Os belos dias( Les Beaux Jours)

Os belos dias( Les Beaux Jours),dirigido e co-roteirizado por Marion Vernoux, com Fanny Ardant fazendo sua bela protagonista, França, 2013. Este é um filme atípico de sucesso de crítica e público que em seu primeiro final de semana na França levou 200.000 espectadores aos cinemas. O filme tem uma pegada poética, pois mostra a vida de uma dentista sessentona recém aposentada que além da aposentadoria por motivos de “pavio curto” para com seus pacientes, nesse mesmo período perde sua melhor amiga em um acidente. Suas duas filhas, conhecedoras da natureza de sua mãe, compram um vale para ela desfrutar um período em um recinto de idosos, tipo uma casa de arte-terapia para a terceira idade. Contrariada a jovem senhora idosa, e bem conservada por sinal, vai ao primeiro dia fazer uma aula de teatro; Aula esta que não dera muito certo por falta de química com a professora. No dia seguinte, volta contrariada a fim de resolver um problema com sua banda larga em uma aula de informática da casa de senhoras da terceira idade. Entretanto ela não só descobre sua dúvida da banda larga , mas como ( e esse “como” vai como duplo sentido ) conhece seu futuro amante: um homem na casa dos seus quase quarenta e que tem uma fome visceral por sexo. Veja bem, tudo isso e cenas são construídas de maneira meticulosamente ou charmosamente invulgares, por isso que mencionei no inicio do texto que antes de tudo trata-se de um filme poético. Em momento algum a relação imprópria , por ela ser casada e mais velha que ele, vi um relaxamento por parte do jovem homem ou auto-excesso de pena por parte da mulher mais experiente. A relação dos dois é bonita, pois se vê respeito, admiração e foda-se o resto, ou seja, quem se preocupa demais com o vizinho é sinal que em sua casa as coisas não vão bem, porque se estivesse tudo bem eles teriam mais o que fazer. Todavia se percebendo a poesia da fita, enxergamos em conseqüência o sinal ou a lição da estória, que foi ao meu ver: Na vida podemos ter filhos, filhas, maridos, esposas, tios, tias, avôs, avós; Porém no final da estória quem sabe de fato o que é bom ou ruim para você é somente você , pois somente você sente as dores do existir ou do “não - existir” ( aí cabe a qualquer um decidir o que quer ), por isso siga o que sente e quer fazer, pois no final a conta existencial é somente sua, seja ela negativa ou positiva, por isso tenha coragem de ter a consciência de que vai assiná-la, pois vai assiná-la mesmo querendo ou não; Então viva e faça valer a pena. Belíssima fita que no calor dela assistida poucas palavras a escrever ficam na mente, porém a alma fica cheia de poesia: excelente filme.

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