Teus olhos Meus

Teus olhos Meus, do Caio Sóh , Brasil ( Rio de Janeiro ), 2011 . De inicio pensamos: Putz mais uma produção carioca cheia de gírias a ser engolida”goela abaixo”. Todavia não se trata de nada disso. O seu roteiro meticuloso de tanto que é parece uma resolução matemática entre as estórias de vida dos seus dois personagens centrais. Antes de começar com um prólogo de uma suposta crítica cinematográfica, tenho de confesar que não vomitei por muito pouco ao final dos créditos da obra, pois embrulha o estômago mesmo a estória. Pois bem, vamos a ela: Como fora mencionado a cidade era o Rio de Janeiro, cujo protagonista era uns desses, ou mais uns desses para ser especifico e genérico ao mesmo tempo, discípulos de Cazuza. Tal protagonista cujo era dono de uma cabeleira solta e despenteada ao vento, tatuagens espalhadas pelo corpo magro pela cultura do bom e velho, porém sempre atual por mais que o tempo passe, lema dos rebeldes: sexo, drogas e rock roll. Além dele ter esse espírito de querer mudar o mundo, ele tinha um outro problema e este, bastante real por sinal: morava com a tia e seu marido, pois sua mãe morrera quando ainda era bêbe de colo ( se é que querer mudar a hipocrisia do mundo é um problema, mas sim uma solução, talvez longínqua e utópica, mas ainda assim uma solução nobre). Fato é que com sua rebeldia e puberdade "a mil" o garoto que amava os Beatles e os Rolling Stones saíra as “vias de fato” com o marido de sua tia por ele transformar sua vida de jovem “putavidaboa” em um calvário e ainda por cima dar porrada em sua tia, que para o garoto era uma mãe e não uma tia, já que fora criada por ela. Por esse clima hostil dentro de casa, o cara resolve botar sua viola nas costas e se picar daquela casa indo para a praia mais próxima a fim de tomar uma pra esfriar a cabeça e se possível fosse compor alguma melodia ou letra. Paralela a essa estória existia outra que era a briga de um casal de gays, onde um estava tendo ciúmes de uma namorada antiga do outro. E esse outro, o que ele faz? Vai beber na praia para esfriar sua cabeça do seu marido ciumento. A partir daí na praia a noite, com o encontro dos dois bebendo o dia amanhece e ambos acordam na areia com os primeiros raios solares. Com um não querendo voltar pra casa e carente e o outro não tendo pra onde ir e não sabendo o que queria da porra da vida, não é muito difícil de supor que o veado deu em cima do sem-teto e esse por sua situação de fudido acabara o beijando e depois ficando puto com ele próprio por charminho e com o sujeito que acabara de conhecer. Fato é que quando a raiva passa o sem-teto acaba procurando o seu suposto “paquera”, pedindo ajuda pra tudo, ou seja: casa, comida e roupa lavada. E como nada disso vem de graça o sem-teto paga a mordomia com seu corpicho de vinte e poucos anos se entregando ao seu namorado. A relação fica super estável e o casal vai de vento e popa sendo no aspecto financeiro e no amor também. Tudo vai muito bem, o cara que não sabia que era gay se descobre feliz agora e acima de tudo apaixonado e o seu parceiro, idem. Porém de uma coisa eles não esperavam: eram pai e filho ( pronto, contei o fim do filme, me desculpem por isso ). O ciúme do ex-marido do gay tinha sua razão; ele tinha engravidado sua ex-namorada antes dela morrer e por isso não teve tempo de saber que tinha um filho. E o filme acaba com todo mundo vomitando: a tia, que contou ao pai que estava casado e comendo o próprio filho; ele quando soube e eu vendo esse intrigante e nojento filme, que porquausa desse desfecho deixa o estômago embrulhado por essa situação incômoda em plena visita “Papística” no Brasil. Não tem como não ligar uma coisa com a outra, ou seja, com a presença do Papa argentino Francisco, semana passada por aqui e as estórias de pedofilia na igreja católica, linkando a esse forte filme que tem o sexo, a família e o pecado como temas centrais.

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