Augustine
Toda
mulher é histérica. Parece clichê e de fato é, todavia es o que aborda a fita Augustine, dirigida e roteirizada pela Alice
Winocour, com um leve papel discreto da bela atriz Chiara Mastroianni, França,
2012. Em tempos em que tal enfermidade era vista como uma possessão demoníaca,
exatamente no século XVII na Europa que era o único continente civilizado,
mulheres que sofriam de histeria, que podia ser confundida com epilepsia
por ter tanto tremores nos ataques, eram vistas não só como filhas do demônio,
mas como mentirosas, bruxas, fracas e totalmente não confiáveis. Um médico (Vincent
Lindon) começa a estudar uma serviçal (a protagonista Soko em ótima atuação) que
tem uns ataques punks e por isso é levada ao hospital do médico para acompanhá-la de mais perto a fim
de curá-la e possivelmente tentar exorcizar a enfermidade e então ou por consequência do tratamento mostrar a
classe acadêmica médica que a histeria era uma doença como outra qualquer e não
um trato oculto demoníaco como imaginavam por não diagnosticarem sua cura. Em
histórias de ficção sempre existirá um "porém" senão não seria uma ficção e esta
eu não sabendo se de fato existiu uma estória igual ou não, existia também um “porém” que
fora a paciente se apaixonar pelo médico, misturando doença com prazer, histeria
com orgasmo, amor e paixão com raiva e ódio. Via-se pela primeira vez um caso
de histeria uterina, ou seja, em toda crise a Augustine estava tendo ao mesmo tempo um orgasmo múltiplo intenso e duradouro. Esse
fato crucial da fita só a deixou mais interessante, pois não sabíamos de fato
se ela sofria histeria por um orgasmo reprimido ou a vulga lembrança de ela sendo
forçada a cortar cabeças de galinhas vivas em sua infância ou até se esse
orgasmo histérico seria porquausa do seu doutor. Um filme psicanalítico porreta
que nos responde e pergunta ao mesmo tempo e saímos com uma boa sensação de entendimento
do mundo feminino depois da sessão. Uma sensação somente, isso não quer dizer
que conseguimos entender elas, pois como todos já sabem: Toda
mulher é histérica por natureza e não dá mesmo para nós: homens, compreende-las
em sua plenitude.
Comentários