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Caçada humana

Caçada humana , dirigido e roteirizado por Marcin Krzysztalowicz, Alemanha e Polônia, 2012. A obra fora premiada no sexagésimo oitavo festival de Berlim; A traição tem muitas caras: esta frase é o subtítulo ou chamariz do estratégico filme, frase esta que é atrelada ou posta em baixo do título do filme em seus folders de divulgação. A trama original é de origem estadunidense da década de sessenta do século passado. Em nosso Remake de 2012, o roteiro permanece impecavelmente igual ao original, e inclusive com o “ar de guerra” mixada ao mistério de cacoetes ( as ) que fazia o elemento instigante e nervoso do denso filme, e ainda com uma atmosfera literalmente fria em um rigoroso inverno europeu. Mas vamos aos fatos ou elementos que fizeram deste filme ser premiado em Berlim. Em primeiríssimo lugar tenho de ser honesto convosco: Tal filme não triunfou em nenhum outro festival a não ser o principal da Alemanha, o de Berlim. E não precisa ser nenhum gênio para compreender o porquê disso. O ...

Baixio das Bestas

Baixio das Bestas , dirigido por nada menos que Cláudio Assis e ainda com o roteiro de Hilton Lacerda, 2007, Brasil. Quando tecemos opiniões sobre diretores de cinema que se encontram aquém do seu tempo, ou seja, que estão vivendo em um período ou geração que não dá devido valor ao seu trabalho por puro; Primeiro: preconceito de mudar o já estabelecido; E em segundo lugar: pela ignorância, tanto da critica como a do público, por ambos não conseguirem entender ou captar a essência dos filmes e a genialidade visceral de um tal pernambucano mais conhecido como Cláudio Assis: o diretor - poeta. Já mencionei na crítica que fiz em seu outro genial filme: A febre do rato, que de tão profundo e poético, se pudesse ter poderes para isso, e somente por esse filme ( nem precisava usar como exemplo sua vasta e rica obra cinematográfica), já achava que desde aquela época que não existiria um homem melhor, mais preparado intelectualmente e, com culhões, para assumir o posto de ministro da cultura do...

Durval discos

Durval discos , de Anna Muylaerte,com Ary França, Brasil, 2007. Em alguns filmes as gírias e os comportamentos das pessoas que vivem em determinadas cidades fazem com que esse mesmo filme tenha suas personagens guiadas através do ritmo da cidade, ou seja, do cotidiano da cidade em questão. Por o filme ter sido rodado em São Paulo, fica claro a influência da cidade na tomada de decisões das personagens e ainda no que aconteceria na história do próprio filme. Porém o filme Durval discos, além de seus personagens terem um ritmo frenético por viverem em uma cidade que nunca para, leva consigo uma simplicidade inteligente em seu roteiro, principalmente a do seu protagonista, que era um vendedor de discos de vinil, onde essa tecnologia em consumir musica já se encontrava ultrapassada com os CDs, DVDs, Ipods, etc. A vida do Durval era pacata e ele, apesar de pobre, era feliz por trabalhar no que gostava: Vender "bolachões "e ficar ouvindo música o dia todo, e por vezes vezes conse...

Venus in fur ( a pele de Venus )

Venus in fur ( a pele de Venus ), com direção de nada menos que Roman Polaski, França, 2014. O filme tem apenas duas personagens e um cenário, que é um teatro. As personagens são: Thomas, um estreante diretor de teatro, interpretado por Mathiel Amalric, que pretende ensaiar a peça A Pele de Vênus,que é uma adaptação literária homônima do escritor Sacher Masoch, e uma atriz chamada Vanda, interpretada pela bela esposa do Polaski, Emmanuelle Seigner, que chega atrasada para o teste da peça, de modo que quando ela chega ao teatro todas as outras pretendentes ao posto já tinham sido dispensadas pelo exigente director estreante. A história se inicia com as desculpas da atriz pelo seu atraso. A tal desculpa é tão convicente que a conversa vai fluindo até que os dois entram no roteiro da peça e começam a ensaiar. De fato a peça é tão intrigante e visceral porque não temos a nítida certeza quando o diretor e a atriz estão discutindo suas vidas pessoais ou da lida do roteiro da peça. O clima, a...

O Guarani

O Guarani , dirigido e produzido por Norma Bengell, Brasil,1996. O filme é uma livre adaptação da obra literária homônima de um dos maiores romancistas brasileiros de todos os tempos: José de Alencar. Autor este que se confunde com a própria história do Brasil colonial. Embalsamado pela linguagem poética do livro, a diretora do filme tenta, na medida do possível, “impregnar” o filme com a poesia alencariana; Poesia ou livro aliais que sustenta a tese de que o homem europeu colonizador consegue se “entender” com os índios, representados na obra literária e no filme pela valente tribo dos Aimorés. Como protagonistas temos o índio Peri, interpretado por Márcio Garcia, e Ceci, a filha portuguesa do seu “patrão”, interpretada pela atriz Tatiana Issa. Peri, índio, se apaixona por Ceci, branca. Entretanto Peri tem alma e não permite se cristianizar a pedido de sua amada. Peri tinha sede por liberdade, mas seu coração andava dividido. Peri salvara Ceci da morte três vezes e atendia a todos os ...

A música nunca parou

A música nunca parou , dirigido por Jim Kohlberg, EUA, 2014. Confesso que de tanto ouvir de amigos críticos da área e de músicos, que esperava mais do filme. Ansiedade e cinema nunca se combinaram e não seria esse filme que iria mudar isso. A história é tocante, o roteiro do filme é inteligente em tocar no assunto de pai e filho com relações rompidas. Continua tendo êxito o roteiro por mostrar a reaproximação de pai e filho através da música devido a uma doença cerebral degenerativa, ou a amnésia do filho; Este que não via o pai durante vinte anos quando saiu brigado com ele por discordar de valores de rumos de vida e profissões em um período complicado dos EUA com a guerra no Vietnã estourada. Após vinte anos o filho é encontrado vagando nas ruas em um estado lastimável pela família ou ex-familia. Pela situação ou pelo fato do filho se encontrar em “outro mundo” a família, que na real era constituída somente pelo pai e a mãe, começam a ter a chance de cuidar pela primeira e única vez ...

Scarface

Scarface , dirigido por Brian de Palma, Com Al Pacino, EUA, 1983. Agora sei da onde vem todo aquele sangaréu que Tarantino imprime em suas obras. Ele bebera na fonte do Brian de Palma e aprimorou mais as mortes sangrentas, sabendo que estas chamariam muito público, o que de fato acontecera, ou seja, “Bingo” para Tarantino; “Descobriu” uma maneira de mostrar algo diferente para Hollywood, “maneira” ou estilo copiado que conquistou o público, mas não a maioria da critica especializada da “maneira” avassadora que imaginara que iria conquistar também . Porém não troquemos de diretor e paremos de comentar sobre seus “ ordinários discípulos”, que não reconhecem uma das suas fontes mais originais tanto em roteiro, por se basear sempre em histórias de vingança ou ascensão social; Mas como principalmente em direção fotográfica, onde existe ainda a máxima em vigor com o Tarantino, que é: “ Quanto mais sangue e violência melhor, e maior o público que vai pagar para assistir". Entretanto vamo...