Cine Holliúdy

Cine Holliúdy , Dirigido e roteirizado por Halder Gomes, Brasil, 2013. Antes de destacar algumas gafes da fita, tem-se de laurear a homenagem que este filme faz a sétima arte, e isso por si só já vale conferir. Ademais certas coisas ficaram realmente toscas, como as legendas, que teria como objetivo dar uma "explicação" para o linguajar cearense, porém as ditas frases típicas cearenses aparecem nas legendas como os atores falam, ou seja, não explica o que gíria quis dizer, dessa maneira temos uma legenda para um filme nacional totalmente desnecessária e malfeita, pois como estamos acostumados já a ler as ditas legendas e as lendo em um filme nacional perdemos certos gestos e cenas que não perderíamos se não as tivesse. Com isso a qualidade da fita se perde visivelmente em qualidade, mas vamos ao seu enredo. Trata-se de uma comédia, mas com cunho de revolta por parte da TV tomar o lugar do cinema. Contamos nos dedos as cidades dos interiores do Brasil que se tem cinema, e isso de certa forma é uma coisa séria, pois o cinema é tão mágico e diria necessário, que posso afirmar que uma pessoa sem o poder de sonhar e imaginar é uma pessoa mais pobre, principalmente de alegria e alma. O cinema te dá isso de uma forma rápida e espontânea: o poder de imaginar coisas, de ver e escutar estórias, de fugir do cotidiano sem graça da maioria dos interiores brasileiros, enfim o cinema é necessário para a formação do individuo, mas sou suspeito ao afirmar isso. Apesar de o cinema ser novinho ( 118 anos apenas ) em comparação a música, literatura e pintura, por exemplo, ele tem esse dom de contar estórias e transportar as pessoas para outro lugar que não seja este real que vivemos. Não que as outras artes não tenha esse poder de transportamento ( também tem ), mas de certa forma a sétima arte tem mais “cartas na manga” do que as outras artes, pois em um filme podemos ter música, pintura e literatura. Não quero entrar no mérito de tentar julgar qual é a arte mais completa, mas posso escrever que o cinema é a arte mais rápida que podemos “beber na fonte” desse mundo cada vez mais rápido. Você pode ganhar um dia ou um mês vendo um filme bom de 2 horas e ficar de cabeça feita. Já lendo um livro, pintando um quadro ou compondo uma música isso poderia demorar até anos. Tudo bem que ouvir uma música boa é legal idem e tão instantâneo como o cinema, mas o ouvir uma música não engloba tantos elementos artísticos que um filme envolve de modo que essa comparação é inviável: cada macaco no seu galho, como diria Gilberto Gil. Não quis enrolar ninguém e nem pulei o enredo do filme: a sua essência é exatamente essa; Valorar a sétima arte. Confesso que depois do filme bateu uma puta vontade de abrir uma salinha de cinema pequena que fosse em cada cidadezinha brasileira, do Iapoque ao Chuí, assim sem dúvidas teríamos um país muito melhor. O Jargão do Governo Dilma que diz: “Brasil : um país rico é um país sem pobreza”, poderia perfeitamente ser mudado para: “Brasil : um país rico é um país com o povo tendo acesso ao cinema”.

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