Ninfomaníaca - Volume 1

Ninfomaníaca - Volume 1, dirigido e roteirizado por Lars von Trier, Dinamarca, Alemanha, 2013. É um tanto quanto tenebroso escrever sobre metade de um filme que por questões comerciais teve de ser lançado desse modo. Mas como o filme é muito bom vou correr esse risco. As distribuidoras de cinema não contentes em dividir o filme pelo meio ainda tiveram a “ sacada comercial” de tirar as cenas de sexo explicito mais escancaradas. Ainda assim o filme continua a ser bom ( agora melhor seria ver ele completo e sem cortes, disponíveis somente em festivais europeus de cinema, mas é o que temos, ou seja, ver uma metade ). Tido como “ persona non grata” no último de festival de Cannes por o diretor Lars von Trier cometer a gafe ao dizer:“eu entendo Hitler depois de ter feito meu último filme”. E o diretor não para por aí com suas excentricidades: para ele, ele mesmo se acha o maior diretor de cinema do mundo ( e nesse ponto tem certa razão, se não for o melhor está entre os três melhores atuais pelo menos). Mas já enrolei bastante; vamos ao filme, que começa com uma mulher suja e ensanguentada sendo ajudada por um simpático senhor dando cuidados médicos e um lugar para ela dormir e comer. Em troca a suposta abandonada e pisoteada por alguém que estava com muita raiva dela, faria confissões sobre seu passado para esse senhor, mas já de saída avisa-o: “Eu não sou um pessoa boa”. O senhor de religião judaica olha para ela responde: “Como uma mulher bonita como você seria uma pessoa má, eu não acredito, me faça acreditar nisso”. O tal senhor tinha de tudo um pouco: era médico, analista, amigo, esperto, atencioso, bondoso, menos mal. Por isso quis ouvir as estórias da Ninfo. E essas começam na sua primeira transa pedindo para um vizinho que tinha mãos fortes para desvirginá-la . Esse cara seria a coisa mais próxima que essa mulher chegaria do amor ou ódio, vai saber, ou os dois. Da perda da virgindade aos 12 anos até aos 50 ela rodou bastante. Interessante é como era construída as suas relações amorosas, ora por aposta com amigas para quem transasse mais em uma viajem de trem , ora pelo números de transas diárias que tinham ao ponto de serem anotadas em uma agenda para os amantes terem seus horários certos. Até aí até que achei meio normal; se tratava de uma mulher com literalmente a libido a flor da pele, que gostava muito de transar. Mas ( sempre tem um mas..) quando ela vê seu pai morto e ao invés de ficar triste ela se excita ao ponto de escorrer água entre suas coxas, aí sim vi que não se tratava apenas de uma busca por prazer sexual, mas sim um vicio , este que magnificamente é tratado no filme. Como o próprio folder do filme “avisa” antes de entrar na sala: “Esqueça o amor”, pois é esse o não sentimento do filme: Amar pra quê se você só fazer sexo?. É bem por aí, e Lars von Trier é Lars von Trier.

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