Dois coelhos e Tomboy

Dois coelhos – dirigido, roteirizado e produzido por Afonso Poyart Brasil 2012 é um nacional de excelente qualidade que parece ser de outro país. Brincadeiras a parte com os filmes nacionais, este vale, de fato por seus slows motions em cenas bem feitos e uma direção de arte e roteiro encaixados, a película é um quebra-cabeças na selva de pedra chamada São Paulo, onde se aborda a corrupção e o julgamento de quem é bom ou quem é mal. Um filme para se pensar em valores humanos e como a sociedade nos faz de marionetes, onde na vida tudo é um jogo e ganha quem tem mais coragem e principalmente cartas na manga.
Tomboy (2011), da Céline Sciamma é uma deliciosa película francesa, leve como uma pluma e contestadora como uma Joana D’arc. Não se dá muito valor ao filme quando se lê somente sua sinopse, que é de uma família que muda de endereço e sua filha mais velha é a que mais se abala com a mudança de residência. Com essa nova e assustadora perspectiva de mudança de amigos, bairro e escola, a Tomboy começa a se descobrir um menino em um corpo de menina, e por isso, finge aos novos coleguinhas em ser realmente um menino, sendo até a craque nas peladas do novo bairro. O filme aborda de uma forma inteligente e pela ótica infantil as descobertas das escolhas sexuais, escolhas essas que muitas vezes já vem de nascença e a sociedade ainda insiste em fingir não ver, diagnosticando como anormal ou doença. Pobre sociedade mundial, que regrada por igrejas obsoletas não se vê um palmo perante os seus olhos. Um filme curto com temas abordados simples e normais, porém agradabilíssimo.

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