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Mostrando postagens de março, 2016

Latim

Porque ler os clássicos ? A pergunta de Ítalo Calvino pode até parecer boba. Outros mais afoitos poderiam responder a pergunta com outra: " E porque tenho que lê-los?". A grosso e princípio modo quando estamos na escola geralmente somos obrigados a ler alguns "clássicos", mas é somente na desobrigação é que tais livros fazem de fato ressonância em nós. Não, de forma alguma, estou escrevendo que os clássicos na escola são pura perda de tempo e só servem aos quais se a pessoa estiver afim de ler. Não posso afirmar isto, até mesmo porque o primeiro clássico que considero que me marcou foi Graciliano Ramos, se é que este autor possa ser considerado um classicista, mas enfim o que forma um clássico então, somente os gregos e romanos antigos ? A meu enxergar não, um clássico é tudo aquilo que tem como pano de fundo uma cultura, história arraigadas em seus diálogos, e por estes argumentos considero tanto como Homero, Sócrates , como também Graciliano Ramos, Gabriel Garcia

A Era de Ouro

A Era de Ouro , de Leonardo Mouramateus, Brasil, 2014. O média metragem fala de emigração e relacionamentos, entre outras coisas, como por exemplo: Mercado de trabalho, oportunidades; e estas quando surgem são de fato boas , ou a pessoa teria que vender sua alma ao diabo ou ao capitalismo ? Fato é que se quiser trabalhar é necessário entrar no jogo do capital. Ou se fode entrando ou se fode mais ainda dependendo dos outros para comer e viver. As angústias do casal protagonista são essas: Enquanto a atriz sai de Fortaleza para São Paulo e se transforma em uma executiva de vendas de lugares com potencial rendimento de crescimento imobiliário; o seu namorado, diretor de teatro, decide ficar em Fortaleza vivendo da arte. A saudade bate forte e o cara pega um voo até Sampa para ver a amada. De imediato logo vê como São Paulo é diferente de Fortaleza e pergunta a mulher: O que te fez vir até aqui? Afinal o mundo de ambos antes era dedicado ao teatro, ou seja, com total desprendimento materia

Trumbo : Lista Negra

Trumbo : Lista Negra , de Jay Roach com Bryan Cranston, EUA, 2016. Pode até parecer ridículo, mas antes do período da guerra fria entre EUA e a extinta URSS, já em solo americano existia o cuidado em tentar frear certos "admiradores" de regimes socialistas. Mas porque pode parecer enfadonho este fato? Pelo sentido eme não existir elementos prováveis que tais cidadãos estivessem fazendo mal aos EUA naquela época; alguns intelectuais apenas gostavam de algumas ideias socialistas e só, ficavam no gostar: Não existia nenhum plano para que o "gostar" fosse colocado em prática tais ideias ou ideais. Entretanto ainda assim estes mesmos intelectuais foram encabeçados para uma lista negra do FBI no estado da Califórnia, e por este motivo, proibidos a trabalharem. A lista negra era formada por nove diretores e roteiristas, e um outro do chamado primeiro time, seja isso o que possa imaginar: Ser do primeiro time dos inimigos do FBI. Todavia o êxito do filme está em exatamente

O Táxi de Escher

O Táxi de Escher , de Aleksei Abib e Flavio Botelho, Brasil, 2015. O curta é ambicioso no sentido em colocar e até brincar com a capacidade de percepção do espectador; explico-lhes: A micro obra fílmica tem o sentido desconfigurado de roteiro, ou para ser mais específico ainda, o roteiro não obedece os fatos cronológicos das personagens. Trocando em miúdos: Existe idas e vindas dos personagens que por vezes podem comprometer a compreensão da mensagem final do curta metragem. Mas pelo que se percebe é que o diretor , no final das contas ou do filme, quer taxar uma pegadinha para quem assiste. O enredo é o seguinte: Um casal entra no mercado municipal de São Paulo, recém chegados de Buenos Aires. O homem mais astuto, vê uma carteira de bobeira e dá "um shiraya" nela. Ou seja, pega-a e sai correndo; e sua companheira, sem outra opção, corre atrás dele. Após a correria os dois se encontram do lado de fora do mercado e combinam de se encontrarem no outro quarteirão ao lado dentr

Lição de Esqui

Lição de Esqui , de Leonardo Mouramateus, Brasil, 2013. A sacada seria bolar um plano para conseguirem uma demissão por justa causa em um supermercado, porém o plano não ocorre como esperado. Enquanto um quer ir para o Canadá, o outro por sua vez, quer ficar desempregado e de bobeira na mesma cidade. Todavia nem hum e nem outro conseguem o que querem: A demissão. Os caras bolam uma briga em pleno supermercado, e ao invés de ocasionar espanto, originam flashes nas câmeras dos consumidores pensando que aquilo ali era uma brincadeira, e mesmo que não fosse, não era uma puta briga digna de separação. Com o plano saindo errado os caras vão a balada, e aí de fato e cheios de cachaça, brigam de verdade. Enquanto um chega em casa todo ensanguentado , o outro por sua vez, some depois de espancar seu antigo companheiro de trabalho. A lição do esqui ou de qualquer outra coisa é a seguinte: Se for pra fazer, faça bem feito, caso contrário senão vai se dar mau.

