O Crítico

O Crítico, com direção e roteiro de Hernán Guerschuny , e no elenco como o esforçado protagonista Rafael Spregelburd , Argentina, 2014. Quando um fiapo de insight surge tento aproveitá-lo da melhor forma, pois regando tal fiapo posso vir a ter uma ideia concreta e bacana. O fiapo da ideia em questão é na verdade uma pergunta que a segue: Porque raios um diretor de cinema quis fazer um filme sobre geralmente os seus algozes: os críticos de cinema ? Neste filme especificamente temos um diretor que é também editor chefe de uma revista argentina especializada em críticas cinematográficas. Outra pergunta que fica no ar seria o porquê de tal motivo deste meio diretor e meio editor de revista especializada da mesma mídia audiovisual insistir em querer produzir um filme justamente sobre os críticos de cinema, já que o diretor do filme em questão é também um critico de cinema? Ou seja, só quis enfatizar a mesma pergunta..hehe. Entretanto, brincadeiras perceptivas de lado, mas no decorrer do filme tais perguntas são respondidas de formas claras, concisas e até obvias por vezes. Na real o filme quer selvagemente exterminar o ofício de crítica de cinema da face da Terra, pois estes , segundo os cineastas, são profissionais incapazes de criar suas próprias obras fílmicas, e por isso escrevem o que sentem ou percebem dos filmes que assistem. Os críticos por sua vez defendem-se afirmando que sem o papel do crítico no cinema, este não poderia ser melhorado e ainda não daria a informação necessária para que as pessoas escolhessem aquele filme ao invés de um outro, ou seja, o critico é fundamental para este tripé audiovisual ( diretor –crítica especializada- público )porque serve como uma espécie de ponte para quem faz um filme: O diretor, e para quem assiste: O público, dando o crítico suas principais informações sobre a obra fílmica discutida e a classificando como ruim ou boa sem stress e na “lata”. Talvez deva ser por essa objetividade parcial que o crítico escreve sobre os filmes que se torna a coisa que mais irrita os diretores de cinema. O filme se baseia em essência neste dilema: Um crítico fazendo seu papel de escrever o que achava dos filmes que assistia e vez por outra tal crítico tinha problemas com cineastas com síndromes de “Godardzinhos” , por não conseguirem encarar suas criticas, por vezes ácidas, dos seus bebes ou filmes. Todavia é importante ressaltar pela primeira vez, vista ao menos por este que vos escreve, um filme se presta a tentar mostrar a vida de um crítico de cinema em uma obra fílmica, o filme ainda com uma ideia boa não consegue agradar, pois mostra um critico total e bestialmente estereotipado ( não sei da onde, talvez da Argentina mesmo ), como um nerd, sem vida social e/ou um tremendo incompetente em conquistar uma mulher. Enfim, temos uma ideia boa, mas um filme ruim; E isso talvez pode explicar o fato em que o diretor é também um crítico de cinema, então fica claro que ele mistura as coisas e o obra fílmica se perde totalmente no meio do caminho, isso para não escrever que se perde desde o inicio até o seu final. Há alguns anos não assistia a um filme argentino que posso dizer com a boca cheia que é de fato ruim. Tomara que eles não continuem nesta linha, pois sem dúvidas o cinema argentino é o melhor que temos na América do Sul, e não a toa que é o único representante do nosso continente ao Oscar. Não que esta premiação industrial cinematográfica seja alguma coisa no critério de filmes de qualidade, mas apenas uma constatação deste crítico.

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