A Finada Mãe da Madame
A Finada Mãe
da Madame, dirigido por Bernard Attal,
Brasil/BA, 2016. O diretor, apesar de ser francês, pode ser considerado um
soteropolitano, já que vive aqui há muito tempo, e de certa maneira, não deixa
de ser uma mola propulsora a fim de injetar aos diretores da terra um olhar
mais europeu em suas obras, ou ao menos tentar fazer um mix do nossa latinidade
tropicalista, adicionando o pragmatismo dos inventores do cinema. Pois bem, o
filme em questão é do gênero da comédia. A ação temporal da obra fílmica ocorre
por volta, ou talvez, durante os anos setenta, numa Salvador tranquilona, onde
podia-se andar de madrugada pelas ruas, sem medo de assaltos ou crackeiros.
Alias, o trabalho de figurino e cenografia de época do filme é impecável (
imagino que deve ter sido difícil achar tantos elementos de época sendo um
filme de baixo orçamento..). Acerca do elenco, temos muitos atores a atrizes
baianas talentosas, mas o chafariz da campanha publicitária foca-se em uma estrela
global, a atriz Ângela Maria e sua beleza atemporal, esta que faz a sogra que
“bateria as botas”, e deixaria uma herança para sua filha e genro, este último,
por sinal, cheio de dívidas. Mas vamos um pouco falar sobre os personagens:
Pois bem, primeiramente temos um casal composto por: uma esposa carente e um marido
boa praça e vida, que também era bancário. Certa noite o marido resolve pegar
um “vale night”, e ir a um baile no lendário Clube dos Fantoches, com os amigos
que sabiam curtir a vida. Quando, mas que de repente, eis que surge uma egípcia,
com um dos seios de fora, pendurada em uma cama aérea com seus escravos
carregando a bela musa até o centro da festa, festa que tinha como tema a
própria musa, que surgiria para deixar completamente louco, e cheio de tesão
acumulado, o nosso marido, que de saco cheio da sua rotina de bancário e esposo,
resolve “bater” nos fantoches e dá-se de cara com um mulherão daquele, que era
ainda o tema da festa, e por isso não somente cobiçada por ele, ou seja, a concorrência
era grande. Andando a pé, o maridão chega embriagado em casa completamente
molhado, também, por uma chuva, ou melhor, um toró. Mesmo molhado e mamado, e
não necessariamente nessa ordem, nosso protagonista encontra sua esposa, super
carente, esperando. A partir dai rola um super "Drzão", leia
discussão de relacionamento, até que esta é interrompida por um chamado na
porta. Era o mordomo que veio comunicar a “morte” da sogra. Todavia tudo não
passa de um engano, pois quem falecera era a sogra do vizinho e não a dele,
fato este que só o colocou em maus lençóis pelos tantos cheques que já tinham
feitos e enviados por correio aos seus devedores, contando com o dinheiro da
herança da sua sogra “morta”. Enfim, comédia é o gênero mais difícil de fazer,
e o diretor acertou em alguns aspectos e errou em outros; porém ainda assim
achei o melhor longa baiano visto, até agora, neste bom ano de 2017 de
produções da terra; Então sugiro que confiram o filme e se divirtam bastante,
pois momentos hilários é que não faltarão para boas gargalhadas; vale super a
pena conferir, e o filme encontra-se nas melhores salas de cinema da sua
cidade, seja ela pequena ou não.
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