Meu Amigo Nietzsche

Meu Amigo Nietzsche , de Fáuston da Silva, Brasil ( Brasília ), 2012. Quando um garoto anda em dificuldades na escola é sinal que as coisas vão bem pra ele, ou ao menos este está no caminho ou rumo certo. É com este argumento de roteiro. Ou seja, com este viés de problema que ficamos de frente com o nosso protagonista: Um garoto de nove anos, que com a bronca da professora resolve seguir a risca seu conselho: "Leia mais rapaz, assim você não vai pra lugar nenhum". Voltando da aula com aquela frase da professora na cabeça o garoto passa por um lixão e acha o livro Assim Falava Zarastustra de Nietzsche. De início não consegue nem entender o título, mas perguntando aos próximos consegue ler e entender o meticuloso livro até o seu final. Relê o livro três vezes, e então o garoto de um potencial aluno burro a repetir de ano, torna-se o líder da turma, inclusive os influenciando a serem super-homens, assim como Nietzsche o tinha influenciado. De surpresa com seu novo linguajar o ga

A Garota Dinamarquesa

A Garota Dinamarquesa , de Tom Hooper, EUA, Reino Unido e Alemanha, 2016;com Ediie Redmayne e elenco, inclusive com a atriz vencedora de melhor coadjuvante no Oscar, e com merecimento. Gostaria de ter êxito ao tentar transportar em letras o que o protagonista me ofereceu; tentemos. É o seguinte: Sabe aquelas frases que você já disse ou ao menos já viu de vários cidadãos gracejarem quando uma mulher com dotes físicos avantajados passam pela sua frente? Óbvio que sim: É o tal " Oba gostosona, ôh lá em casa hein ! ", e coisas do gênero. Como homem em pleno rigor a gozar das minhas formas físicas e mentais faço também tais gracejos porcos quando uma silhueta em maior sentido de qualidade aparece passando em minhas íris. Isto de fato é inevitável; não se deve, e nem se pode, permitir que enganemos os nossos instintos mais primitivos. Pois bem, escrito isto fiz meio que um clima de sinopse filosofal para apresentar-nos o filme da semana. Não é que este estreou esta semana, muito pe

Drugstore Cowboy

Drugstore Cowboy , de Gus Van Sant , EUA, 1989; na melhor atuação da carreira do ator hollywoodiano Matt Dillon. Adentraremos hoje em um mundo especificamente fantástico; tanto para o ruim como para o mal. É unanimidade que esta obra fílmica resenhada a seguir trata-se da melhor do polêmico diretor norte-americano; e isto quem crava não é o povo , mas sim especialistas da área: Os chamados críticos da sétima arte. O ano é o 1971, e a cidade é uma Oregon, no estado de Portland, bem diferente ao qual conhecemos atualmente. O corpo de atuação do filme é composto por quatro viciados em drogas de farmácias e hospitais: Sim estas mesmo que são febres hoje e estão mais fáceis do que comprar pão na padaria. Refiro-me as substancias que contem as substancias com a droga Diazepam. Caso ainda não estejam ligando a substancia ao remédio que certamente já tomou algumas vezes em sua vida, serei o mais claro possível: O Diazepam é encontrado nos ansiolíticos que vendem mais que aspirinas hoje nas dro

Força Maior

Força Maior , dirigido Ruben Östlund, Suécia , Dinamarca , França e Noruega, 2015. Em algumas circunstâncias da vida somos colocados em cheque mate por conta de situações em que não esperávamos que se sucedessem. Pois bem, a obra fílmica cosmopolita ( Ou seja: de diversos países )conta uma dessas situações. O enredo é o seguinte: Uma família composta de marido,mulher e dois filhos pequenos vai passar férias em uma estação de luxo nos Alpes Suíços. Tudo vai harmoniosamente bem até quando acontece o evento que vira a obra fílmica. Ou seja, tal evento é o clímax de tensão máxima do filme para que este pegue outro caminho daquela família supostamente feliz. O que acontece é um inicio de avalanche em pleno almoço da família no topo dos Alpes em um restaurante repleto de turistas. Todos na sacada do local acham que trata-se de uma avalanche controlada, como ouvem dos funcionários do local, e então assistem aquele espetáculo com seus celulares-câmeras cada vez se aproximando mais da onde esta