Adeus, minha rainha

Adeus, minha rainha, de Benoît Jacquot, com Léa Seydoux e Diane Kruger, França - Espanha, 2013. Sendo seco e objetivo trata-se de um drama que poderia ser mais compreendido como uma aula de história do que qualquer outra coisa que o filme propôs. Trata-se dos últimos meses de vida da rainha Maria Antonieta e sua serviçal mais fiel. O filme também aborda o desmoronamento de um regime monárquico através dos gritos de revolta que vinham das ruas de Paris no final século XVIII, exatamente em 1789, onde esses gritos geraram a famosa e até hoje atual revolução francesa, a queda da Bastilha e o cerco ao Palácio de Versalhes com todos os nobres que ainda não tinha se mandado enforcados em plena praça pública. Na medida da possível comparação ( se é que dá para comparar) o filme nos faz pensar o que está acontecendo no Brasil hoje com as ondas de protestos ,embora não tenhamos monarquia, mas sim políticos corruptos e em grande escala, por sinal. Talvez por isso que uma reforma política se faz tão necessária no Brasil ainda esse ano antes e principalmente porquausa das próximas eleições em 2014 para o cargo de presidente da república e governadores de estado. Ademais a fita se faz bela por sua estupenda fotografia e figurinos de época. Todavia deixemos de “trolóló “ e vamos à resenha do filme francês que é a seguinte: Em Julho de 1789, alvorecer da Revolução Francesa, a vida no Palácio de Versalhes continua imprudente e descontraída, distante do tumulto que reina em Paris. Quando a notícia da tomada da Bastilha chega à Corte, nobres e servos fogem desesperados, abandonando o Rei Luís XVI (Xavier Beauvois) e Maria Antonieta (Diane Kruger). Sidonie Laborde (Léa Seydoux), jovem leitora totalmente devotada à Rainha, não acredita no que ouve e permanece perto de sua adorada, confiante de que nada lhes acontecerá. É bem verdade que por vezes e pelo grau de indiferença que os nobres tratavam os gritos populares, que por sua vez milhares morriam de fome e frio todos os dias, que o filme e as cenas de cotidiano no palácio se tornavam por muitas vezes monótonas pela insistência dos nobres “mascarados” e orgulhosos ficarem céticos com a situação generalizada da revolução que já estava forte e estabelecida, porém tais nobres teimavam em não acreditar que algum dia teria suas cabeças degoladas em praça pública como símbolo da vitória do povo e da revolução francesa, essa que fora pioneira e que tanto influenciou inúmeras outras, tais como a primavera árabe e as do Brasil atuais ( e isso só para citar as atuais ), porém deixando um pouco de lado o contexto histórico e revolucionário importante que o filme aborda, acontecera uma amizade verdadeira, não sei se por excesso de bajulação ou por pura paixão pela leitora a sua rainha, amor esse nunca correspondido como era de se imaginar, ou seja, por pura “babiçe de ovo” da humilde empregada leitora à sua rainha, esta que não estava nem aí. Por desfecho arriscaria em afirmar, e sem medo de errar, que o filme vale muito mais ser visto pela sua bela aula de história mais do qualquer outra coisa, como seu roteiro ou a atuação dos seus personagens, por exemplo. De qualquer forma apesar de o filme ser um pouco parado com takes desnecessários a fita de arte européia tem sua beleza na sua simplicidade em nos fazermos pensar em até que ponto vale ser fiel quando um barco, nesse caso um regime monárquico, está prestes a afundar ou até que ponto é bacana deixar-se levar por suas paixões, se bem que paixão não dá muito para controlar: a emoção sempre prevalece diante da razão, que por mais que não queiramos quando estamos apaixonados uma tipo de cegueira nos acomete e o que é mais intrigante: gostamos dessa sensação de “não enxergar”, pois sentir é mais prazeroso e conseqüentemente melhor do que enxergar.

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