Hannah Arendt

Hannah Arendt, dirigido e produzido pela Margarethe Von Trotta,Alemanha/França, 2013. Quando o homem tem a inabilidade de pensar é que surgem as piores coisas feitas por eles. Com esse discurso ou lema uma professora universitária israelense refugiada nos EUA do holocausto compra literalmente uma briga quando é contratada por um renomado jornal americano a fim de cobrir o julgamento de um nazista em Israel. As discordâncias e os ideais da professora intelectual “judia” começam a partir do momento em que o funcionário nazista começa a discursar ou a se defender, afirmando que não se sentia culpado pelas centenas de morte dos judeus, pois o seu trabalho era somente colocá-los em um trem para a morte, ou seja, transferiam-nos do campo de concentração para os locais em que se matavam gente como se matam animais contaminados com gás lacrimogêneo. O suposto funcionário “inocente” dizia-se dormir bem e sem culpas, pois na cabeça dele fazia um trabalho meramente administrativo, ou seja, não dava ordens diretas para matar ninguém, tampouco ligava as câmeras de gás para exterminar a raça inferior: os judeus. Testemunhos reais afirmam que a loucura dos nazistas era tanta que para ter mais seres arianos de olhos azuis, eles tentavam mudar os olhos castanhos de alguns judeus, e isso sem nenhum tipo de anestesia, deixando estes cobaias muitas vezes cegos. Porém voltando ao filme a sua protagonista por achar que o funcionário nazista não tenha sido o principal culpado pela morte dos judeus e transformar a cobertura do julgamento em uma tese universitária para seus alunos, e através disso, ou seja, de sua tese, influenciando muitos dos seus alunos americanos a pensarem como ela, ou seja: quando perdemos a inabilidade do pensar as mais coisas horrendas podem se suceder pela raça humana nos igualando a qualquer outro animal irracional, como um cachorro ou um gato. Por a protagonista insistir em bater nesta tecla em plena Israel em um julgamento de um nazista , ela não só é desprezada por seu mestre ( o qual ensinara na infância a ela a capacidade do homem pensar ou não e suas conseqüências ), mas por todo o seu povo do seu país de origem. Ela sente o baque , mas volta aos EUA com suas convicções e aulas universitárias e nunca mais volta a Israel e a falar com seu principal professor, que por vezes achamos que foi seu principal amor também, embora fosse casada com outro israelense que fugira com ele de um campo de concentração nazista em Israel só com o visto para os EUA, dando um drible na morte certa. Uma frase que pairou-me depois de sair do cinema foi dita pela excelente protagonista: “ Não amo países, tampouco religiões , amo pessoas”. Sem dúvidas um belo filme em que a capacidade de pensar do ser humano é cada vez mais supérfula.

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