Novos Ares
Aos 42 anos sai da casa da minha mãe e fui morar
sozinho. Verdade que já tinha tido esta experiência aos 29, morando em outra
cidade maior, São Paulo; todavia acabei voltando após hum ano; e porque então
essa experiência seria diferente agora? Porque aos 42 sei que não dá mais pra
voltar a morar com mamãe ou papai: agora sou só eu comigo mesmo e só saí da casa da minha mãe quando tive
absoluta certeza de que não voltaria mais. Demorou um pouco? Sim, já que a maioria
sai bem antes, ainda na casa dos vinte e nos mais tardá com trinta e poucos,
entretanto cada qual tem sua “ficha caindo” no seu devido tempo e procuro não
julgar pra não ser julgado, já que a decisão é intransferivelmente pessoal e
tal mudança só ocorre quando a certeza é certa de que a mudança será ou seria
necessária para o bem sempre, porque quem anda para trás é caranguejo. Quando a
ficha cai surge a pergunta: porque não fiz isso antes ! Pegar o lixo, lavar a
louça, fazer a faxina, preparar o almoço, fazer o café, ir ao mercado, pagar as
contas são as coisas mais estranhas de início: não que já não fizesse metade
dessas coisas, mas o fato de acordar e ter que fazer isso é bem mais
gratificante que cansante, ao menos até agora. A rotina ( ainda que com a
quarentena forçada) pode ser traiçoeira , ou seja, você acha que está tudo bem e
do nada seu psicológico cai, porém como mencionado, me preparei para tal
mudança de vida, de modo que estabeleço todos os dias metas a serem cumpridas,
e isso independente de que modo acordei ou deixei de dormir. Tais metas têm
sidos importantíssimas para manter meu estado mental de desempregado bem, tais
como: ler pelo menos 30 páginas do livro que estou lendo no momento, já que sempre
estou lendo algum, ou ao menos assistir hum capítulo da série do dia, já que
tenho este hábito há um longo período, graças a Deus, embora seja agnóstico ,
mas por força de expressão sempre falamos ou colocamos um “ graças a Deus” só
pra garantir a positividade: entre outras cositas que faz os dias e noites
passarem de modo produtivo, à medida que esta expressão possa caber a um
desempregado de anos de carreira, ou mais especificamente quase uma década
sendo um marginal social, mas querendo mudar isso daí. No mais a experiência em
ser dono de um lugar é muito legal, mesmo sozinho. Percebo que as pessoas
percebem que tenho essa responsabilidade agora, assim como esta obrigação. Com
a mudança esperamos que coisas comecem a acontecer na vida também, de modo de
quando fazemos a nossa parte as coisas enigmáticas que regem o universo e sua
força, façam por ela que mudem também, surgindo então um sistema ioiô. Por
exemplo: agora morando em minha casa espero que essa energia sobre tal mudança gerasse
um emprego e mais amizades, mas também me preparo para que isso também não
aconteça: trocando em miúdos, estou pronto para a batalha da vida e se estou
encarando a vida de frente , em frente às coisas vão surgir naturalmente, assim
como acontece na biologia da natureza. Riscos só nos paralisam quando não temos
consciência deles. Se isso não acontece, então é com a gente mesmo a responsabilidade
de orquestramos nossas vidas, e pensar positivo sempre ajuda e com consciência,
então: ninguém nos para mais.
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