A procura

A procura, de Atom Egoyan, Canadá, 2014. O filme bem que poderia ter outro título. Encaixaria muito bem como título: A traição ao invés de A procura, porque é exatamente este o sentimento que temos quando os créditos finais aparecem na tela. E o mais assombroso é que o filme concorreu a Palma de Ouro de Cannes em 2014. Cá entre nós: a sessão da tarde passa filme bem mais legal que este. Justamente por esta credencial de Cannes o aluguei e entrei numa cilada. Sabe aqueles filmes que não te surpreendem em momento algum, que sabemos o que vai acontecer sempre? Pois bem, este é o tipo do filme que começaremos a tratar, se é que tem tratamento. Falta a obra o tom da curiosidade que um filme nos faz ser atraído por ele, de uma história que nos permita linkar com nossas realidades ou contrariamente nos deixar fora das nossas realidades imperfeitas e nos tornamos seres plenamente completos durante aquelas duas horas dedicadas à obra fílmica escolhida. Todavia nada deste sentimento mágico e espiritual acontece na obra. Quem lê sua sinopse corre o risco, assim como fiz, de achar que é uma obra intrigante por tratar o tema da pedofilia na internet, pois a essência da obra é basicamente esta: uma garota de nove anos que é raptada na caminhonete do pai enquanto este a deixa no carro e vai comprar um bolo na mercearia. O filme não anima porque não existe mistério: Quem assiste vê que a menina fora raptada e nove anos se passam e a polícia não consegue nenhuma pista, soa tudo como demasiado previsível para as íris de qualquer um. Sim, ok que na vida real esses pedofilos ficam soltos há mais tempo até, porém no filme nada mais acontece, e um pretenso palma de ouro de Cannes for só isso é demais sofrível aceitar certas avaliações (Como um filme medonho como esse pode sequer receber uma indicação a um prêmio tão importante para o cinema ? ). Noves fora um dentro ( pum ), fato é que com falta de provas quem acaba sendo o principal suspeito é o próprio pai da garota, este que na pele do ator Ryan Reynolds é o único a se mexer para achar a garota correndo com sua caminhonete durante nove anos o mesmo trajeto do fatídico dia até achar uma pista do paradeiro do cativeiro. A polícia era uma piada com seu grupo supostamente expert em tecnologias ultras avançadas, enquanto os pedofilos já estavam espalhados em todas as áreas trabalhistas importantes e formavam um clã poderoso e difícil de abater devido a suas criptografias internéticas que faziam impossíveis de serem pegos. Quando acham o cativeiro e pegam a adolescente ou quase adulta mulher, pensamos que desta vez o filme teria um fim ao menos que não nos entregasse de mãos beijadas, mas pasmem: Quando a adolescente vê o pai e o abraça, temos em seguida um escuro na tela, escuro este que tendencionaria para tomada de outro take no filme, em um outro local como o julgamento do pedofilo e ele sendo enrabado na cadeia, ou o encontro da garota com a mãe semilouca , mas nada disto acontece. Após o abraço do pai os créditos sobem e o fim consegue estragar mais ainda o filme, se é que isto é possível. Sinceramente nota zero.

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