BBB 20


Planejava este texto ao final de abril, quando o programa acaba, mas achei por bem antecipar. Pois bem: são vinte realities shows durante vinte anos seguidos, trocando em miúdos, desde 2000 temos o programa no ar. A minha geração, dos quarentões, começou a ver com vinte anos, e tem a geração que começou a acompanhar antes dos 20 e bem depois disso também: com trinta , quarenta e cinquenta anos; isto significa que eles estão agora com cinquenta, sessenta e setenta anos respectivamente, ( e duvido que alguém com essas idades avançadas ainda tenham saco para assistir ao BBB ). Admito que acompanhei no máximo aos 5 primeiros anos , ou seja de 2000 à 2005; após isso não vi mais nada, inclusive tomei tanta raiva do programa que fazia campanha contra no finado Orkut e depois, Facebook. Até 2019 continuei não vendo nada a respeito, contudo este ano de 2020, em especifico, me fisgou porque achei e ainda acho que a seleção dos participantes deste ano teve um “quê” à mais no sentido político em que o país passa atualmente desde a eleição do Bolsonaro. Comecei a assisti a primeira semana e logo percebi o tom narcisista em excesso dos participantes. Óbvio que para entrar no BBB tem de se achar “o rei ou rainha da cocada preta”, ou branca, sei lá. Mas os participantes deste ano superaram neste quesito narcisístico há todos os anos anteriores , sem dúvidas alguma, e acho que esta seleção não aconteceu por acaso, ou seja, teve muito a ver com a vitória do Bolsonaro nas urnas. Vejemos bem: nunca o BBB tinha colocado tantos artistas em uma mesma edição, e como é sabido, artistas tendem a ser ideologicamente “vermelhinhos”; daí é linkar a falta de trato que um tem com o outro ( Jair e Rede Globo ) para perceber que este programa fora feito especialmente pra ele, colocando como vencedor provavelmente alguém que não gosta e nunca votou e votará nele ( será que tem algum lá que votou nele? Acho que não, o radicalismo da Globo foi total esse ano ). O reality não acabou ainda, mas já temos alguns favoritos, dois homens: um que votou na Marina e outro que votou no Haddad. Trocando em miúdos: O que a Globo achava que era “problema” quando se atracava com o PT do Lula e logo após da Dilma , agora percebe que naquela época a rixa ainda era muito suave. Quando o presidente quer falar da Globo ele diz: “daquela emissora que conhecemos”, ou seja, a guerra agora é pra valer e sem direito a fair play de ambas as partes. Quem ganha são as outras emissoras, que ninguém praticamente assisti ( Record e SBT ), e quem perde é a população brasileira, que só vê a Globo, e por isso não sabe nada do seu presidente, ou sabe o que a Globo quer o que eles saibam dele; de modo que fica esquisito para as duas partes: perde o povo e seu principal representante por não conseguirem se comunicarem massivamente , e de certa forma perde a Globo também por colocar em xeque a sua licitude jornalística: acusação esta feita pelos apoiadores do presidente atual, e que até um cego com um ouvido , somente, pode perceber isso também. Voltei a ver o BBB20 somente por esta questão política: por esse ataque estratégico ao presidente , e de forma forte, após a novela das nove: o principal ibope da emissora. Pelo andar da carruagem essa quebra de braços se perdurará até 2022, com a Globo querendo a sua cabeça e este por sua vez, não fugindo do confronto, como é do seu feitio. Quem ganhará em 2022 ( já que não vejo como ter um impeachment ): joguem suas fichas e eles, os dois lados, preparem seus físicos e principalmente seus mentais para aguentarem esta longa maratona. Ademais ajuda a passar a querentena do Corana Vírus. É particularmente curioso saber que eles, os participantes, não sabe o caos que está fora, ou seja, é um monte de enclausurado vendo outros, mas estes concorrendo R$ 1,5 ; e nós salvando nossas peles.



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