Jackie

Jackie, do chileno Pablo Larraín, EUA, 2016. Fui ver esse filme, que inda continua em cartaz, porquausa do diretor e me decepcionei. O grande nome do cinema chileno atual se vendeu a Hollywood e perdeu todo o prestígio do público independente que curtia os seus filmes. Após o filme “No”, Pablo voa voos mais audaciosos, financeiramente, e faz este filme. Entretanto acho que ele calculou errado, ou não calculou a falta de criação que não se têm quando filma para grandes estúdios. Jackie é um filme bem feito, sem dúvidas, mas inexiste aquele ar anárquico que existia em “No”,  por exemplo e principalmente em suas entrecenas, fato este que dá todo o ritmo ao filme e o direciona no sentido em criar uma expectativa no que poderia vir a acontecer, ou seja, é o responsável pela tensão dramática ou o máximo clímax de tensão de uma narrativa cinematográfica. Tudo em Jackie é muito bem calculado, de modo que conhecendo o diretor através da sua filmografia original, percebemos nitidamente até, a fraqueza de certo modo da sua protagonista: a mulher do presidente Kennedy. Este que fora assassinado quando desfilava no caubói estado do Texas: Terra de gente valente e disposta a trabalhar no solo, sem essa da tecnologia de Wall Street de Nova Iorque. Fato, ou fatos, são que o filme se baseia nessa viúva que faz de tudo e mais um pouco para ainda manter-se de pé como uma figura pública e cuidar da sua família, agora, pouco populada, tomando ações pouquíssimas nobres, e isso para escrever o mínimo, a fim de manter a persona do seu esposo. Chega ser até irritável o números de vezes em que a Jackie narra que segurava os miolos do seu marido recém abatido ainda em carro aberto no Texas, parece até que sua última lembrança dele fora seus miolos extra postados em suas mãos após um tiro certeiro de um lunático que adorava Jonh Lenon e via como missão matar o presidente. Saí decepcionado do cinema porque esperava um filme bem mais político, e isso porque tínhamos Larrain na direção, este que desmiuçou em “ No” toda a fatídica e cruel trajetória do sanguinário e assassino coronel Augusto Pinochet, do Chile. Acho que ele pegou leve demais, e por isso o filme é classificado como ruim por este crítico, pois o filme se presta a mostrar apenas o comportamento da viúva Jackie, como ela lhe deu com a morte do marido e administrou a criação quase sem fissuras dos seus filhos. Oras: Óbvio que esperava um mergulho nas nuances , e até conspirações, daquele estranho assassinato, primeiro porque este fora presidente norte-americano abatido desta forma, escreva-se de passagem( então, cuidado Trump!). Fato é que o filme fica nessa “mela cueca” de uma viúva sem ter o fazer após o ocorrido, sendo que existia muitas outras coisas mais importantes para o diretor focar e transmitir, ao invés do que somente paralisar sua câmera em uma mulher absolutamente normal e sem carisma algum, e por isso sem graça nenhuma, que age com o ocorrido. A criatividade ainda é um fator preponderante para a feitura de um bom roteiro, e a posteriori de um bom filme também. Quando as grandes produtoras replicam que querem uma estória que não fuja em momento algum do seu controle, é então exatamente aí que está o perigo: em contar ou fazer um filme superficial que não tenha nada a nos dizer, apenas as angústias de uma personagem mal desenvolvida que nem isso conseguiu contar direito. Jackie é sem dúvidas uma cilada onde temos que correr o mais longe possível, pois não nos acrescenta em absolutamente nadica de nada, a não ser o fato que não podemos mais confiar no diretor chileno Larraín, vendido a indústria que esquece que um filme bom  surge quando primeiramente temos uma boa estória a contar, e isso falta, e muito, ao filme Jackie.      

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