Divaldo – O Mensageiro Da Paz


Divaldo – O Mensageiro Da Paz, escrito e dirigido por Clovis Mello, Brasil/2019. Ingmar Bergman já nos sinalizava, no final dos anos 1970, que o amor, e só ele, teria a capacidade em salvarmos de nós mesmos, e a prática do espiritismo também reza  a esta batuta: o amor como fonte divina e inesgotável para nossa salvação para nos livrar dos nossos fantasmas e limitações, entretanto a pergunta que fica é: como chegar a tal elevado patamar espiritual? No espiritismo existe dois, digamos assim, patamares de líderes espíritas: Kardec, o mais evoluído e “base” para os demais, com o seu best-seller Livro dos espíritos. Em segundos patamares sensitivos estão: Bezerra de Menezes, Chico Xavier e Divaldo Pereira Franco, como os principais líderes brasileiros até então. Sobre Divaldo, a estória começa em Feira de Santana, onde, ainda menino o médium via, ouvia e falava com mortos o tempo inteiro. A sua urgência em ser luz para o máximo número de pessoas possíveis, o fez mudar para a capital, Salvador. Em entrevista o médium afirma que o filme não é uma cinebiografia, mas o roteiro lhe foi enviado e ele pode dar suas opiniões também para a trama fictícia, e que no final gostou do que viu, mas que definitivamente não trata-se da sua cinebiografia.  O espírito guia, ou o morto predileto do Divaldo era uma freira chamada por Santa Edvirgens ; ela o guiou para que ele fizesse tudo o que fez, ou seja, foi mais por culpa de uma morta do que da mediunidade dele que ele conseguiu criar a Mansão do Caminho: um local de assistência para os mais necessitados ( em certa cena Divaldo dispara: “pobreza é uma coisa e miséria é outra totalmente diferente, por isso que ajudo sem pedir nada, pois em comparação a esses miseráveis, já tenho bastante ). O que não ficou bem costurado no filme foi a criação da Mansão do Caminho: lugar espírita que ajuda muita gente em Salvador, e todavia nem sequer abre-se uma cena contando como o local espírita ganhou tanto espaço físico e prestigio na capital baiana. Talvez o filme não deu tanta importância a este importante fato na vida de Divaldo pelo fato da Mansão do Caminho estivesse sempre em acordo com os principais políticos baianos e soteropolitanos , através de regalias em espaços para a construção da Mansão, ou até mesmo na manutenção daquilo que chamamos de lar espiritual que cuida também da matéria física, ensinando, inclusive, cursos técnicos como padeiro, confeiteiro etc. A grande sacada do filme foi não endeusar o médium Divaldo, colocando-o como um ser humano normal cheio de paranoias, como por exemplo ter um espírito obsessor que lhe quer colocar “pra baixo” o tempo todo , impecavelmente interpretado por Marcos Veras. Comparando-se a outro filme espírita , Kardec, o qual coloquei super expectativas, o filme do Divaldo bate um bolão.


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