Para Minha Amada Morta

Para Minha Amada Morta, dirigido e roteirizado por Aly Muritiba, Brasil, 2016. Como é interessante existir vários “Brasis” em um Brasil. O filme do diretor baiano de Mairi, radicado em Curitiba Aly Muritiba explica um pouco disso. Ou seja, dos vários “Brasis”. A primeira sensação do filme que tive foi de estranhamento, afinal porque tantos “ silêncios barulhentos” Por parte do protagonista? O filme se diluí em nossas íris e, portanto, pegamos o seu ritmo contemplativo, porém ao mesmo tempo cheio de ódio e mascaras por parte do seu personagem principal; afinal o cara acabara de perder sua amada em um acidente automobilístico e dias após descobre que seu chão, ou sua amada morta, o traía com um ex-detento que ela ajudou a tirar das grades como advogada da área criminalista. O filme se desenrola na saga deste corno em saber quem era o sujeito e o que ele tinha que ele não tinha. Deixa sua única filha com a irmã e se faz de pastor para ficar coladinho que o tal “Ricardão”. Quando mencionei de ritmo e de vários “Brasis”, o filme explicita isto. Se fosse um filme baiano poderia ser até lento, mas com certeza seria escroto, cheio de risadas altas , etc. Mas o curitibano Para Minha Amada Morte é lento , porém denso, típico de uma outra cultura, esta não africana como da Bahia, mas polonesa, típica dos descendentes da região Sul do Brasil, em especial a Curitiba. Existe uma carga de tensão em todo movimento que o protagonista faz, embora este aparente estar tranquilo, mas não está. O sujeito quer vingança e não aceita de jeito nenhum ser corno, mesmo após a amada estar morta, afinal tinha a sua honra em jogo; o que iam falar dele se alguém descobrisse o segredo, isto seria inadmissível. O bacana do cinema é permitir-se estar em um cinema, e também estar em vários lugares sem sair dali, e o filme nos transporta para um costume mais formal, onde um olhar ou uma frase pode falar bem mais do que especificamente está dito. O filme vem percorrendo, e vencendo alguns festivais, Brasil e mundo afora, e agora chega a sua terceira semana em cartaz, coisa esta dificílima de acontecer tratando-se de filme nacional. Para Minha Amada Morta é sem dúvidas uma boa pedida para um entretenimento fílmico de qualidade, e além disso, o filme permite-se uma autoanalise, afinal todos podem serem traídos ou traidores algum dia.

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