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Mostrando postagens de junho, 2015

Enquanto o sangue coloria a noite eu olhava as estrelas

Enquanto o sangue coloria a noite eu olhava as estrelas , bem dirigido e roteirizado por Felipe Arrojo Poroger, 2015, Brasil. As falhas humanas são os temas principais do filme e o seu começo já estanca uma situação no mínimo constrangedora: Um bullyng juvenil em um colégio. Dois adolescentes agridem física e moralmente um outro da mesma escola; Este outro um típico “sofredor de bullyng”: Cabelos longos, magro, tímido, sem amigos, calado e donzelo. As investidas sobre o jovem era justamente sobre esta sua última característica, ou seja, tirar o seu cabaço. Por isso o apelidaram como Buceta por nunca ter tocado em uma. Com o passar do bullyng cada dia mais agressivo deixando o cabeludo rapaz repleto de marcar no rosto, os bulinadores resolvem dar o golpe final no bulinado, chamando a garota que tirara todos os cabaços da escola para filmarem a primeira vez do Buceta. Ele, o buceta, tem uma reação atípica na hora que a garota promiscua se aproxima. Diante da sua atitude temos uma vaga pe

Mirada paranaense

Meu olhar hoje vai para a Mirada paranaense de curtas-metragens, e o primeiro a ser resenhado tem o curioso título: Dessas coisas que acontecem , da Sueli Araújo, Brasil, 2015. O curta de vinte minutos , por isso não tão curto, nos cede a perspectiva de entrarmos no universo dos gays, e estes podem ser bem diferentes um dos outros. O enredo é o seguinte: Dois moradores se veem presos na área do seu prédio destinada a colocar as roupas para secar, uma espécie de varandão. Sem chave ou celular os dois são obrigados a conviverem durante um dia em um sol escaldante. As diferenças de personalidades logo aparecem; Enquanto um era mais desprovido e excêntrico, o outro por sua vez fazia o papel de intelectual tímido de óculos com lentes fundo de garrafa. Enquanto o excêntrico falava sem parar o nerd parecia mudo diante daquela situação atípica para ambos. Como estivessem no deserto do Saara, pois o Sol permitia este tipo de comparação, os dois tiveram que domar as suas diferenças para poderem

Soft in the head ( cabeça oca )

Soft in the head ( cabeça oca ), dirigido por Nathan Silver, 2011, EUA. Até parece que as pessoas podem escolher quem elas querem, na real acontece o inverso disso; Para termos um casal, ou seja, trocando em miúdos o que chama atenção de uma pessoa são as características incomuns a sua personalidade. Não à toa vemos tantas desilusões amorosas onde um lado só está afim mesmo de alguma coisa. Pois bem esta é mais ou menos a sinopse do segundo filme ( o primeiro foi o The Blind ) assistido do diretor Nathan Silver no festival de Curitiba, e com direito a um debate com próprio norte-americano após a sessão. Quando o indaguei do porque ele teria tanta tara em falar de gente, e em se tratando de pessoas porque gostava de levá-las sempre ao seu extremo. O diretor respondeu-me gentilmente que o tema “pessoas e seus relacionamentos” eram retratados em seus filmes porque este tem uma profunda admiração pela psique humana, afirmando que se não fosse cineasta seria um psicólogo. Ainda completan

The Blind

The Blind , dirigido e co-roteirizado por Nathan Silver, EUA, 2009. A vida nunca foi um mar de rosas; Refiro-me à vida real e em especial ao cotidiano. Todavia a arte tem como função transformar a dureza da vida em alguma coisa mais agradável, fazendo da tragédia algo que nos ensine e que toquemos as nossas vidas de uma maneira melhor, mais leve, transformando aquilo ou aquela situação que está ruim em sustentável percebendo aquela situação com outros olhos e tentando achar então outras formas de enxergar os problemas da vida real. Trocando em miúdos é concretamente isto que o diretor americano quis nos transpor em The Blind, ou seja, apresentar a vida não como um mar de rosas, mas sim como uma intensa e bruta realidade onde a necessidade de uns em amarem ou se doarem ao extremo, se barra em contrapartida nas pessoas que precisam ser amadas. Para estes papeis temos uma garota de vinte anos que tem um coração enorme e uma missão em entregar-se a cuidar do outro, este que no caso seria

