Perros

Sou um sujeito conhecido aqui pelo bairro onde moro há trinta e cinco anos, como um admirador dos animais, mas especificamente dos cachorros. Nessas três décadas e meia por aqui perdi a conta de tantos cachorros que tive por morar em uma casa espaçosa. Tenho em mente memorias de cada idade porque tinha tal cachorro que fazia-me essa conexão com coisas importantes que aconteceram em minha vida e dos meus próximos parentes. Por mais descabido que seja os dois cachorros que mais gostei não foram meus , mas sim da minha irmã mais nova. Esse fator ocorreu devido ao tempo desses animais. Ambos viveram muitos anos e eram os meus filhos, mesmo que sendo adotados. Tive, eu e a minha irmã, uma cadela chamada Laika dada por nosso pai, comprada na Boca do Rio da raça Cokker Spennial, mas que da Boca do Rio. Laika era mais miudinha que outros da raça , mas a sua longevidade foi um fator a ser estudado: ela morreu com mais de dezoito anos, e isso porque foi sacrificada. Esta, sem dúvidas, foi a primeira decisão mais difícil que na vida que tomar quando aproveitamos, eu a minha mãe, a uma viajem da mana com seu boyfriend, e decidimos por tirar a bichinha daqueles gemidos incessantes de mais de um ano. Após ter feito vi que tinha acertado, afinal ninguém merece sofre, principalmente o melhor amigo do homem. A Laika foi especial porque pegou parte da nossa infância e toda adolescência. Já o segundo cão que mais marcou-me fora o meu último também: O Léo, um Golden Retriver,  que minha mana conseguiu descolar de graça vindo de um sitio no estado de São Paulo. A doação ocorrera porque o Léo tinha um problema cardíaco de modo que toda a sua ninhada foi doada também. O cão caiu em minha mão e peito quando minha irmã arrumou outro namorado e esse tinha ciúmes do cão por ter convivido com o ex- dela, ao menos assim fiquei sabendo de modo que aí estava outro presente , talvez de grego ou talvez não, chegando em minha varanda outra vez. Léo foi o cachorro mais carinhoso e inteligente que tive: nossa conexão era uma coisa de outro mundo; o Golden em geral é uma raça sensível, não a toa que crianças gostam tanto. Devido a seu coração Léo foi engordando durante os anos. Não aguentava andar tanto no sol da Bahia. Lembro-me de duas situações que passei com ele: a primeira foi em uma praia distante da cidade. Botei ele no carro e lá fomos nós passear. Fechei o carro e esqueci a chave com Léo dentro num puta de um calor de um domingo de meia dia com todos os chaveiros fechados. Perdi a sola dos meus pés andando por Stella Mares tentando achar um chaveiro para salvar meu dog, e consegui após mais de uma hora ele dentro. A outra lembrança foi quando ele ainda bem novo foi levado à praia pela primeira vez. Queria porque queria que ele entrasse no mar comigo, coisa de surfista. Joguei ele dentro d’água e disse: fica aí porra! O Léo deu uma disparada e eu saí como um louco atrás dele pela praia. Léo saiu da praia e subiu para a pista onde carros passavam a toda velocidade. Gritando com ele e os carros consegui evitar o atropelamento e vi que aquele cachorro bonito tinha personalidade e passei a respeitá-lo. Enfim , cachorro pode ou não ser um presente de grego. Por exemplo, se não estiver com saco para dar voltinha pra ele cagar e respirar todo dia, então é melhor não assumir essa responsabilidade, afinal estará tendo um filho de quatro patas. Os Peros são os melhores amigos do homem, isso é inconteste, mas tudo na vida tem um preço, salgado ou não.

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