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Trampolim do forte

Trampolim do forte , de João Rodrigo Mattos, Brasil- Alemanha, 2010. Em suma trata-se de um filme que conta ou narra uma certa fase em que todos já passamos: a infância, e como esta é marcante. Freud, o pai da psicanálise afirma que as lembranças mais importantes de uma pessoa acontecem até aos sete anos de idade. Após isso todas as ações que fazemos acontecem em prol dessas memórias e assim nos tornamos as pessoas que somos adultas, ou não, hoje. Em especial no filme essa infância é contata de uma forma sufocante e muitas vezes angustiante por se tratar de meninos e meninas negras e de baixa renda ambientada na cidade de Salvador, na Bahia de todos os santos. Orixás estes que se esquecem desses pequenos indivíduos e as ruas e a vida soteropolitana os acolhem como consegue, ou seja, de uma forma dura. Temos como fios condutores dessa cativante e comovente história dois amigos. Um sai de casa porque sua mãe inesperadamente some e ele não quer ficar com o padrasto bêbado. E o outro, que ...

Corpos celestes

Corpos celestes , dirigido e produzido por Marcos Jorge com Dalton Vigh e Rodrigo Cornelsen como protagonistas em épocas distintas, Brasil, 2011. O filme nos “perfuma” de um lembrete popular, que é:"Se tens uma chance: agarre-a com todas as unhas e forças, pois poderá ser sua última, apesar de ter sido a primeira também, ou seja, a sua única chance na vida". Esse ditado meio popular e meio inventado por mim traduz bem o sentimento do protagonista do filme. Este quando criança morava em uma cidadezinha interiorana das Minas Gerias em uma região bem parecida com a aridez do vale do Jequitinhonha dos livros do genial escritor mineiro Guimarães Rosa e um dos melhores escritores brasileiro de todos os tempos, escreva-se de passagem. Fato é que a história começa por esses lados duros e miseráveis do estado continental que é a nossa querida Minas Gerias. Um garoto é criado naquele ambiente seco e sem perspectiva para literalmente nada, ou seja, no meio da miséria. Eis que surge em s...

A criança ( L`Enfant )

A criança ( L`Enfant ) , com direção dupla dos irmãos Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne, França, Bélgica, 2004. O filme foi palma de ouro em Cannes neste mesmo ano, e com mérito, escreva-se de passagem. Difícil fazer um paralelo entre os adolescentes europeus com os sul-americanos, todavia o filme nos instiga a fazer isso, ou seja, ver uma realidade de jovens europeus e na medida do possível perpassar para nossos trópicos. A história começa com uma garota de dezoito anos saindo da maternidade com seu recém-nascido bebe de sexo masculino. Tal garota procurara o pai da criança, que na hora do parto,“partiu”. O pai era um garoto da mesma idade que vivia de pequenos furtos. Comandava uma mini-quadrilha, onde aliciava garotos de onze, doze anos para praticar pequenos furtos. O rapaz recebe a visita da namorada com a criança de colo e a garota avisa-o que tratava-se de seu filho aquele bebe. Não sei se para se safar ou para simplesmente mentir para ele mesmo, o rapaz revoltado, no seu inti...

O palácio francês (Quai d´Orsay)

O palácio francês (Quai d´Orsay ) , dirigido e mal roteirizado por Bertrand Tavernier, França, 2014. Um dos grandes problemas da sétima arte é esta não ter a mesma força em todos os lugares, ou seja, o que é sucesso em um lugar não necessariamente é noutro local. Esse é o caso de Palácio Francês; Um filme que agradou critica e publico em seu país, porém não agradou ao redor do mundo. O filme se baseia na relação de um jovem recém-formado em administração de empresas com seu novo chefe: O temido ministro de relações exteriores da França. O filme se torna monótono porque tal ministro insiste em ser um patrão rabugento que a todo o momento cita versos de seu filosofo preferido: Heráclito, e por isso o filme fica dando voltas a piadas “sem sal “ do ministro " pilhado" para com seus subordinados. De uma certeza saímos após a sessão: Que cultura difere-se de nação para nação,obviamente, e por vezes tamanhas diferenças são tão gritantes que determinada obra/produto não se encaixa e...

Um final de semana em Hyde Park

Um final de semana em Hyde Park , de Roger Michel, Reino Unido, 2012. Baseado em um fato verídico o filme conta a primeira visita de um parente da realeza britânica em solo norte-americano. O parente em questão viria a ser o futuro rei da Inglaterra; Um homem gago e tímido (o rei George VI). Por sua extrema gagueira o homem não conseguia se enxergar como rei, se achava incompleto para o posto. A visita do futuro rei da Inglaterra aos Estados Unidos tinha um caráter político já que naquela época a relação dos países “irmãos” estavam sob tensão por guerras mundiais e interesses econômicos de ambas as partes. O presidente americano era Franklin Delano Roosevelt (1881-1945), o 32º presidente dos EUA, interpretado por Bill Murray. O presidente tinha poliomielite, porém não deixava de “pular a cerca” com suas inúmeras amantes que tinha. A sua esposa, uma mulher forte, de certo modo entendia o lado poligâmico do marido. Era uma maneira que o presidente arrumara para “equilibrar” a sua incapac...

A manga chupada

O dia era propício para uma praia, o céu estava azul, o sol brilhava intensamente e com bastante mormaço. Alguns brothers já tinham voltado da praia e confirmaram que o mar estava liso, o vento era terão, enfim: um dia típico daqueles que chamamos na linguagem do surf como Clássico. Um grande swell tinha entrado na terrinha e a alegria estava estampada no rosto dos “madrugadores das ondas”, que logo quando amanhece já estão dentro d água alvoroçados. Trata-se de uma galera mais velha com hábitos saudáveis como dormir e acordar cedo, se alimentar bem, se cuidar acima de tudo, pois sentem que a idade chega e essa não dá mole pra ninguém. Como garoto cheio de adrenalina com meus 14 pra 15 anos que tinha, quando olhei para os olhos dos coroas e os vi brilhando de uma forma que nunca tivera visto antes percebi que era um dia clássico de surf. Imediata foi, como não poderia deixar de ser, a minha vontade de pegar o caminho mais curto para chegar na praia ou no pico. Fomos então Eu e mais doi...

A puberdade

Com a puberdade vêm as descobertas, às vezes boas e às vezes nem tanto. A estória que tenho hoje se encaixa nas nem tão boas assim, pois bem vamos a ela então. Tinha esse em vos escreve uns 16 ou 17 anos de idade, era um puta atleta já despontando como uma promessa no ramo futebolístico, mas especificamente no ramo de colocar a gorduchinha na rede, ou seja, como dizem aqui pelos lados do norte brasileiro: um brocador nato ou centroavante oportunista. Os babas ( peladas ou partidas de futebol ) com os garotos de minha idade já não era suficiente, estava além de meus colegas de idade em sentido de categoria futebolística e sempre dava uma maior confusão quando se era para escolher os times, sempre eu sendo disputado por vezes a tapas pelos capitães das equipes. Na medida que fui me alongando ou crescendo, fui me tornando cada vez mais veloz e habilidoso, modesta parte, visto que chutava com as duas pernas e cabeceava bem. Os babas dos amigos já não eram suficientes tanto pelo teor técnic...