Não É Meu Tipo

Pas Son Genre, dirigido e roteirizado por Lucas Belvaux, França, 2014. A tradução para o português ficou algo como: “ Não é meu tipo “. ARCO NARRATIVO: Um professor de Filosofia se muda de Paris para Arras, interior provinciano francês a poucos minutos de trem da capital luz, para continuar lecionando, já que forçosamente fora transferido para aquela cidadezinha sem muitos atributos culturais a oferecer e ainda por cima tendo de aguentar o mau humor do povo interiorano em relação há quem vem de fora. As suas aulas são pouco aproveitáveis para os alunos, estes não dando a devida importância para a disciplina Filosofia. O professor, por sua vez, também estava se lixando se alguém queria saber a importância da sua disciplina, tornando assim quase como se fosse um funcionário público padrão que vê as horas e torce para que elas passem rápido e ele volte pra casa, bar ou onde quer que queira ir. Neste marasmo do cotidiano de um professor, que estava fadado a falta de motivações, surge então uma bela cabeleireira na sua vida para preencher aquele silêncio daquela cidade pacata e pouco interessante. A moça de início, como quase toda interiorana (ao menos as da Bahia... ), se faz de difícil. Todavia como o professor não estava fazendo nada mesmo, ele teria todo o tempo do mundo para suas investidas naquele avião ( e olha que não foram poucas ), mas após algumas sessões de cinema e jantares os dois se entendem e engatam um relacionamento. O sempre gentil professor é um homem perfeito: Nunca tem ciúmes, nem tampouco fica bravo com a namorada em momento algum, teria ela ganho na loteria? A moça, por outro ângulo, se via cada vez mais apaixonada por aquele homem perfeito que até se parecia bastante com ela, fora a hora dos livros que a presenteava como o primeiro por exemplo: O Idiota, de Dostoiévski. E é aí onde queria chegar nesse texto: Será que a falta de conhecimento pode interferir para que uma pessoa se apaixone por outra? O filme deixa nítido que sim, que se não existir uma reciprocidade intelectual, as chances de um estar só pelo sexo e companhia é bem grande. O que achei interessante na trama é que o diretor ou roteirista colocou como personagem uma cabeleireira sem muita instrução, mas totalmente sensível como pessoa, e por isso seu status quo existência sobe bastante e já não sabemos que é que está com a razão, ele com seus dotes de escritor intelectual escondido ou seria ela, uma moçoila que reconhece que o estudo fez falta naquele momento da sua vida onde se via completamente apaixonada, mas que a arte a fazia, por vezes, maior que a intelectualidade do seu amado, ou melhor, já teria ela passado por esta provação de intelectual em uma vida passada e agora estaria em outra espécie de evolução? Sei que ando batendo muito nesta tecla da reencarnação, mas de fato não tenho ideia formada acerca do tema, apenas indagações, então perdão se a mão está pesando para esse lado. Porém voltando a crítica, que inclusive foi severa ao filme taxando como péssimo, de fato não temos um baita filmaço, mas temos um bom argumento de roteiro ( que é exatamente esta união improvável de pessoas tão diferentes ) , que se tal roteiro pudesse ser melhor trabalhado o resultado da obra poderia ser outro; pena que dessa vez não deu, ao menos fiquemos com a beleza da atriz cabelereira.

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