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A Profecia de Alá e da Igreja

João era um garoto tímido, que não gostava de conversar com seus coleginhas de turma, nem no recreio. Os garotos o achavam “afrescalhado” e só vinha até a ele para dar uns grandes petelecos na sua orelha que já era vermelha de timidez natural, e com os inúmeros petelecos que ele recebia ao dia, as orelhas de João ficavam quase que parecidas com aos dos lutadores de vale-tudo, de tão irritadas. Um dia João teve de ir ao médico por causa disso, as orelhas estavam tão irritadas pelas pancadas, que João teve de fazer curativos diários e passar pomada para sarar. Mas João não disse nem a mãe dele, a Clara, nem ao médico o motivo de suas orelhas estarem tão mal-tratadas. Ele ficou com vergonha da mãe de falar a verdade e ela culpá-lo pelo fato, dizendo que ele era um otário e que tinha que se defender, então ele ficou na dele. Mas teve um dia em que João se revoltou, não pelos petelecos, ele não iria se revoltar com uma basbaquice dessas. João se “retou” quando o apelidaram de:” João, onde e...

Alan e Alana

Era a primeira vez de Alan, ele estava tenso. Ao alto dos seus dezesseis anos, ele estava de pé, em frente a seu pai, implorando para não ser levado ao brega da cidadezinha de Anápolis, no interior de Goiás. Alan gostaria de perder sua virgindade com uma menina do colégio dele, mas ele não tinha nem coragem de pedir em namoro a garota, que dirás pedir pra transar com ela, seria anos e anos de investimento, Alan até que gostaria de fazer esse investimento, mas faltava coragem para tal. E o pai de Alan, o Senhor Frederico até sabia da estória da paixão do filho pela garota, mas como ele não via desenvolvimento no relacionamento dos dois, decidiu tomar uma atitude natural para aquele e até os tempos de hoje em Anápolis, e disse-lhe assim ao filho: “Alan, é com imenso orgulho que hoje você vai ser descabaçado, hoje te levo pro Brega, você está preparado?”. Alan engoliu em seco, ficou sem ar nos pulmões, as pernas começaram a bambear depois que o pai falou. Todos os sintomas que uma pessoa ...

O ciúme do fumo

Carlos tentava parar de fumar, mas não conseguia. Tentava as placas que se colocava na pele, terapia, conversar com os outros, mas nenhuma tentativa dava êxito. Até que se “descobriu” ou assumiu dependente do tabaco e resolveu ir a reuniões em grupo de fumantes. Lá as pessoas falavam do porquê de fumar tanto ou pouco, o que o fumo tinha a ver com ansiedade, frustração e até mesmo indícios de depressão. Carlos abordou seu depoimento com todos os sintomas já citados juntos e a falta que lhe fazia uma criança e uma mulher em sua vida. Dizia que sentia sozinho, e por isso, muitas vezes se sentia com mais vontade de fumar. Às vezes fumava quarenta cigarros por dia, a depender do dia. Ia a todas as reuniões e via progresso. Foi diminuindo aos poucos até que estagnou e completamente parou o incessante vício. Começou a correr pelas ruas de sua cidade, se sentia mais leve e disposto, até seu humor se alterou. Correndo conheceu Marta, uma incrível triatleta, ao qual se apaixonou perdidamente des...

Tardô , mas não faiô.

André Antônio, um simples administrador de condominios de classe media, vivia em um eterno dilema : ser ou não ser ? Mas ser o quê? André queria ser escritor, roteirista ou coisa do gênero da arte. Mas ele tinha outra formação. Será que agora seria tarde demais ? Será que tinha potencial para se “ jogar” em outra profissão e tendo que começar tudo do zero? Será que André queria mesmo essa mudança? Parece que ele queria sim. A primeira ação que André tomou foi a inscrição para um curso de roteiristas amadores, tipo uma pós graduação. André pagava esse curso com o dinheiro do trabalho, do qual não queria mais, administrador. Adorava seu curso, e logo se tornou um dos melhores da classe, descobriu que tinha talento pra coisa. André começou então, esporadicamente e sem compromisso como curso, a escrever breves estorinhas . As vezes era romance, outras policiais e assim André alimentava a seu sonho de um dia ser diretor de cinema, era os primeiros passos que ele tinha de dar. Com o tempo fo...

O obstinado

Tem coisas na vida que não tem preço, pelo menos para alguns como Saulo, um esperto rapaz que quer se dar bem na vida sem passar em cima dos outros. Mas será que isso é possível? O rapaz quer acreditar que sim, mas não sabe o que o futuro lhe garante ou não, alias ninguém sabe do futuro. Saulo era auxiliar administrativo de uma pequena firma de entrega de encomendas feitas pelos corajosos motos boys da cidade de São Paulo. O chefe dele era uma senhora muito invocada e mandona, cujo nome se denominava Cris, mas para ele sempre Senhora Cris, nunca somente Cris. Um dia ele esqueceu de chamar-lhe de senhora e quase foi demitido. Então jurou que nunca mais esqueceria do tal tratamento obrigatório. Mas como lembrar sempre dessa merda de senhora, Saulo se perguntava sempre se iria ser despedido por esta gafe. Saulo tinha uma família grande e pobre, vivia num subúrbio violento e sujo, ao quais os governantes só lembravam no ano de eleição. A criminalidade era grande, e muitas vezes Saulo tinha...

Eu não nasci pra trabalho!

Porquê trabalhar é tão chato? Seja o que for, será que só porque sou baiano? Não! Eu não serei preconceito, e não jogaria no colo desse estado meus problemas pessoais.Já to cansado de fazer esta pergunta para mim mesmo: porque acho chato trabalho. Sei lá, acho que não nasci pra isso e não é papo de vagabundo não, é papo reto! Tenho escrito um pouco ultimamente, além das minhas escritas de trabalho político. Escrever é bom, ler também, mas é pouco.. e as vezes enche o saco..malhar idem.. não vou ficar aqui enumerando meus problemas pessoais, pois não adiantaria, mas acho que a magia de trabalhar na doit! Passou, muitas vezes é um martírio vir aqui, tanta coisa a fazer numa cidade desconhecida e ao mesmo tempo essas coisas desconhecidas nesta cidade se tornam tão insignificantes pra mim, que pergunto pra que faltar o trabalho? São questões existenciais confusas e tal, mas vou levando minha vidinha aqui na maior cidade da América latina, São Paulo. No inicio, esta me assustou ( nos prime...

A Obstinação de uma vida

Eduarda era uma menina atípica. Ela subia em pau de arvore, se metia nas brincadeiras dos meninos. Destruía todas as bonecas da irmã mais nova e adorava ver a sua maninha Marina, chorar até soluçar e não agüentar mais sem a presença da vossa mamãe Laura. Um belo dia Duda foi ao campinho de futebol dar uma olhada no jogo dos garotos. Ela ficou assistindo durante um tempo, mais logo mais quis participar daquele entretenimento: “Oi, posso jogar?”, ela pergunta logo ao maior do time que perdeu e que está sendo remontado com os outros garotos que estavam do lado de fora próximo a ela. O garoto Corpanzudo olha de baixo para cima dela, com um olhar cético diz: “Você agüenta jogar com garotos?”. Ela não responde nada e abaixa a cabeça. O garoto entende a mensagem dela, e diz: “se é o que você quer, mas não me venha com frescurice de mulher, aqui só joga menino e se você quiser jogar, vai ter que ser igual a menino. Ela diz risonha:” “tudo bem”. O jogo começa, Duda pega a bola da defesa e vai d...