Desventuras em Série
Desventuras em Série, da NetFlix, EUA, 2017. Se você estiver
esperando por uma série com um final feliz, então pode esquecer e parar de ler
essa crítica cinematográfica, porém se lhe apetece ver a uma série que foge das
outras produzidas atualmente, então continue e leia a crítica inteira porque
assim é bem capaz que após a leitura te interesse ver a série completa. Pois
bem, antes de iniciar a contar a série literalmente dita vamos a algumas
informações técnicas desta. Lançada em uma sexta feira treze a série será o
carro chefe da Netflix desse ano que está só começando. As segundas e
terceiras temporadas já estão garantidas sendo que a primeira temporada contém
oito episódios de mais ou menos uma hora cada. Desventuras em série é
originária da literatura sendo que seu autor fez oito livros também ( que coincidência
! ). Além do seriado esta obra já foi filmada em Hollywood em 2004, mas o filme
não teve tanto brilho como o da série atual. O protagonista da série da Netflix
é na verdade o antagonista da trama. Na vida real além de ator o sujeito é um
mágico profissional e essa informação faz-se toda necessária para quando estiver
assistindo que percebam a sua atuação convincente, mas principalmente
competente: sem dúvidas o melhor ator da série que conta com coadjuvantes com
ótimas atuações também. Mas vamos a uma breve sinopse do piloto da série: Trata-se
da história dos irmãos Boudelers que ficam órfãos no primeiro episódio quando
um incêndio avassalador e misterioso matam pai e mãe na mansão em que viviam.
Por serem menores de idade é concebido a eles um tutor que cuidassem deles até
que a mais velha, de quatorze anos de idade, se tornasse maior perante a lei e
pudesse administrar a enorme riqueza que seus falecidos pais deixaram. Para ser
tutor deles tinha que ter algum grau de familiaridade, isto é, tinha que ser um
parente mais próximo, e quando escrevo próximo se refere à proximidade mesmo e
não grau de parentesco. Lei estapafúrdia a parte o parente que vivia na mesma
cidade dos Boudelers era um conde bem transloucado que tinha como grande angústia
o fato de não ser um bom ator, porém ainda assim continuava a ter esse sonho,
mas só que agora não só esse desejo, mas como também se tornar milionário
usurpando a herança dos Boudelers. Quem já assistiu há algum filme do diretor
Tim Burton pode imaginar como é a fotografia da série: Sombria e cheia de
locações que mexem com nossa imaginação. Os diálogos são quase sempre
ironicamente inteligentes, pegando um pouco o ritmo dos filmes do Quentin
Tarantino. Sim , os livros são infanto-juvenis, mas asseguro-lhes que a série,
que trata-se de uma adaptação, é uma bela diversão para a família inteira pela
acidez na ironia nos personagens mixadas com a imaginação que a trama pode chacoalhar
as nossas mentes. Mas voltemos a
história dos Boudelers apresentando-lhes de um a um: como mencionado a mais
velha era a menina de quatorzes anos que tinha uma capacidade de construir
qualquer tipos de coisas fora do comum. Temos o do meio: o menino de doze anos
que adorava ler e tinha uma memória fotográfica, ou seja, ajudava muito a irmã a
sair das ciladas que se metiam , alias ajudava não, era mais ajudado que
ajudava, escreva-se de passagem e por justiça, além de ser mais novo que ela. E
em falar em mais novo tínhamos ainda uma bebe com um estranho, porém utilíssimo
poder, que era o do roer qualquer tipo de coisa desde pedra a madeira mais
casca grossa que viesse pela frente. Apresentado os irmãos Boudelers e seu triste
destino à orfandade foquemos na historieta novamente. Pois bem: como primeiro
tutor temos o Conde Olav: um sujeito nojento com uma casa mais ainda que obriga
as crianças a deixá-la no grau antes da sua trupe de teatro chegar para um
jantar que teria que ter sido feito pelos Boudelers. Os guris conseguem fazer
um espaguete a Putanesca de dar água na boca até para o telespectador. O tempo
passa e o conde Olav bola um plano para colocar a mão na fortuna dos Boudelers;
faz uma peça teatral com eles e no meio desta é encenado um casamento real
entre o conde e a menina mais velha dos Boudelers, pois somente o tutor teria o
poder de deixar a menina cassar sendo menor de idade, e se fosse com ele, seu
tutor, melhor ainda para que assim ele administrasse a fortuna por ser o marido
de uma menor. O casamento é feito perante uma juíza de verdade e no papel,
sendo assim que se tornam casados, mas só que não porquausa de um único motivo:
a menina assina a certidão de casamento com a mão esquerda e ela é destra,
dessa forma o casamento não tem valor algum e o conde é desmascarado perante o
público e foge para não ser preso. Perante o ocorrido as crianças agora teriam
que correr atrás de outro tutor. Então, um sujeito incompetente do banco que
está à herança, acha outro parente “mais próximo”. Trata-se do Dr. Montegarry:
um sujeito tarado por répteis e os têm e cria em sua casa na sala dos répteis.
O nono tutor até que era gente boa, mas a sua loucura ensebada pelos animais
deixa brechas para que o Conde Olav volte a amedrontar os Boudelers novamente
com o disfarce de assistente do doutor Montegarry. As crianças tem que
novamente achar outro tutor porque o Dr. Montegarry é assassinado. O idiota do
banqueiro manda os infantis para uma tia distante que sofria de síndrome do
pânico; resultado: dois capítulos a mais e esta é morte também pelo horrendo
conde Olav que fará de tudo para por a mão na herança. A ficha cai e os Boudelers
entendem que aquele banqueiro estúpido e tossudo não poderia protegê-los.
Diante da constatação fogem de todos e vão procurar por seus pais por conta própria
agora, se é que eles estão vivos como imaginam. Param numa marcenaria e lá
ficam sabendo que seus pais colocaram fogo na cidade toda e são escravizados
pelo dono. Lá percebem que existe uma sociedade internacional que defende
alguma coisa muito importante. O Conde Olav os acha novamente e hipnotiza um
dos Boudelers e após inúmeros episódios na marcenaria descobrem que seus pais
não podem ser pessoas tão legais como imaginavam, alias nenhum adulto é “todo” legal,
literal ou figurativamente. A série acaba com eles num banco de um internato
com outras três crianças que supostamente vão entrar na segunda temporada. Por
ser uma série somente de oito capítulos dá para maratonar e sair um pouco das
séries e filmes cabeças permitindo que você dê asas a sua imaginação e volte a
ser criança por um tempo.
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