Ari

Ari perambulava nas ruas de sua cidade natal, procurando alguma diversão durante a noite. Recém - chegado de uma temporada no Canadá em um estágio em área financeira de um grande banco do país, ele procurava se readaptar a pacata vida da cidade.
Com dificuldade de se relacionar com pessoas, Ari saia a noite em busca de vencer isso com a ajuda do álcool, e música em seu cérebro.
Amigos que volta e meia saiam com ele, juravam a ele que mulheres tinham se insinuado para ele, mas o fato é que Ari nunca percebera. Ele achara que tinha sido amaldiçoado por alguma louca apaixonada por ele nos seu auge dos vinte e poucos anos, e essa macumba perdurara até os anos atuais, onde Ari, já beirava seus quarentinha. Mas Ari não desistia de se desvencilhar desse feitiço, e todo sábado e por volta e meia toda sexta ele saia em busca do tempo perdido. Também era uma necessidade de Ari estar ao redor de gente e em ambiente boêmio, ele se sentia mais completo nesses lugares, muito embora o dia seguinte com a ressaca ele pensasse exatamente o contrário: que ele era prisioneiro daquilo, e um fraco por só estar bem e agüentar a semana de trabalho se fosse encher a cara no final de semana. Ari ficava depressivo com esses pensamentos, pois sempre lembrava das alfinetadas que recebia de seu pai, que o constrangia ao redor de seus amigos, dizendo que tinha um filho improdutivo e alcoólatra em sua época de faculdade. O pai de Ari era evangélico fervoroso e nunca conseguira converter o filho, que gostava do prazer mundano. Talvez devido a isso, Ari tenha dificuldade em namorar, talvez seja a forma que Ari buscou em se punir e ser “santo” como o seu pai sempre desejou. Mas em meio a crises depressivas de maior e menos grau, noitadas e ressacas, Ari consegue levar sua vida e ficar lúcido, sob o ponto de vista dele, em relação as tentações e ciladas da vida. Ari é funcionário publico e tem sua liberdade de viajar sempre no fim de cada ano, visitando uma cultura nova. Com essas viagens Ari foi adquirindo uma cultura geral das coisas, apesar de odiar ler até jornal, quanto mais livros.
Numa dessas viagens ao exterior Ari acabou conhecendo uma Romena de Bucareste em Istambul na Turquia, ou melhor, a romena acabou conseguindo envolver Ari de certa forma que ele não percebera que ela o estava flertando, e depois de algumas taças de vinho estavam os dois entre lençóis em uma pousadinha provinciana no interior de Istambul. Com o tempo Ari acabara aceitando a ajudar e ser ajudado pala moça, que de cara ficou apaixonada por ele, coisas que só uma pessoa apaixonada enxerga por outra, pois para Ari nunca teve nada de interessante nele, talvez o pai o ou irmão dele tivesse algo, mas para Ari, ele concerteza não tinha nada. Ela acabou pela paixão vindo morar no Brasil com ele e engravidou no primeiro ano. A romena morre no parto deixando um Ari Jr. no colo do seu amado. Ari enlouquece de vez, se mata cortando os pulsos no banheiro da pousada do interior da Turquia onde teve sua primeira relação sexual aos quarenta anos e deixa uma carta explicando que Deus tinha tirado o que ele sempre buscara em sua vida toda, e por assim o seu ciclo tinha acabado nessa esfera vital materialista.

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