Baixio das Bestas

Baixio das Bestas, dirigido por nada menos que Cláudio Assis e ainda com o roteiro de Hilton Lacerda, 2007, Brasil. Quando tecemos opiniões sobre diretores de cinema que se encontram aquém do seu tempo, ou seja, que estão vivendo em um período ou geração que não dá devido valor ao seu trabalho por puro; Primeiro: preconceito de mudar o já estabelecido; E em segundo lugar: pela ignorância, tanto da critica como a do público, por ambos não conseguirem entender ou captar a essência dos filmes e a genialidade visceral de um tal pernambucano mais conhecido como Cláudio Assis: o diretor - poeta. Já mencionei na crítica que fiz em seu outro genial filme: A febre do rato, que de tão profundo e poético, se pudesse ter poderes para isso, e somente por esse filme ( nem precisava usar como exemplo sua vasta e rica obra cinematográfica), já achava que desde aquela época que não existiria um homem melhor, mais preparado intelectualmente e, com culhões, para assumir o posto de ministro da cultura do Brasil, fato este que reconheço que será pouco provável de acontecer: Intitular um “poeta-cineasta-anarquista” para tomar as decisões finais em um ministério nacional, que seria o da Cultura. Mas podemos lembrar que Gilberto Gil já fora ministro da cultura e era também um artista,assim como Cláudio Assis, porém Gil além de artista fora vereador e deputado estadual eleito pela Bahia, ou seja, já conhecia como a máquina funcionava, fato este diferente do genial cineasta pernambucano, que está além do seu tempo na forma de pensar e fazer cultura . Todavia o que me desanima, para não escrever que me enfurece, é o fato de termos como ministra a despreparada culturalmente Martha Suplicy, sendo que esta política é uma sexóloga e passa longe de entender o que é cultura em todas as suas estâncias necessárias para comandar a pasta da cultura do país. O máximo que a Marta conseguiu chegar próximo da arte, se é que podemos considerar isso como “chegar próximo”, fora a sua emblemática e engraçada frase: “ O importante é gozar e ser feliz, e não importa quanto nossa pasta ganhe do governo para evoluir”; Por esse discurso percebe-se nitidamente que a política abocanhou a pasta da nossa acabada cultura por meras questões políticas, indicações essas que acontecem no jogo político entre os partidos que se encontram no poder e essa "regra "serve para todas as outras pasta, ou seja, dificilmente um político de determinado ministério tem o conhecimento adequado para assumir a determinada pasta e suas demandas. Porém voltando a Marta reafirmo: esta não poderia de jeito nenhum ser a nossa ministra da cultura por ser uma “jumenta” quando o assunto é cultura e o que é arte em todas as suas nuanças. O artista, assim com todo outro qualquer indivíduo, gosta também de gozar e ser feliz, Sra. Excelentíssima ministra da cultura: Gozar e ser feliz são elementos básicos para o bem estar de qualquer pessoa, seja esta uma miserável do programa assistencialista político do “Bolsa família”, ou de intelectuais do gabarito do cineasta pernambucano Cláudio Assis. Tenho absoluta certeza, e como já mencionei, de que o nosso melhor cineasta brasileiro não teria nenhuma chance para concorrer ao posto de ministro nacional da atual e lastimável cultura abandonada por nosso governo. Ademais, Sra. Ministra Marta Suplicy, deixe de fazer piadinhas do tipo: “gozar e ser feliz” ( esse gozar seria uma brincadeira de péssimo humor com o comprometimento de pessoas como eu, que ainda quero insistir em acreditar de que algum dia a arte e a cultura possam triunfar nesse país, então o mínimo que pedimos a vossa senhora é respeito, já que vossa senhoria não vai largar essa pasta ou osso nem que chova canivetes). Todavia a pergunta que quero alimentar é a seguinte: Será que talvez um dia o Brasil terá culhões, e isso independente do partido que esteja no poder, em colocar o cineasta Cláudio Assis para o posto de ministro da cultura do Brasil ? Pergunta essa que deixo no ar, pergunta esta que hoje aliais, admito ser praticamente impossível a ser concretizada por vivermos ainda em um país governados por ignorantes, e isso independe se este partido político seja o PT ou o PSDB, tais pensamentos medíocres, caretas e ultrapassados destes governos que comandam esta nação desde o final da ditadura militar são basicamente bem parecidos quando o assunto é o investimento em cultura. Entretanto acabei-me por não resenhar o filme proposto, o que a essa altura do campeonato é o que menos importa. Mas para os cinéfilos não ficarem chateados por só ter escrito sobre política, vai aqui um breve resumo sobre a segunda obra de renome ( a primeira fora Amarelo Manga em 2005 ). A história de Baixio das Bestas é ambientada na árida zona da mata pernambucana, onde um avô, para ganhar uns trocados extras , porque o bolsa família não dava conta de todas as suas despesas, colocava sua neta de doze anos para lavar a roupa da comunidade durante o dia e no entardecer da noite a menina dançava para homens em uma espécie de bordel,a fim de completar a renda do avô miserável que não fazia literalmente nada , há não ser viver com o dinheiro que sua neta conseguia, e ainda por cima estuprava sua própria neta no final da noite ou do expediente. Certo dia a menina não aguenta mais tantos “trabalhos noturnos” e se pica para Recife para fugir desse avô sem alma e tenta encontrar sua mãe na metrópole, que a tinha deixado com aquele idoso ambicioso, ou seja outra sacana. De suma o filme é basicamente isso; E não se esqueçam: Cláudio Assis para ministro da cultura do Brasil é a melhor opção. Vamos devanear assim como ele faz em seus filmes; Sonhar ainda é de graça . Então sonhemos para que, algum dia tenhamos uma cultura digna neste país continental e pobre de cultura também, que vivemos.

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