O Capital

Le capital ou O Capital, do sempre enigmático e excelente diretor e co-roteirista gaulês Costa-Gavras, França, 2013. Repentinamente o presidente de uma mega banco internacional é diagnosticado com câncer maligno da próstata, de modo que outro executivo entra em cena, que nada mais é o nosso protagonista da trama. Em primeira instância tal homem de negócios é colocado no maior cargo da empresa para ganhar menos que o ex-presidente e por isso há indícios de que o cargo fora tomado para alguém servir de boi de piranha para um golpe no banco. Todavia tal “peixe pequeno” começa a postar suas regras na presidência do banco mundial com mais de cem mil funcionários mundo afora. A sua estratégia era de um corte radical de pessoal de 11%, coisa equivalente a tirar o banco do vermelho e menos de milhares de funcionários nas folhas de pagamento. Entretanto modesto funcionário não fora colocado na presidência por coincidência, queriam que ele comprasse um banco japonês falido para que mercenários milionários banqueiros de Miami conseguissem, através de uma jogada meticulosa e suja, comprar as ações do banco gaulês para ganhar o poder do banco e dá as cartas no conselho da empresa. O filme é um espetáculo principalmente para aqueles neurônios esquecidos de se exercitarem ultimamente, pois se trata de uma trama de suspense cabeça que nos apresenta aos negócios do alto escalão no business dos banqueiros milionários e nos mostra ainda que tal esquema de tirar dos mais pobres e dar aos mais ricos ( ou O Robin Wood da nossa modernidade, ou seja, ao avesso) ainda se perdurará por um bom tempo. Uma trama produzida para pensar no que estamos fazendo e levando nossos padrões éticos e por conseqüência disso nossa sociedade para um caminho onde fica evidente que a ganância de poucos escraviza a pobreza de muitos. Fita interessantíssima que nos obriga a tirar nossos rabos gordos capitalistas e egoístas da poltrona ou sofá e nos faz repensarmos se estamos de fato fazendo pouco ou quase nada para que esse sistema capitalista mude, onde banqueiros ficam sempre mais ricos porquausa de trabalhadores como nós, que pouco pode fazer para que esse poderoso esquema que vem de cima para baixo mude . Saí revoltado do cinema mesmo sabendo que não poderia fazer nada sobre a política dos bancos privados ou até dos de econômica mista,todavia percebemos no filme que isso que ocorre pelo motivo de que o diretor Costa -Gavras consegue nos tirar do comodismo ou do lugar comum para enxergarmos mais claramente quem dá as cartas na nossa realidade , ou seja, como banqueiros sempre tiram proveito da nossa sociedade civil enganada ou roubada. É o capital ou sistema que escolhemos ou fomos simplesmente sugados por ele, assim como um ralo de esgoto suga tudo o que encontra pela frente, e o Costa-Gravas consegue mostrar isso como poucos.

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