O Apartamento

O Apartamento, dirigido e roteirizado por Asghar Farhadi , Irã/França, 2016. Em mais ano o cinema iraniano será muito bem representado no principal prêmio da indústria cinematográfica do mundo: O Oscar 2017. Em recente entrevista no Festival de Cannes o diretor, que levou dois prêmios por lá como melhor roteiro e ator por Shahab Hosseini, disse que os intelectuais no Irã ainda são muito desmotivados a fazerem suas profissões e por isso escolheu como tema dessa vez um grupo de teatro que encenava a peça O Caxeiro Viajante, uma analogia a falta de espaços e fomento para quem é da área e completa: “ Quis abordar o universo teatral porque este ainda é pouco apedrejado se fizermos uma comparação com o cinema”, afirma o diretor. A obra fílmica também não se esquece dos dilemas morais, machistas e sociais do seu país, e está tudo lá em tela, transparente como um copo d´água, isso é se você conseguir algum copo. O filme começa com uma cena catártica com o principal casal de atores da peça tendo que sair do seu apartamento sob um aviso de que o prédio estava por cair ou a cair, já que suas paredes encontravam-se rachadas. Um outro membro da trupe teatral consegue o tal apartamento que dá nome ao filme. Sem muita escolha eles acabam por aceitar o rápido apartamento achado por seu colega ator. O imóvel estava vazio e a dona sumira sem dar notícias. Mesmo estando tudo muito simples , fácil e estranho ao mesmo tempo o casal faz a mudança para o local. Eis que alguns dias após a mulher é atacada quando tomava banho e sofre um acidente, banal é verdade, mas que fica com uma touca até os últimos 122 minutos da obra. Mas que o acidente físico o que pega mesmo é trauma moral e psicológico tanto para quem fora bulinada pelas costas , mas principalmente para seu marido que mesmo sendo artista prega em sua cabeça que teria que desvendar esse mistério e descobrir quem fez isso com sua esposa , mas principalmente com ele, afinal o fundamentalismo de qualquer tipo de coisa não é o pior dos males humanos, quero me referir ao idealismo extremo de qualquer coisa que seja, e pode ser no política, esporte ou qualquer coisa a mais. Fato é que a partir dessa revolta camuflada e blindada por parte do protagonista da trama é que temos um jogo de caça "gato ao rato", onde só poderia dar em merda. O filme, que dá uma pincelada sobre tudo que vivemos sob a pretexta  vingança do marido a alguém que fez mau a sua mulher, mesmo sem saber quem era ela ou sabendo, mas o tema de vingar-se de algo ou alguém: ou por vontade própria ou pra ficar “bem na fita” com a sociedade pode ter consequências desastrosas no final. Enfim acho que o filme nos permite mostrar o quão anda doente este planeta pelo uso da autoridade de quem se acha para  permitido a fazer isso.  O filme não deixa de ser um aviso aos EUA ou até a Belo Horizonte ( isso para abrangermos todo os espaço global mesmo ou com o Trump ou com o Calil) , que autoritarismo em cheque será o grande desafio dos próximos anos para o planeta Terra. Ou seja: ou evoluímos ou nos lascamos de uma só vez. A hora para mudar isso é agora com os governantes estreantes que elegemos.

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