Minhas tardes com Margueritte, O garoto da bicicleta, Ladrões de bicicleta e Medianneras - a era do amor virtual.

Minhas tardes com Margueritte, dirigido e roteirizado pelo Jean Becker França 2011, conta a estória de um pedreiro de bom coração e uma literária idosa que tem seus últimos dias de visão cansada devido a uma catarata. O legal desse filme é que a Margarete, que é a idosa que costuma dar comida a pombos em uma praça e por assim conhece o tal pedreiro, interpretado por nada menos que o Gérard Depardieu. Começa-se então, através de uma amizade pura e sem interesses por ambas as partes a literária ensinar ao pedreiro a ler e tomar o gosto pela literatura. Resumindo: sem dúvidas um filme belíssimo por sua simplicidade e por abordar um tema importante a toda e qualquer pessoa: a amizade verdadeira e rara, que a cada dia com essa sociedade alienada e globolizada que só pensa em dinheiro. Pois bem, através dessa amizade inesperada por ambos o link da literatura os aproxima ainda mais, tornando o filme mais gradável ainda. Desses encontros ou dessas aulas de literatura e da vida dura de um pedreiro saem uma amizade até de certo ponto invejosa pela minha pessoa, de tanto que nos comove pela sua simplicidade e não só por isso,mas principalmente por sua verdade, que nos remete a reflexão que a amizade é a melhor coisa do mundo mesmo, depois vem as outras coisas.

O garoto da bicicleta, de Jean-Pierre Dardenne, Luc Dardenne, França 2011, é um drama denso que envolve valores como: orfandade, adolescência, identidade e carência humana. Com um baita roteiro em mãos, seu diretor faz uma película longa, mas envolvedora do inicio ao fim, com um garoto que não cansa em correr em sua bicicleta atrás do seu pai e das suas perguntas existenciais. Selecionado ao festival de Cannes de 2011, o garoto da bicicleta mexe nas entranhas da sensibilidade humana e ao mesmo tempo afirma que por mais pessoas que estejam ou cuidando ou perto de você, a sua pessoa em seu íntimo de pensamentos estará sempre sozinha. O filme passa uma mensagem meio “Schoppenhagiana” nesse sentido, o que não está de todo errado, pois quando cortam aquele cordão do nosso umbigo quando nascemos, somos nós sós conhecendo e vivendo em um mundo de pessoas desconhidas, com algumas ajudas, claro, como país e amigos, mas de suma e fato essencialmente sozinhos. Um baita filme, e com um garoto pra lá de talentoso fazendo seu protagonista ( o Thomas Doret com onze anos de idade).

Ladrões de bicicleta de 1948, do Vittorio De Sicca - Itália é um clássico sem dúvidas e um dos melhores e mais emocionantes filmes que já vi. Não sei se é o meu lado italiano que escreve agora, mas o filme é um primor de aula de como viver: como partilhar as coisas e de como correr literalmente atrás das coisas que quer fazer, e de como rodar um filme em 1940, e isso tudo em plena segunda guerra mundial. Um presente pra quem estuda ou puramente admira a sétima arte. Que apareçam novos diretores como o Vittoria De Sicca e rápido, se possível.

Meddianeras, a era do amor virtual - 2011, Argentina, Espanha, Alemanha, mostra de forma muita bem argentina ou bem feita, que é a mesma coisa em minha modesta opinião, de como estão às relações humanas atualmente com a internet. Pra se ter uma idéia o protagonista da película na ficção passa mais de dois meses sem sair de casa para nada, somente pedindo coisas e fazendo compras pela internet, isso inclui: comidas, liquidos e até sexo, virtual claro, e também serviços de limpeza do seu apartamento atracado no centro da capital argentina. Apesar desse cárcere privado voluntário, quando o seu protagonista se presta a sair de seu cárcere e bota a cara na rua, o filme mostra sua leveza com um roteiro tão bem redondinho que fica impossível em não o classificar como ótimo. Apesar dessa solidão que a internet nos traz, a película mostra a generosidade das pessoas pela curiosidade de conhecer outros seres da sua espécie, a humana. Uma necessidade que a internet transmite ( estranhamente) em não ficarmos sozinhos, e de certo modo e perante a essa situação, as pessoas de certa maneira também ( não sei se por despero da solidão iminente )se entregam as pessoas a passam a confiá-las de uma maneira ainda "desconfiada", mas com o intuito de não morerem de tédio ou suicidio em uma tela de computador , fazem qualquer negócio. E acho que foi isso que o filme tentou transmitir: que apesar de toda tecnologia de hoje o homem samais nascerá para viver só, pois somos seres sociais, querendo ou não, faz parte de nossos genes querermos ver e conhecer pessoas da nossa espécie: a humana, ou quase isso.

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