazem com os outros da sua espécie em troca de poder, status, dinheiro e território. Por ser um tipo de filme desabafo falado em alemão e italiano, os personagens recorreram a frases e ações dos seus principais heróis ou algozes para mostrar de que como o homem pode exercer poder sem limites em relação aos seus outros. Deste modo Hitler e Mussolini foram os principais centros de ataques das falas dos personagens no que tange a falta de liberdade que o homem atual...

Storm Children, Book 1

Uma das principais funções do cinema é a social. Ele é um instrumento para a melhoria de vida de milhares de habitantes alertando seus governantes ou até mesmo a ONU. Pois bem o filme que tem essa peculiaridade é oriundo das Filipinas, com produção de 2014 , direção e fotografia do cineasta independente filipino Lav Diaz chama-se Storm Children, Book 1 . O documentário de praticamente nenhuma fala e com duração de duas horas e vinte minutos disseca de forma poética a maior tempestade de todos os tempos que um país já sofreu exterminando metade da sua população. O evento aconteceu na própria Filipinas no ano passado, mas como o pais não é nem de longe nenhuma potencia econômica muitos, inclusive eu, não sabia do trágico e de certa maneira apocalíptica catástrofe. São duas horas e pouco de cenas de um país totalmente destruído pelas tempestades e tufões. Na real só existe lama embaixo de mais lama, e os que conseguiram sobreviver, cavando de forma frenética e desesperada os morros lamace...