Koza

Koza, de Ivan Ostrochovský, com fotografia de Martin Kollár, Eslováquia, República Checa, 2015. Confesso que era um dos filmes que mais criei expectativa no festival de Curitiba, porém o filme deixa muito a desejar por insistir em um melodrama pra lá de mediano, e isto sendo generoso até. O primeiro erro do diretor foi chamar um ex-atleta olímpico para si próprio representar, e como protagonista; Oras: Tinha que chamar algum ator que fizesse um bom laboratório de ex-atleta olímpico, e com certeza, o resultado seria bem mais convincente. Atuações à parte, uma coisa que não podemos negar é a belíssima fotografia em locais surreais na Servia cobertos de muita neve, montanhas brancas e piscinas térmicas naturais em meia aquela paisagem inóspita e gelada branca. Como enredo temos um pugilista que tem uma esposa gravida querendo abortar, e o boxear por sua vez não. Deste modo o cara resolve voltar aos ringues para conseguir a grana para as despesas do parto, enxoval, etc. Então se junta a um tipo de empresário-ladrão e viajam Sérvia adentro em uma caminhonete velha para conseguirem promoverem suas lutas, estas quais sempre marcadas por acordos para que o protagonista perdesse em determinado round, mas que por vezes não acontecia devido ao estado físico do lutador que quase sempre perdera antes do round combinado. O que impressiona é que mesmo essas lutas sendo medianas vemos à sede dos espectadores para ver aquela miséria alheia comendo com os olhos aquele que por ventura pudesse sofrer um nocaute. Acho que esse desejo de desgraça é próprio do ser humano, haja vista o sucesso que o boxe sempre fez e agora o tal do UFC. No mais, exceto a bela fotografia, temos essa busca incessante por lutas e ao mesmo tempo muitas cenas planas e silenciosas, o que compromete muito à obra fílmica. Outra coisa que achei desagradável fora a infantilidade do protagonista que parecia ser uma besta ambulante desprovida de cérebro recebendo ordens do seu técnico-empresário e acatando-as. Até uma criança ao menos alguma vez perguntaria o porquê de qualquer ordem que estava recebendo, no entanto como um animal que somente sabia se defender em cima de um round, o lutador permanecia calado e se fazia de escravo se dando ao papel do ridículo de perguntar se podia ligar para sua esposa a todo momento. O filme decepciona, mas outros virão para salvar a lavoura.

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