L’ infini

L’ infini ( Infinito ), de Lukas Dhont, Bélgica, 2016. A carga poética da obra é estonteante ao ponto de sairmos emocionados da sessão. Trata-se de um curta metragem de vinte minutos onde acompanhamos a relação entre um pai com um filho, de nove, talvez oito anos. A bestialidade do pai, ou melhor, o fato do pai ter uma natureza “hormonística testosterônica demasiada”, faz com que essa relação pule em tela e seja a protagonista da obra, fazendo desta sem personagens mais ou menos importantes que outros, mas sim o fato dessa relação onde, um: com sua pequenez infante fraqueza física entende aquele ser bestial que não conhece limites por agir de acordo com seus instintos que os norteia, aqueles mais primitivos, ou melhor, aquela raiva inexplicada do mundo que o ser bestial não consegue compreender e tampouco outros que vivem ao seu redor, como por exemplo a sua esposa. Todavia o garoto, e isso talvez por questões genéticas, entende o que ninguém quer e conseguem captar. Talvez se a bestialidade não fosse do pai ele também não entenderia, mas como o "dele" estava “na reta”, ele entende também por gesto de amor e também instinto de sobrevivência, pois já que sua mão fora violentada naturalmente o próximo da lista seria ele. Entretanto mas que uma ação de sobrevivência o curta nos mostra os laços genéticos em seu pleno esplendor de amor, onde, talvez só uma criança consiga se abrir para mostrar esse sentimento sem firulas, e acima de tudo verdadeiro: uma pérola a ser conferida.

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