Os extremos

Bruno era um garoto moderno. Tinha lá seus apetrechos de artista no seu visual, mas era heterossexual, disso ele não tinha duvida nenhuma.
Mas não era isso o que pensavam as pessoas que o viam. Era um visual exótico e sua voz era um pouco tanto afinada. Bruno era um garoto com lá seus vinte anos e estava inserido na moda EMO. Gostava das bandas americanas do gênero, muitas vezes era agredido por punks nas ruas de bairros de musicas. Não só Bruno era agredido, não era nada pessoal, era do estilo que eles não gostavam os punks, alias ninguém gostava do visual deles e do comportamento, mas os únicos a agredirem fisicamente Bruno e o grupo dele de EMOS eram eles mesmos. Mas as agressões não se limitavam somente a isso, bom que fosse.. A pior agressão era o preconceito das pessoas.
Por causa disso Bruno, foi tendo problemas comportamentais. Começou a se deprimir e se isolar das pessoas cada vez mais. Só se relacionava com seus amigos EMOS. Uma vez ou outra, ele via um amigo beijando outro, ou uma amiga fazendo sexo oral em outra. Mas ele só se relacionava com as amigas EMO que gostavam de amigos.
Na faculdade, era uma dificuldade, era um tal de piadinha, e veadinho pra lá, que Bruno se deprimia ainda mais cada vez que acontecia, e olha que aconteciam todos os dias. Bruno foi se acostumando com a situação do preconceito e logo, logo nem ouvia as piadinhas dos colegas de facu.
Um certo dia em uma festa Bruno se envolveu com um rapaz e acabaram transando. Ele nunca tinha se interessado em homens e de uma hora pra outra se interessou por aquele rapaz alto e de cabelos pretos compridos que dançava freneticamente na festa EMO. Rolou a química na hora, e foram se encontrar no quintal da casa da festa. Nenhum dos dois tinha preservativo no momento e a vontade falou mais alto.
Eles ficaram namorando um tempo, até que Bruno foi surpreendido com uma declaração de seu Affair: “Bruno, sou viciado e tenho Aids, desculpe-me, mas naquele dia, estava tão drogado e com tanta vontade que não resistir, foi mau amor”. Bruno não acreditava o que acabara de ouvir, estava cético em ralação as palavras de Aroldo e não acreditou até o momento em que ele mostrou o seu teste de HIV, com sinal de Positivo.
Bruno estava com uma faquinha que carregava para se proteger dos punks, e até por surpresa dele próprio, puxou-a e furou Arnaldo mais de cinqüenta vezes. Era furo no pescoço, barriga, até na bunda ele furou o cara, de tanta raiva que estava no momento.
Obvio que Arnaldo não resistiu aos ferimentos e foi dessa pra melhor (agora iria estar no inferninho dos EMOS). Bruno, ainda desesperado, chorando deixou a arma do crime no chão do pátio da facul onde tinha acontecido o acontecimento criminal e fatal e saiu em disparate, pulando o murro da escola e se desbravando no imenso matagal do lado externo.
Bruno foi procurado por muito tempo, mas jamais o encontraram. Ele virou primitivo de cavernas e foi se esconder nelas próximo à região do crime. Agora Bruno não era mais EMO, mas sim Primata. Não tomava banho, muito menos fazia barba. Alimentava-se de animais crus e fazia suas necessidades sexuais com os próprios antes de matar, virou praticamente uma abelha – rainha, na qual matava seus parceiros depois dos acasalamentos, mas só que abelha rainha macho, ou quase isso..

Na real , não devemos julgar ninguém por seu visual. O que mais vejo aqui em São Paulo são pessoas alternativamente alternativas. Mas devemos conhece-las pra depois ver se são legais ou não.

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