Glória

Glória, de Sebastián Lelio , Chile,2013. O elenco é encabeçado por sua protagonista: Paulina Garcia, sendo esta premiada pela interpretação com o prêmio de melhor atriz com o Urso de Ouro no último festival realizado em Berlim de 2013. A nossa protagonista é uma mulher solitária de 58 anos de idade, ativa ainda no mercado de trabalho, mas já sente que a terceira idade bate em sua porta. Como morava sozinha, pois era divorciada e os seus dois filhos já eram adultos e tinham suas respectivas famílias e moradias, esta jovem senhora passa a freqüentar bailes para a chamada terceira idade. Em uma dessas idas conhece um jovem senhor ( um pouco mais experiente que ela até ) que se encontra em processo de divórcio recente de apenas um ano de acontecido. Glória que era não só o nome do filme, mas também o nome da sua protagonist, resolve então tentar um namoro com esse senhor que gostava de dançar também, assim como ela. Por sorte de ambos a química na cama do casal é excelente de modo que continuaram a se ver e naturalmente a se relacionarem sexualmente com certa freqüência. Glória sempre foi aquele tipo de mulher independente financeira e emocionalmente dos seus parceiros, era o tipo de mulher que chamamos na Bahia de "fêmea retada" que não leva desaforo para casa devida a sua personalidade forte e por sempre prezar por sua liberdade individual. Mas ainda com essa personalidade Glória investe nessa relação com esse dançarino experiente desquitado que era bom de cama. Investe tanto para que o namoro engate que chega a peitar as duas filhas do seu namorado e a sua ex-esposa. Mas o cara não respondia como Glória queria alegando que suas filhas, apesarem de já serem adultas, dependia dele e de sua presença, e fora da sua grana que as sustentavam por não estudarem e tampouco trabalharem, assim como a mãe. Resumindo: Esse senhor namorado da Glória sustentava as três mulheres: as suas duas filhas adultas e parasitas e a sua ex-esposa, também da mesma quadrilha. Como o cara não tinha coragem de acabar um casamento já acabado( se é que me entendem..)Glória por sua vez o manda plantar coquinhos com sua família egocêntrica. Ao mesmo tempo em que o cara dizia a Glória que o que ele mais queria era esquecer que teve duas filhas e uma ex-esposa, mas por questões emocionais não conseguia se livrar delas. Tudo isso é discutido durante o filme todo praticamente, ou seja, os D.R. ( discussões de relacionamentos ) da Glória com esse suposto namorado pareceriam que não teriam fim, tamanha as repetições desses diálogos chatos. Mas a melhor cena do filme é sem dúvidas quando a Glória se vinga da “família-carapato” de uma forma bastante peculiar e engraçada ( não contarei essa cena, aliás, vou contar sim, pois não compromete o assistimento do filme: pois bem, a Glória pega um fuzil de brinquedo de pintball e chega na porta da casa dessa “família-carrapato” e mete bala ( quer dizer, tinta) em todos os membros daquela família sem graça e coragem para oficializar o corte de laços, os quais já estavam cortados , mas por questões de um otário sustentar três fêmeas preguiçosas ainda permaneciam morando juntos,que cara otário mesmo hein?. Enfim: fato é que o filme não é lá “grandes coisas” , porém a atuação da protagonista mereceu o prêmio em Berlim em 2013. Se o filme deixa alguma reflexão, acho que seria mais ou menos isto: Estamos sozinhos na jornada da vida, por mais que estejamos acompanhados acabamos por ficar sós de uma maneira ou de outra nessa caminhada solitária chamada vida, pois sempre nosso acompanhante pensará nele primeiro; Coisas da raça humana, por isso é bom nos “plantarmos”, o que quer dizer para quem não é soteropolitano e não conhece a gíria: que é bom confiar desconfiando.

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