Koza

Koza , de Ivan Ostrochovský, com fotografia de Martin Kollár, Eslováquia, República Checa, 2015. Confesso que era um dos filmes que mais criei expectativa no festival de Curitiba, porém o filme deixa muito a desejar por insistir em um melodrama pra lá de mediano, e isto sendo generoso até. O primeiro erro do diretor foi chamar um ex-atleta olímpico para si próprio representar, e como protagonista; Oras: Tinha que chamar algum ator que fizesse um bom laboratório de ex-atleta olímpico, e com certeza, o resultado seria bem mais convincente. Atuações à parte, uma coisa que não podemos negar é a belíssima fotografia em locais surreais na Servia cobertos de muita neve, montanhas brancas e piscinas térmicas naturais em meia aquela paisagem inóspita e gelada branca. Como enredo temos um pugilista que tem uma esposa gravida querendo abortar, e o boxear por sua vez não. Deste modo o cara resolve voltar aos ringues para conseguir a grana para as despesas do parto, enxoval, etc. Então se junta a

Kommunisten

Kommunisten , dirigido e roteirizado pelo gaulês Jean-Marie Straub, França/Suiça, 2014. Festival de cinema é uma roleta russa; São vários gêneros de obras fílmicas. Tem filmes mais antigos, mais atuais e os chamados mais contemplativos ou experimentais, onde nestes últimos citados questões filosóficas são os centros motivadores das obras. No filme Kommunisten são setenta minutos de monólogos, ora em língua italiana ora em alemã, onde meia dúzia de personagens lê textos e manuscritos cujo principal tema é as ações que os homens fazem com os outros da sua espécie em troca de poder, status, dinheiro e território. Por ser um tipo de filme desabafo falado em alemão e italiano, os personagens recorreram a frases e ações dos seus principais heróis ou algozes para mostrar de que como o homem pode exercer poder sem limites em relação aos seus outros. Deste modo Hitler e Mussolini foram os principais centros de ataques das falas dos personagens no que tange a falta de liberdade que o homem atual

Storm Children, Book 1

Uma das principais funções do cinema é a social. Ele é um instrumento para a melhoria de vida de milhares de habitantes alertando seus governantes ou até mesmo a ONU. Pois bem o filme que tem essa peculiaridade é oriundo das Filipinas, com produção de 2014 , direção e fotografia do cineasta independente filipino Lav Diaz chama-se Storm Children, Book 1 . O documentário de praticamente nenhuma fala e com duração de duas horas e vinte minutos disseca de forma poética a maior tempestade de todos os tempos que um país já sofreu exterminando metade da sua população. O evento aconteceu na própria Filipinas no ano passado, mas como o pais não é nem de longe nenhuma potencia econômica muitos, inclusive eu, não sabia do trágico e de certa maneira apocalíptica catástrofe. São duas horas e pouco de cenas de um país totalmente destruído pelas tempestades e tufões. Na real só existe lama embaixo de mais lama, e os que conseguiram sobreviver, cavando de forma frenética e desesperada os morros lamace

Ela volta na quinta

Ela volta na quinta, de André Novais, Brasil, 2014. Diretamente do quarto festival internacional de cinema de Curitiba este em que vos escreve assistiu há um filme nacional atípico em que ideias de roteiro valem bem mais que orçamentos gigantescos de produção ; E o seguinte, esqueça os filmes que você assistiu ou ainda insisti em ver nestes complexos multiplex dos Shopping Centers, ou ainda em cinemas ditos como de “arte”, pois o filme do qual resenharemos hoje foge de todos estes padrões. Afirmaria que o filme produz uma nova faceta fílmica misturando ficção com realidade, e por vezes não sabemos quando o filme é um documentário real ou ficcional. Na verdade o filme tem todas estas formas embutidas nele; É um mix de gêneros que traz uma nova cara aos filmes autorais nacionais, e estes não devem e também nem podem serem rotulados por terem neles tantos gêneros e subgêneros fílmicos dentro de uma única produção que não podemos nomear nem como drama, documentário ou tampouco comédia; Na

