A música nunca parou

A música nunca parou, dirigido por Jim Kohlberg, EUA, 2014. Confesso que de tanto ouvir de amigos críticos da área e de músicos, que esperava mais do filme. Ansiedade e cinema nunca se combinaram e não seria esse filme que iria mudar isso. A história é tocante, o roteiro do filme é inteligente em tocar no assunto de pai e filho com relações rompidas. Continua tendo êxito o roteiro por mostrar a reaproximação de pai e filho através da música devido a uma doença cerebral degenerativa, ou a amnésia do filho; Este que não via o pai durante vinte anos quando saiu brigado com ele por discordar de valores de rumos de vida e profissões em um período complicado dos EUA com a guerra no Vietnã estourada. Após vinte anos o filho é encontrado vagando nas ruas em um estado lastimável pela família ou ex-familia. Pela situação ou pelo fato do filho se encontrar em “outro mundo” a família, que na real era constituída somente pelo pai e a mãe, começam a ter a chance de cuidar pela primeira e única vez do seu filho músico e idealista. Inicia-se então um tratamento de musico-terapia com o agora barbudo filho forasteiro, a fim de que alguma utilidade tivesse no sentido de “colocar para funcionar” a memória dele novamente. O tratamento com música é o escolhido por o cara ser músico, ou ao menos quando fugiu de casa, era um. Todavia a música fora também o fator determinante dos seus conflitos com o pai, e a não reaproximação de ambos por vinte longos anos de angústia dos dois lados. Então ou por isso que ao mesmo tempo em que o tratamento era uma alternativa bacana para cura da doença do filho, porém para o seu pai era um martírio ter a oportunidade para conversar com o filho somente através das músicas que ele lembrava. A memória do músico parara de funcionar e ele só lembrava cenas ou músicas de determinados períodos da sua infância e adolescência; Epocas essas em que a relação com o pai fora a mais intensa e apaixonante. Era incrível como a música funcionava para reativar a memória do cara. Ele sabia dos detalhes mais “detalhados” das músicas, das épocas de determinadas canções, bandas e músicos que o influenciaram. A musico-terapia fora de fato um sucesso e o cara sai da clinica de reabilitação que estava internado com a memória bem melhor. Entretanto existem coisas, talvez sejam essas guiadas pelo destino mesmo; Ele o quis assim e pronto; Mas existem coisas que nem uma doença pode apagar das nossas memórias, coisas essas que são justamente as lembranças do passado. Quando escrevi que esperava mais do filme não quis dizer que ele não era tocante ou bom ( não tem como não chorar ao assisti-lo, até), mas é que faltou nele, talvez uma certa desumanidade necessária para que ele fosse mais leve, assim como é a música, que nos desafoga e não nos afoga como esse filme fez, ele bate deveras na Veia e não precisava tanto. Mas não poderia taxá-lo de filme ruim, talvez ele tenha me decepcionado por uma opinião pessoal. Não costumo, como outros críticos de cinema fazem atribuir estrelinhas a qualidade do filme, mas por esse assistido, ainda que não tenha gostado do seu final, o atribuirei como cinco estrelas ( estrela ou nota máxima) porque é infinitamente superior a todos que estão em exibição no momento.

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