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Mostrando postagens de outubro, 2016

Vai e Vem

Vai e Vem , de João César Monteiro, Portugal, 2003. Acabo minha cobertura do 10 CineBh International Film Festival com este filme português do excêntrico diretor ao qual tive o privilégio de conhecer nessa semana adorável em Belo Horizonte. Não tenho vergonha de escrever que não o conhecia porque seus filmes são experimentais e por isso se não for um festival internacional de cinema, jamais encontrará em salas de cinema comercial. Se teve uma coisa que me chamou atenção de imediato em suas obras estas   são os planos fixos que o diretor faz: para terem uma ideia a última cena do filme de hoje é a de um olho azul cobrindo a tela inteira há uns dez minutos, ao menos. Ou outra de uma moça cortando as unhas: mais dez minutos estáticos pelo menos. As narrativas são sempre de cunho erótico e inteligente: que nos fazem pensar não somente no coito, mas em tudo: tudo mesmo! Este filme, por exemplo, teve três horas de duração e nem assim se demasiou de tempo, mas vamos a uma breve sinopse c

O Eclipse – L’ Eclisse

O Eclipse – L’ Eclisse , dirigido por Michelangelo Antonioni, Itália, França, 1962. O crítico italiano Adriano Àpra vai me desculpar, mas não achei que o filme transpassasse a dificuldade do diretor em se relacionar em um alienante mundo moderno, como menciona em Masterclass após a sessão. Acho até que o protagonista, interpretado por Alain Delon, e por isso um espelho de Antonioni, vai muito bem ao que concerne as mudanças dos tempos. Protagonista esse que trabalha na bolsa de valores de Roma e mora em um edifício pouco moderno, escrevemos assim. Assim como também não achei que a Monica Vitti estivesse com algum tipo de estranhamento no que diz respeito aos tempos modernos e suas consequências. O que vi em tela aqui no CineBh foi um filme experimental que mostra a classe burguesa de Roma à época. No que tange algumas cenas acerca o racismo, onde em uma festinha esses seres burgueses imitavam o dançar e alguns gestos dos negros africanos do Quênia, o critico italiano nos norteia a

Filme de Abertura do 10 CineBH International Film Festival - Elon Não Acredita na Morte.

Filme de Abertura do 10 CineBH International Film Festival - Elon Não Acredita na Morte , dirigido por Ricardo Alves Jr., Brasil/MG, 2016. Este talvez tenha sido o longa mais interessante que vi esse ano. A história é tão estapafúrdia que somos sugados por ela. Por sua “transdimensuração” que nos provoca. Em suma temos o protagonista Elon, um vigia noturno, que de um turno para outro não vê a sua mulher dentro de casa . Ela foi dar um "zig-now" e ele sabia da natureza da companheira. Ainda assim Elon busca a esposa e principalmente a si próprio. Elon é de fato um personagem que nos cativa por seu nível de ligar o dane-se para tudo e para todos, assim como o fez em estupenda cena em que na hora em que fora demitido por faltas, o mesmo dá um arrotinho sacana como resposta a sua demissão, e somente porquausa daquele ar provindo e destemido saído urgentemente da sua boca, pegastes uma demissão por justa causa, ou seja, uma baita sacanagem do empregador já que Elon já não lig

Le Bassin de J.W.

Le Bassin de J.W . , dirigido por João César Monteiro, Portugal/França, 1997. Engana-se quem achas que o cinema português se resume só a Manoel de Oliveira. Talvez isso aconteça pela distribuição internacional ser deveras ingrata com outros diretores. Todavia em festivais de cinema temos a oportunidade de conhecer os outros diretores lusitanos, e sem dúvidas fora um belo presente, alias um belo achado conhecer João César Monteiro e sua vasta e rica obra cheia de metalinguagens e metáforas que dizem o que foi e o que ainda é Portugal. O filme em questão: Le Bassin de J.W. é falado em francês e português onde o diretor propõe misturar teatro com cinema. O protagonista é o próprio diretor, no qual diz chamar-se Henrique e apresenta-se como um lobo -do -mar na reforma, ocasionalmente de passagem, antes de tentar realizar um velho sonho em que o seu ídolo de infância, John Wayne, mexe maravilhosamente a bacia ( ou os quadris, em brasileiro) no Polo Norte. No filme fica nítida a