Poema 10

A memória e o tempo caminham juntos como irmãos siameses. O segundo ajuda a primeira a esquecer, enquanto o primeiro insiste em lembrar-se da segunda . Tempo e memória, dia e noite; Seriam signos ambíguos ou complementares? Acho que são mais complementares do que qualquer outra coisa, pois um não se faz sentido de existir sem a presença do outro. Se existe um determinado tempo para que fiquemos neste plano ( e isto de fato existe e é inexorável ), basta-nos aproveitá-lo regando com as memórias boas da vida. Como já dizia o poeta: A morte é certa; Então fazendo valer a vida damos o valor que a memória merece e assim juntamos: Tempo e memória em um único pensamento linear constante, fazendo com que desperte nossa consciência de que tanto a vida como o tempo e a memória é passageira; Basta-nos então aproveitá-los, pois depois será tarde demais e tanto o tempo como a memória não perdoam os vacilões; Cobram deles com juros e correções monetárias. Não quero correr este risco e você, quer?

Poema 9

Se o melhor remédio da vida é o tempo, este por sua vez muitas vezes é medido erroneamente. Poderíamos dar o mesmo valor temporal para um amanhecer com o cantar dos pássaros em nossas orelhas em comparação a uma madrugada fria e trovuosa? Tal noite teria um maior tempo relativo em relação ao belo amanhecer dos pássaros cantantes. A madrugada chuvosa será bem mais demorada, mesmo que ambos os eventos tenham o mesmo “tempo”. O tempo não pode ser medido, mensurado; Pode apenas ser vivido, e isto em qual circunstância for, pois como diz o ditado: Quem faz o tempo somos nós e nada mais.

Não olhe para trás

Não olhe para trás , de Dan Fogelman, EUA, 2015. O tema ou pergunta: ”Porque grandes atores se prestam a fazer papéis tão pequenos em seus finais de carreira?” ,poderia dar uma bela tese de mestrado acadêmico. Todavia como este “fenômeno” de fim de carreira ainda é uma incógnita deveras repetida por inúmeros atores pop stars, podemos até enumerar algumas causas para artistas gabaritados aceitarem quaisquer papéis nos seus últimos respiros cinematográficos. O primeiro, e de certa maneira mais lógico, seria pelo voluptuoso cachê que lhes oferecem. Todavia é importante salientar que atores já com certa idade e muito sucesso são já financeiramente estáveis pela sua vasta carreira longínqua. Deste modo poderíamos até admitir que tal ator ou atriz em fim de carreira queira alguns mais milhões de dólares por puro caráter de querer ficar mais rico ainda e que esta situação financeira ainda mais confortável lhe garanta bons sonos em sua terceira idade. Outro aspecto que poderíamos analisar para

Cássia Eller

Cássia Eller, dirigido por Paulo Henrique Fontenelle, Brasil, 2014. Começarei a crítica com uma frase da Maria Eugenia, ex-esposa da Cássia Eller que falava o seguinte no final do genial documentário: “Cássia era uma pessoa melhor, mais generosa, mais solidária, mais simples, enfim um ser humano melhor do que a maioria”. Estamos nos referindo a Janis Joplin brasileira, e que será praticamente impossível alguma outra cantora tomar o seu trono. Maria Gadú, Pitty e outras dessas jamais serão e terão o talento da nossa estrondosa Cássia. Assisti este documentário em Janeiro e reassisti exatamente neste momento da madruga. Escrevo este texto aos prantos pela virtuosidade deste ícone do rock nacional. Só a comparo com a Elis Regina e nenhuma outra mais em se tratando de cantoras brasileiras. Cássia era um vulcão em palco; Se transfomara de uma pessoa que tinha dificuldades até, ou principalmente, em tratar com a imprensa devido a sua timidez, em um animal selvagem em palco que tinha acabado

