Doutor Estranho
Doutor Estranho, dirigido por Scott Derrickson, EUA ,2016.
De início
obrigo-me a rever meus conceitos acerca os outros super-heróis da Marvel. Pra quem
ainda não está familiarizado, todos sem exceção personagens criados pela
Marvel são oriundos dos HQS ou mais popularmente gíbis ou estórias em quadrinhos,
como queiram chamar. Doutor Estranho é também um deles, mas só que não é tão conhecido
como, por exemplo, o Hulk ou o Homem-Aranha. O HQ do Doutor Estranho surgiu no
início da década de 1960 e não bombou assim como os outros de modo que o ator Benedict
Cumberbatch teve toda a liberdade em fazer o papel de super-herói do quase desconhecido héroi e talvez por isso se deu ao luxo de criar seu próprio personagem sem
muito preocupar-se com aquele do HQ longínquo que quase ninguém, conhecia, a
não ser os ávidos nerds da época e de plantão, número este pequeníssimo em
comparação ao resto da bilheteria que o filme arrecadou no final de dezembro do
ano passado. O protagonista é
um médico que, alias um neurocirurgião cheio da grana e ego que, após um
acidente de carro perde a sensibilidade das suas mãos. Destronado como o melhor
cirurgião da sua região depois do acidente o doutor vai ao Himalaia quando
sabe que um paciente seu voltara a andar com a cura que teve por lá. Ainda incrédulo
o doutor estranho pega sua mochila , deixa sua girlfriend e vai ao pico em busca da cura. Lá chegando encontra uma monja casca-grossa que a trata como se fosse um dos vários
enfermos que lá vão e já de saco cheio de tanta gente pedindo ajuda ela o
esnoba e o manda para ele dar o fora, no caso que volte aos EUA. Doutor
Estranho persiste e dorme noites ao relento em frente à porta do mosteiro não
desistindo de ter novamente a firmeza das mãos que lhe deram tanto prestígio
como dinheiro, enfim o cara não desiste de voltar a ser o que era: um respeitado neurocirurgião. Vendo a sua persistência a monja, que na real teria
que ser um monge pelo HQ, pergunta o que ele quer e ele então conta sua história e
fala que não sairá sem suas mãos curadas. A monja vê a soberba do cara aí
e diz: “ No way”, ou em bom português: assim , sem chances. O Doutor Estranho
capta que teria que se transformar por dentro para aí sim ter algum tipo de
chances para sua cura. Mergulha-se internamente em suas dificuldades e virtudes
lendo como nunca tinha lido nem mesmo na época do seu doutorado; lia livros específicos
na biblioteca do monastério e assim descobre que sua cura poderia ser o mínimo que
poderia aprender. O ponto chave do filme era o de controlar o tempo e virar
imortal, coisa bem mais importante que uma simples cura de mãos e status para
ser quem era antes; na verdade o doutor já estava predestinado a ser uma coisa
bem maior : o guardião do planeta Terra contra um inimigo usurpador que ansiava
por dominar o tempo e assim conseguir a imortalidade para acabar de uma vez por
todas com esse papo de morte. Todos que se unissem a ele teria a imortalidade ,
mas com um dilema ou missão: acabar de uma vez por todas com todos os universos
possíveis para que só eles pudessem controlar o tempo e assim terem as suas
imortalidades intactas. A sua guru era contra isso de exterminar todo o
universo com o planeta Terra e seus habitantes dentro, mas tinha uma
contradição nela também: é que para proteger a Terra contra seu inimigo tirano ela própria protege-se se tornando imortal para ter mais força para lutar contra seu
inimigo. Quando sabe desse fato o Doutor estranho fica boladão com sua monja e
sua cabeça meio que despiroca e pergunta pra ela: “ Pôxa senhora monja, eu aqui lutando
com você contra a imortalidade e agora você vem com essa que é imortal também”.
O inimigo da monja e ávido usurpador de universos, sejam esses paralelos ou
não, diz: “ Tá vendo aí Doutor Estranho,
quem não queira a imortalidade agora se diz imortal para bens maiores; mentira
dela. Ela é imortal por vaidade e não por querer defender a Terra de mim”. Mas
a missão que era destinada a monja, que era defender a Terra, já estava
passando para outra pessoa: o Doutor Estranho, e ele , ansiando ser imortal ou
não entende o recado e vai a batalha contra o inimigo dos universos alheios. O
final vocês já podem prever: uma baita luta entre eles com imagens "estranbolicamentes" surreais com universos se encontrado e desencontrando a todo instante,
mostrando que tempo e morte são relativos , ou quase isto. Um filmaço de entretenimento que ainda faz pensar em física e química quântica para sairmos das nossas rotinas ordinárias.
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