Passagrana

Passagrana, dirigido Por Ravel Cabral, Brasil/SP, 2024. O que é mais interessante: roubar um banco na real ou na ficção; a esta pergunta o filme se esmerelha e faz da ficção realidade, através de um assalto fake, mas que não. Quatro jovens tranbiqueiros, do centro de São Paulo, roubam um caminhão com mercadorias que tem como dono um corrupto delegado civil. Após serem capturados, o tal delegado, interpretado por Caco Ciocler, chantageia os ladrões, de carreira ainda curta no crime, pedindos-lhe quinhetos mil reais, caso contrário todos iriam desta pra melhor, ou pior, vai saber; ninguém ainda voltou para sabermos o veredíto. Pois bem, nesta situação de dívida financeira com macacos mais gordos, o quarteto , quer dizer um dos quatro, tem a ideia de fazer um filme roubando um banco real, com atores reais e o escambal. Eles recrutam atores através de posters colados nas ruas, e vem muitos. O “diretor” começa a sessão de seleção e logo em seguida ven os ensaios do suposto curta metragem, que tem como sua ideia principal ser o mais visceral possível. Nos ensaios um dos atores recrutados pergunta ao diretor que sua inspiração viera dos filmes do dinarmarquês Lars Von Trier, e o diretor dá um migué falando que sim, que era seu principal cineasta. Acaba o prazo para o pagamento ao delegado, e os ensaios, idem. Chega o grande dia e tudo parecia estar nos conformes para rodar o filme naquela agencia bancária escolhida. Para os atores, os caixas, os seguranças e os clientes que estavam no banco eram outros atores também, de modo que atuaram sem medo colocando seus rifles e revolvers de plástico na cara de todos que ali estavam. Se fosse um assalto de verdade, embora este sendo, todavia se fosse com assaltantes reais, não sairia tão bem sucedido como foi o com atores por estes não carregarem nenhuma culpa ou ansiedade na “cena” que estavam produzindo. Daí vem minha pergunta que instigou essas linhas: viver na ficção não é bem melhor do que viver na realidade( interrogação); eu mesmo respondo: Lógico que é, mas é mais perigoso também, isto não se pode negar, porque a linha tênue entre a ficção e a loucura é finíssima, entretanto para quem tem já uma pre-disposição para a imaginação, criatividade e jobs desta área, fica praticamente impossível ser racional o tempo todo: não conseguimos, aliás ninguém consegue ser racional 24 horas por dia, entretanto para os mais providos de imaginação esta tarefa é impossível e ponto final, e cabe aos seres luz desta espécie se cuidarem para não perderem a mão, e fazerem uma viagem só de ida, consequentemente. O filme aborda uma metáfora da vida importante para todos, sensíveis ou menos sensíveis, que é :se permitirem a expandir suas mentes e horizontes sem a obrigação de viajar em na maionese em demasiado. E não subestimem a equação em ser lúcido ou ser louco: o meio termo disto é o que denominamos como : “ agora sim, entendi o sentido da vida e de como ela funciona melhor para mim e para todos “, afinal ficção e realidade se esbarram o todo momento, tanto em sua mente como também fora dela, e o intermédio destes dois “opostos” é o que nos fazem ficar bem, tanto pessoal como profissionalmente. Bela metáfora este filme nos mostra, onde a mentira pode ser verdade e o oposto idem, portanto andar na linha é recomendável, mesmo esta sendo um pouco torta, o que vale é andar nela para não desandar, porque é pra frente que se anda, independente da linha; e se acharem ruim a tal linha torta, que achem, afinal ninguém vai viver por você. O nome disso tudo é arte, e sabemos que a vida a imita desde sempre, então faça suas conclusões vendo este filme nacionalmente bom, embora o som direto nao ser um dos melhores, porque afinal de contas, nada é perfeito.

Comentários

Anônimo disse…
Sua crítica está maravilhosa!

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