Irmã Dulce

Irmã Dulce, com direção de Vicente Amorim, Brasil, 2013. Verdade que demorei a escrever essa crítica. Assisti a obra fílmica quando estava em cartaz no fim do ano passado, entretanto inúmeros fatores me fizeram ter um certo cagaço admitido em fazer esta escrita demasiadamente humana. De início o meu bloqueio para conseguir transpor o filme em letras vem do local que o filme é rodado: Em Salvador, capital da Bahia. Nasci e me criei nesta cidade, então é até óbvio que cenas que mostravam locais que estava careca em ir mexeram comigo, e também principalmente pelo jeito eficazmente transposto no filme do soteropolitano; Jeito este estereotipado por indivíduos sem muitas preocupações materiais e insistentes em encontrarem brechas de esperanças em situações nada esperançosas. Sim: Identifiquei-me especificamente com este jeito de lidar com os problemas da vida dos meus conterrâneos, mais até que com a própria protagonista Irmã Dulce, conhecida por aqui por ser a eterna mãe dos pobres. Até m

Poesia 8

A paz de espírito que sentimos quando escutamos musica clássica é sem explicações ; Transpassa o limite que a linguagem é capaz de colocar em letras; A sensação é para ser sentida, não explicada; E de tantas os sentimentos e paz que podemos perceber ouvindo música deste gabarito; Podemos, sem medo de errar, afirmar que a vida imita arte; E não o contrário, como alguns ainda persistem em abrir a boca pra dizer; Paz e música boa fazem parte do mesmo grupo de energia positiva; E existem silêncios mais barulhentos que são mais potentes que um grito ensurdecedor; E a musica erudita é nos permite a nos deixarmos sublimes e encantados pelas feituras humanas, que por vezes, são boas e dão certo. Enquanto à vida à esperança, e esta tem de ser a última a ir embora, por bem ou por mal, como já menciona o dito popular; Então deixemos que a poesia nova, sem panelinhas e “maneirações” nos guie e fortaleça nossa poesia nacional; Que no momento anda meio repetitiva, parecendo até obrigatório usar det

Poesia 7

Vejo-me tão deveras pequeno quando escuto música erudita que até fico tímido na hora da escrita; Ora, se timidez também não é um sinônimo de inferioridade; Então pergunto-me no instante do tom mais agudo da música: Porque tanta “caricaturação” de coitadinho? Serás uma lembrança ou traço sanguíneo genético português? Ou seria uma simples estratégia que faça-me crer que sou um injustiçado e o mundo é que está errado; Escrever tudo isto não me constrange, muito pelo contrário; Faz-me espantar meus silêncios barulhentos que me habitam interiormente; E talvez porquausa deles, não me façam dormir bem; Posso, e devo ser o tipo da pessoa insistente que; Mesmo sabendo pouco de poesia, ainda insistir a adentrar em seu mundo; Onde especulações e palavras diferentes são apenas horizontes primários para tudo que a poesia pode alcançar, e sem direito à “maneiracões” na escrita poética; Inclusive a loucura por a linguagem poética ser o ápice do rumor da língua, ou o máximo que a linguagem pode tr

Poesia 6

Canto da manhã ( no rastro dos pássaros) – Amores se vão e alguns não voltam, assim como é um belo canto de pássaro. A noite é longa e o pássaro insiste em demorar a dar seus primeiros ares da graça, mesmo que estes sejam rápidos e infiéis. Percebendo o porque deles fugirem damos conta que eles querem representar o amor: Aquilo que não podemos dizer que é nossa posse. A amor verdadeiro tem assas com dos pássaros mais espertos e só pousam quando acham de valem a pena pousar. É importante continuar a tentar a seguir , ou a menos, a ouvir os cantos belos dos pássaros mais inspirados; É uma busca constante e por vezes massante, mas para que serve estarmos aqui se não para nos apaixonarmos pelas coisas simples da vida. A espera é válida desde que consigamos ouvir com nititez e excelência o canto do pássaro que está li somente para que seja descoberto por nós. Conchas dos mares ( Liberdade da ondas ) – Se ser livre é um estado de espírito, assim queremos acreditar socialmente escrevendo, é n

Poesia 5

Após uma noite mal dormida, acordo-me sobressaltado de mau humor que somente a insônia pode produzir. Ligo a tevê e minha paciência se esgota ainda mais. Sento na cama e tomo meu café preto amargo junto com o Malboro Red fumado com nicotina abundante. Eis que uma força sobrenatural surge em mim e todo aquele começo de dia ruim se acaba com mais uma tragada forte quando enfim encaro sair da cama. Cidades ambíguas ( Sampa- Salvador) A cidade que amanhece cinza, continua nesse mesmo tom o dia inteirinho; Assim não tem santo que aguente ! Pego minha mala e mando de lá; Volto a minha terra natal onde o sol é bem mais generoso, demais até ao ponto de queimar mais que o necessário; Pele e mente, escreva-se de passagem... Todavia ainda assim é melhor que um único tom cinza sem graça alguma; Então conformo-me com a minha cidade ensolarada, será mesmo?

