Sanã

A angústia descontrolada. Sanã, de Marcos Pimentel, Brasil ,2013. Correrei o risco em ser redundante, mas é que não dá para escrever sobre o curta sem comentar sua bela fotografia. Acho que obras fílmicas produzidas a céu aberto e com tamanha natureza exuberante faz com que o trabalho do diretor de fotografia seja menos estressante do que um diretor de produção, por exemplo, pois a natureza dá uma baita força para captar as imagens. Sendo filmado nos belíssimos lençóis maranhenses este curta metragem nos conta o estranhamento de vida ou da vida de um menino Albino. Este se sente estranho devido a sua cor de pele, extremamente branca, porém castigada pelos raios ultravioletas do nordeste brasileiro. Como não consegue achar ninguém igual a ele, percebemos e acompanhamos seus passos solitários em meio aquele areal sem fim do Maranhão. Chega a ser angustiante o seu enclausuramento social contrapondo-se a faixa territorial que o garoto vivia, ou seja, aos grandes areais daquele local. Todavia é importante mencionar uma metáfora que se percebe no meio do curta, quando temos a casa do próprio garoto ser incendiada, e ele por sua vez, fica vendo aquele fogaréu e nada faz, ou melhor, nada pode fazer para combater aquela força do fogo, trocando em miúdos é assim que o garoto albino se sente perante a sua cor inusitada e diferente dos demais, o que o faz ser um “ser estranho no ninho” afundando-se cada vez mais em sua angústia existencial, e o pior, sem saber disso. Não à toa que o filme acaba com o nosso albino literalmente afundando sua face na areia; Meio que se escondendo de tudo e de todos devido uma herança genética.

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