Jorge Mautner – O filho do holocausto

Jorge Mautner – O filho do holocausto, do Pedro Bial, Brasil, 2012; É um documentário que conta a vida do multi-artista brasileiro; E talvez um dos artistas mais completos que nossa terra tupiniquim já produziu, pois além de cantar e compor fazia poesias e por isso e outras coisas foi um dos principais nomes da música brasileira com parcerias com Tom Zé, Gil e Caetano. O documentário mostra a sua vinda ao Brasil pelo motivo de seus pais fugirem do Nazismo na Europa. Já aqui no Brasil ele teve uma bábá filha de santo, o que contribuiu para suas miscelâneas culturais ainda bebe de colo. Quando se torna mais velho se muda de São Paulo para o Rio de Janeiro, porém sem antes esfaquear e quase levar a morte um amigo são-paulino que zombava de seu time, Corinthians, por uma derrota e vejam bem: o Jorge tinha apenas 19 anos de idade e já se via com aquela personalidade: uma coisa genial e visceralmente forte de artista de fato e natureza que lia tudo de interessante que procurava ou seus pais que seus pais presenteavam. De lá pra cá suas parcerias só aumentariam e a música o chamava ainda mais, e o mais rápido possível. Não deu outra: Se tornou uma das principais reverências musicais brasileiras na época do presidente estadista Tancredo Neves nos primeiro e segundo mandatos até seu suicídio. Logo após vieram a ditadura militar sob-humana e perversa que dominou nosso país com o famoso e vergonhoso golpe militar de 1964 O artista por sua vez teve participação efetiva nas ruas lutando contra a ditadura. Em tese podemos afirmar que Jorge Mautner será sempre um artista além dos outros “normais” ou os que produzem muito pouco ou somente porcarias. Trata-se de uma privilegiada cabeça pensante artística brasileira e por isso é tão agradável assistir seu documentário. Além disso, o documentário tem a felicidade de mostrar detalhes e conversas íntimas com a filha do artista: Diretora artística de novelas da Globo, fato este que dá a Mautner bastante orgulho ao ponto de chorar ao falar da filha com detalhes super interessantes como pegá-la diariamente em uma escola burguesa no Leblon invariável e diariamente de sunga, fato este que sua filha Amora ( que é o feminino da palavra amor no latim); A filha obviamente teve muitos traumas escolares por seu nome exótico e pela sunga do pai, apesar dele ter tido sempre um corpo atlético. A psicanálise infantil aos 7 anos de idade foi à salvação da filha Amora para a organização da filha para que ela não fosse como o pai, que era de outra filosofia e época, ela mesma menciona isso e coberta de razão, escreva-se de passagem, pois no mundo dos artistas hippies não se tinham nenhum cuidado com o futuro de seus filhos, pois sobrava loucura e também amor, todavia faltava planejamento para a criação de um filho. Se pudéssemos resumir o documentário escreveríamos que a fita é completamente guiada pelo sentimento de amor perante as pessoas ( sendo esses filhos ou amigos) e por isso é muito lindo de se assistir porque conta com dignidade e acima de tudo amor aos ideais artísticos da vida de um dos artistas mais completos da música brasileira de todos os tempos, mesmo que infelizmente tendo a direção do global e rabugento Pedro Bial, porém ainda assim vale ver a fita mesmo sendo do Bial, mas não obviamente pelo seu diretor, mas sim pela estória de vida desse multi artista que foi e ainda é o nosso sempre renovável, imprevisível e claro genial Jorge Mautner do Brasil.

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