Poesia 4

Depois da leitura de Mário Quintana, você vai construir cinco novos itens para completar os quarenta: A morte é o fim do começo O melhor sentimento sempre vem de dentro; Difícil é tirá-lo de lá. A cegueira mundial a cada dia se torna cada vez mais nítida, e por incrível que pareça, ninguém a enxerga ou finge não vê-la. Porque confiar em Lacan, não seria mais um desses aproveitadores dos mistérios do homem? A vida é o começo do fim Se a bossa nova é foda, o que escrever de Caetano então: fodíssimo ou fodástico? Einstein provou que o tempo é relativo; Mas este mesmo tempo não seria rei também; Então que tem a razão o físico ou a sua descoberta. Seria a mesma pergunta de quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha. O futebol é o símbolo do capitalismo, se gosto de ser socialista, porque gosto deste esporte? “Pior é na guerra”. Será mesmo? O cotidiano da vida é pior ainda...

Haicaii

Tempo rei Será que alguma vez Terei minha vez?

Poesia 3

Guardo em mim a vontade; Sim: A sexual, E de descarregar-me em uma fêmea tudo que está entupindo e atrapalhando minha cabeça por não me deixar pensar em outra coisa a não ser do que o ato sexual, o coito. O desejo de entupir em outro ser todos os meus espermatozoides lépidos possíveis. Não quero me referir ao ato de reprodução, imagino somente o ato carnal do desejo por ele mesmo. Falam por aí que o sujeito homem pensa mais vezes em sexo do que o sujeito mulher; Vai ver que é verdade mesmo.

Poesia 2

Nas pedras das calçadas, podia-se fritar um ovo se quiséssemos dada a onipotência do sol baiano em qualquer estação do ano; Nelas ainda enxergo, sem auxilio de lupa, buracos entre um paralelepípedo e outro quando subo a ladeira do Pêlo aos meus testosterônicos dezessete anos para curtir a terça da benção do Olodum. Entre as árvores e plantas, passo pelo chamado paraíso; Um lugar que na entrada tem asfalto e na saída tem uma praia repleta de ondas perfeitas. O paraíso também tinha suas “pegadinhas”, como um crackeiro preguiçoso que esperava para roubar sua prancha, ou somente maconheiros mauricinhos de mal com a vida que ficavam por meter-nos medo devido aos seus tamanhos quando perpassava-nos no nostálgico paraíso rodeado de plantas, árvores e um cheiro incessante de maconha nativa. Nos muros, Pichações que por vezes se faziam criativas ou anárquicas, e por outras eram porcas letras jogadas aos muros esbranquiçados recém-pintados somente para marcação territorial. Um sentimento de barr

Poesia 1

A linguagem é um rio: O fluxo de palavras Palavras encantadas: Devaneio, inestimável, belezura, socialismo. Palavras gastas: inesgotável, aprendiz, todavia, entretanto, porém. Palavras novas: Sacripanta, onipresente, ornitorrinco, incomensurável, enorbilíssimo. Palavras esperançosas: inesquecível, inestimável, pátria, esperança, palavra. Palavras nostálgicas: Velho, lembranças, ilha, ondas, lua, fogueira. Palavras sonhadas: Precipício, abismo, morte, queda, vida. Palavras efêmeras: transgênero, transmutação, híbrido, trilogia, efervescência. Palavras ridículas: Abestalhado, afeminado, peste, cabra, moda. Palavras lúcidas: Sonho, enganação, apegar, transmitir, oposição, sinal. Palavras eternas: Amor, sorte, Força, lealdade, natureza, pai, mãe Uma palavra chama outra Tempo: Rei, longo, sábio, cruel, professor. Insônia: Insistente, carma, latente Paz: Corre atrás, rede, amizades, de espírito. Rio: Das oportunidades, limpo, sujo, fluente. Lúdico: Relações humanas, teatro, criança, artes